Governo Lula equipara estrutura diplomática à dos EUA e amplia presença com oficiais-generais do Exército Brasileiro, Receita e Polícia Federal em Pequim
O Exército Brasileiro terá pela primeira vez um general em atuação permanente na China, como parte de uma estratégia inédita de aproximação militar e diplomática entre os dois países. A nova configuração da representação brasileira em Pequim foi confirmada por decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após sua visita de Estado à China em 2025.
A medida eleva a importância da missão brasileira no país asiático ao mesmo nível da embaixada nos Estados Unidos, hoje a única com presença de oficiais-generais das três Forças. Além do general, o Brasil enviará um almirante da Marinha, um adido da Receita Federal e um representante da Polícia Federal, num movimento que marca uma nova fase das relações estratégicas sino-brasileiras.
Quem é o general do Exército Brasileiro que representará o país?
O escolhido para a missão é o general Rovian Alexandre Janjar, ex-comandante da 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada. Ele assumirá o cargo de adido de Defesa em dezembro, com base na embaixada brasileira em Pequim. Além dele, um contra-almirante da Marinha também será deslocado para a China, somando cinco oficiais das Forças Armadas na representação.
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Segundo a Folha de S.Paulo, os militares dividirão espaço com a atual adidância, que passa por reformas, enquanto o Itamaraty busca uma sede maior para a embaixada. Essa estrutura só existia até então na missão diplomática brasileira em Washington.
Por que o Exército está ampliando presença na China?
A decisão reflete o interesse crescente do Brasil em acompanhar de perto os avanços tecnológicos e geopolíticos da China. Segundo o coronel da reserva Paulo Filho, que integrou delegações militares em visitas ao país, o envio de oficiais-generais é um “movimento natural” diante da relevância estratégica chinesa em setores como cibernética, espacial e defesa de ponta.
A ampliação da presença militar também responde ao novo perfil das Forças Armadas chinesas, que passaram por profundas reformas desde 2015 e agora figuram entre as mais avançadas do mundo. Segundo analistas, a tendência é que o Brasil passe a adquirir mais equipamentos chineses, aproveitando o custo competitivo e a alta tecnologia desses sistemas.
O que muda na relação Brasil-China?
A aproximação com a China acontece no ano em que as relações diplomáticas entre os dois países completam 50 anos. A nova estrutura reflete não apenas uma aproximação militar, mas um alinhamento mais amplo entre Brasília e Pequim em áreas comerciais, tecnológicas e políticas.
O porta-voz do governo chinês, Guo Jiakun, declarou à Folha que a medida reforça a construção de uma “comunidade sino-brasileira para um futuro compartilhado”, com foco na cooperação e no desenvolvimento sustentável. O gesto, segundo ele, beneficia ambos os países e fortalece o papel do Brasil entre os grandes países emergentes.
Há riscos ou pressões internacionais?
Apesar do tom diplomático, o movimento será observado com atenção por aliados ocidentais. O professor Maurício Santoro, da Escola de Guerra Naval, alerta que a política externa brasileira de diversificação de parcerias — que existe desde os anos 1970 — vem sofrendo pressão crescente por parte dos EUA e da Otan.
Países aliados demonstram desconforto com a aproximação do Brasil com nações como China e Rússia, sobretudo no contexto de conflitos geopolíticos em andamento. Santoro, no entanto, afirma que a presença de generais brasileiros na China não representa, por si só, motivo para retaliações, mas deverá aumentar o monitoramento internacional sobre as atividades da embaixada brasileira em Pequim.
Vale a pena apostar nessa diplomacia militar?
Para analistas, sim. O envio de oficiais-generais à China permite ao Brasil acompanhar de perto o cenário de tensão no Indo-Pacífico, inclusive em regiões sensíveis como o Mar do Sul da China, por onde passa boa parte do comércio brasileiro com o leste asiático. Entender a dinâmica local pode ajudar o país a antecipar riscos e colaborar com soluções pacíficas, respeitando sua tradição diplomática.
Além disso, a atuação direta das Forças Armadas no exterior permite avaliar de forma técnica e estratégica as oportunidades de cooperação e compra de tecnologias militares, algo que pode ser decisivo diante dos desafios de modernização das tropas brasileiras.
Você acha que essa aproximação com a China fortalece ou fragiliza o Brasil? O envio de generais brasileiros à China marca um novo capítulo na diplomacia militar do país. Você acredita que essa medida amplia a soberania nacional ou pode gerar riscos com antigos aliados? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha esse cenário de perto.
Temos negócios com paízes ($$$$). É uma importante estratégia. Temos igual nos EUA. Vivemos em uma democrácia e aprendemos e vendemos para o Ocidente e Oriente. Em breve seremos uma grande potência, sem lamber as botas de nenhum país.