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Executivos dizem basta ao home office: depois de Elon Musk declarar guerra ao modelo, CEOs seguem o exemplo e, no Brasil, funcionários são demitidos por baixa produtividade

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 09/09/2025 às 06:20
Executivos endurecem contra o home office em 2025: Elon Musk inspira CEOs e até no Brasil há demissões por suposta queda de produtividade.
Executivos endurecem contra o home office em 2025: Elon Musk inspira CEOs e até no Brasil há demissões por suposta queda de produtividade.
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O home office, que surgiu como solução durante a pandemia, virou motivo de discórdia no mundo corporativo. Se antes era visto como ferramenta de flexibilidade e produtividade, agora passou a ser alvo de críticas duras de grandes executivos. A pressão pelo retorno aos escritórios cresce, e a disputa entre liberdade individual e eficiência coletiva ganha novos capítulos em 2025

Cada vez mais líderes de grandes empresas estão abandonando o home office e exigindo a volta obrigatória aos escritórios. A decisão reacende uma discussão intensa sobre produtividade, colaboração e o futuro do trabalho em um mundo pós-pandêmico.

O modelo que ganhou força durante a pandemia de Covid-19 enfrenta agora um período de questionamentos. Em 2025, o cenário aponta para uma virada definitiva.

Executivos de peso têm adotado uma postura crítica. Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, já declarou que o home office é “besteira” e que a presença física é insubstituível.

Google (Alphabet)

Em 2025, a Alphabet, controladora do Google, decidiu reforçar sua política de retorno ao escritório em meio à corrida pela inteligência artificial.

A empresa passou a restringir o home office para parte de sua equipe, especialmente os funcionários que vivem a menos de 50 milhas (cerca de 80 quilômetros) de uma unidade da companhia. Para esse grupo, a regra é clara: a presença física deve ocorrer por, no mínimo, três dias por semana.

Apesar disso, a determinação não é uniforme em toda a organização. A Alphabet optou por deixar espaço para que cada equipe avalie suas próprias necessidades, permitindo ajustes conforme o tipo de projeto ou a demanda de colaboração.

Críticas ao trabalho remoto do CEO da Amazon

Em 2025, CEO da Amazon, Andy Jassy manteve a posição firme da Amazon em relação ao retorno presencial.

O executivo voltou a defender que a colaboração entre equipes só atinge seu potencial máximo quando acontece nos escritórios.

Segundo ele, a presença física é fundamental para fortalecer a cultura interna, acelerar a inovação e facilitar a troca diária de ideias que, no seu entendimento, não ocorre com a mesma intensidade no home office.

Jassy também rebateu críticas de que a medida teria como objetivo reduzir custos operacionais.

Ele afirmou que a decisão não está ligada a cortes, mas sim à estratégia de longo prazo da companhia, que aposta na interação presencial como motor de crescimento.

Para o CEO, garantir que os times estejam reunidos pelo menos alguns dias da semana é indispensável para manter a competitividade da Amazon em setores cada vez mais disputados.

Elon Musk e a influência no debate

Elon Musk continua sendo um dos críticos mais duros do trabalho remoto em 2025.

O CEO da Tesla e da SpaceX reforçou publicamente que o home office é “moralmente errado”, argumentando que não é justo executivos trabalharem de casa enquanto operários de fábrica precisam estar presencialmente.

Para ele, só existe uma forma séria de levar a empresa adiante: com todos os funcionários presentes nos escritórios em tempo integral.

Musk sustenta que a inovação e a disciplina organizacional só acontecem quando há convivência diária e supervisão direta.

Ele chegou a afirmar que quem prefere trabalhar remotamente deveria buscar outra carreira, porque não há espaço para home office em empresas que pretendem construir produtos complexos e avançados.

Essa postura, apesar de polêmica, tem influenciado o debate em várias corporações que observam seu estilo de gestão como referência.

Nem todos concordam com essa nova tendência

o caso do Dropbox vai na direção oposta das críticas feitas por Elon Musk, Andy Jassy e outros executivos.

Em 2025, o CEO Drew Houston comparou os mandatos de retorno ao escritório a uma tentativa de obrigar as pessoas a voltarem a shoppings e cinemas, algo que ele considera ultrapassado.

Para Houston, recriar modelos antigos de trabalho no ambiente digital é improdutivo e não acompanha a realidade atual do mercado.

Ele defende o conceito de “virtual first”, no qual o home office é a base e a presença física ocorre apenas quando realmente necessária.

Segundo Houston, a autonomia dos funcionários deve ser priorizada, porque o excesso de controle ou vigilância mina a confiança e reduz a produtividade.

Assim, o Dropbox se mantém como um contraponto no Vale do Silício, apostando que o futuro do trabalho está em modelos mais flexíveis e não na volta obrigatória aos escritórios.

O caso do Itaú

No Brasil, o tema ganhou força após a decisão do Itaú Unibanco. O banco demitiu nesta segunda-feira (8) cerca de mil funcionários que atuavam em regime híbrido ou remoto.

Segundo o Sindicato dos Bancários, a medida foi baseada na avaliação de produtividade dos colaboradores no home office.

A instituição informou que houve incompatibilidade entre as atividades registradas nas plataformas e os registros de ponto. Isso indicaria que as horas efetivamente trabalhadas não correspondiam ao que estava no sistema.

O Itaú afirmou ainda que a medida faz parte de um processo de gestão responsável e busca preservar a cultura da empresa.

Críticas do sindicato

O sindicato reagiu com críticas duras. Disse que os desligamentos ocorreram sem advertência prévia e sem diálogo com a entidade.

Para o diretor do sindicado Maikon Azzi, funcionário do Itaú, o critério usado é questionável. Ele afirmou que o banco considerou apenas registros de inatividade em máquinas corporativas, sem avaliar o contexto do trabalho.

Segundo ele, falhas técnicas, questões de saúde ou até a organização das equipes não foram levadas em conta.

Nem mesmo [deu] oportunidade para que os empregados pudessem se defender”, declarou.

O sindicato informou que, nos últimos 12 meses, o Itaú já havia cortado 518 postos, reduzindo o quadro para 85.775 funcionários. Agora, cobra a reposição das vagas.

Lucros bilionários em contraste

A presidente da entidade, Neiva Ribeiro, também criticou a decisão. Para ela, não há justificativa diante do lucro elevado do banco.

É inaceitável que uma instituição que registra lucros bilionários promova demissões em massa sob a justificativa de ‘produtividade’”, disse.

O caso acirra o debate no país. De um lado, o banco defende seus princípios de confiança e cultura. De outro, os trabalhadores denunciam arbitrariedade e falta de diálogo.

Nota oficial do Itaú

Em comunicado, o Itaú afirmou que os desligamentos decorreram de uma revisão criteriosa de condutas no trabalho remoto.

A nota reforçou que algumas práticas foram consideradas incompatíveis com os princípios da instituição.

“O objetivo é preservar nossa cultura e a relação de confiança com clientes, colaboradores e a sociedade”, declarou a instituição.

O texto finaliza dizendo que se trata de um processo de gestão responsável e que continuará acompanhando a produtividade e o registro de jornada.

Futuro em aberto

As demissões no Itaú evidenciam um movimento global: a confiança no home office diminui.

Grandes empresas buscam preservar cultura e engajamento, mas enfrentam resistência de funcionários que valorizam a autonomia.

O embate entre liberdade individual e produtividade coletiva segue sem solução definitiva.

O que está em jogo não é apenas onde se trabalha, mas como será o modelo organizacional dos próximos anos.

A tendência aponta para escritórios mais cheios. Ainda assim, o debate continua aberto e promete marcar o futuro do trabalho.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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