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“Evidente ruptura”: Brasil e EUA chegam à 80ª Assembleia da ONU com visões opostas e racha na relação, diz especialista

Escrito por Carla Teles
Publicado em 23/09/2025 às 12:35
"Evidente ruptura": Brasil e EUA chegam à 80ª Assembleia da ONU com visões opostas e racha na relação, diz especialista
Especialista analisa à CNN a “evidente ruptura” entre Brasil e EUA na 80ª Assembleia da ONU. Entenda as visões opostas de Lula e Trump no evento.
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Enquanto Lula deve focar em multilateralismo e clima, Trump deve reforçar interesses individuais, aprofundando o racha entre Brasil e EUA, aponta especialista à CNN.

A 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), iniciada nesta terça-feira (23) em Nova York, expõe um cenário de profunda divisão global. O evento é particularmente marcado por uma “evidente ruptura” nas relações entre Brasil e EUA, cujos líderes, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, devem apresentar discursos com visões de mundo diametralmente opostas.

Em entrevista à CNN, a Doutora em Direito Internacional, Priscila Caneparo, analisou que este distanciamento reflete uma reorganização do xadrez geopolítico. A expectativa, segundo a especialista, é que o debate na ONU não sirva para unir, mas sim para demarcar as posições antagônicas das duas maiores economias do continente americano, em um momento de crescente complexidade internacional.

O embate de visões: multilateralismo vs. interesses individuais

A análise de especialistas, repercutida pela CNN, indica que o discurso de abertura do Brasil, tradicionalmente o primeiro a falar na Assembleia, deve focar intensamente na defesa do multilateralismo. Espera-se que Lula reforce a necessidade de cooperação internacional para enfrentar desafios complexos, como a desigualdade social, a fome e a pobreza, que são pautas históricas da diplomacia brasileira. A postura brasileira deve defender soluções coletivas para problemas globais.

Em contrapartida, a expectativa para o pronunciamento de Donald Trump é a adoção de uma postura mais voltada aos interesses individuais dos Estados Unidos. Priscila Caneparo explicou à CNN que essa abordagem, muitas vezes descrita como unilateralista, tende a priorizar a soberania nacional em detrimento de acordos globais. Este posicionamento cria um choque direto com a proposta brasileira de maior integração e governança global compartilhada.

Esse antagonismo entre Brasil e EUA não é apenas retórico; ele tem implicações práticas. A divergência afeta a forma como o mundo busca soluções para crises migratórias e até mesmo a regulação de novas tecnologias, como a inteligência artificial, que também estão na pauta de debates da 80ª Assembleia. Onde o Brasil busca consenso, os EUA podem buscar vantagem competitiva.

Clima, Palestina e BRICS: os pontos de fricção

Um dos pontos centrais da agenda brasileira é a crise climática. O Brasil busca capitalizar sua posição de anfitrião da COP30, que será realizada em Belém (PA), para se posicionar como líder global na transição energética e na proteção ambiental. Este é um tema onde a distância para a administração dos EUA pode ser significativa, dependendo da prioridade dada por Trump às pautas de combustíveis fósseis em detrimento dos acordos climáticos.

Além do clima, outros temas devem evidenciar o racha. A situação na Palestina ganhará destaque, especialmente após o recente reconhecimento do Estado palestino por diversas nações, um movimento historicamente apoiado pelo Brasil, mas que encontra forte resistência dos EUA. A especialista ouvida pela CNN também mencionou que a expansão dos BRICS (bloco que inclui o Brasil) e os debates sobre a de-dolarização da economia global são outros vetores que aumentam a tensão geopolítica e afastam as posições entre Brasil e EUA.

A ONU em crise: fragilidade institucional ameaça ação global

A 80ª Assembleia Geral ocorre em um momento de questionamento profundo sobre a própria eficácia da ONU. A organização, segundo Caneparo, enfrenta uma crise de credibilidade. Conforme detalhado à CNN, essa fragilidade é alimentada por dois fatores principais: a estrutura obsoleta do Conselho de Segurança e os ataques constantes ao multilateralismo por parte de governos de extrema-direita.

O Conselho de Segurança, principal órgão de decisão da ONU, ainda reflete o equilíbrio de poder do pós-Segunda Guerra Mundial, não incorporando potências emergentes (como o Brasil, Índia e África do Sul). Esta falta de representatividade, combinada com o poder de veto das nações permanentes, frequentemente paralisa a organização diante de grandes conflitos, minando sua capacidade de ação.

Paralelamente, a especialista citada pela CNN aponta que o ceticismo em relação à cooperação internacional tem crescido, enfraquecendo a instituição. Apesar das críticas estruturais, Caneparo ressalta que a ONU mantém sua relevância através de suas diversas agências e órgãos técnicos, que continuam produzindo resultados práticos para o desenvolvimento global. No entanto, a necessidade de uma reforma estrutural é urgente para que a organização se adapte aos desafios contemporâneos.

Este cenário de ruptura entre Brasil e EUA na ONU sinaliza uma profunda reorganização das alianças globais. Diante dessas visões opostas, como você avalia o posicionamento brasileiro? O Brasil deve priorizar alianças tradicionais ou focar na expansão de blocos como o BRICS? Deixe sua opinião nos comentários, queremos entender sua perspectiva sobre este novo momento da diplomacia.

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Carla Teles

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