Donald Trump anunciou que militares dos Estados Unidos atacaram um barco vindo da Venezuela, matando 11 supostos narcoterroristas ligados ao Tren de Aragua. Maduro reage e convoca milicianos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (2) que militares americanos realizaram uma operação letal no sul do Mar do Caribe contra uma embarcação que teria partido da Venezuela. Segundo ele, o alvo era um grupo ligado ao Tren de Aragua, organização considerada narcoterrorista por Washington.
De acordo com Trump, 11 pessoas morreram no ataque e nenhum militar americano ficou ferido. A declaração foi feita em sua rede Truth Social e veio acompanhada de um vídeo mostrando a explosão de uma lancha em águas agitadas.
“Que isso sirva de aviso para qualquer um que esteja pensando em trazer drogas para os Estados Unidos da América. Cuidado!”, escreveu o presidente.
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Trump reforça discurso contra o narcotráfico latino-americano
Ainda na publicação, Trump destacou que grande parte das drogas que chegam aos EUA tem origem na Venezuela. “Temos muitas drogas entrando em nosso país e chegando há muito tempo. E elas vinham da Venezuela e estavam vindo muito da Venezuela. Muitas coisas estão saindo da Venezuela”, afirmou.
O secretário de Estado, Marco Rubio, reforçou o anúncio no X (antigo Twitter), descrevendo a operação como um “ataque letal”. Segundo ele, a ação faz parte da estratégia do governo para sufocar grupos designados como narcoterroristas.
Operações militares no Caribe e reforço naval dos EUA
Desde agosto, uma esquadra de navios militares americanos foi deslocada para o sul do Caribe, próxima à costa venezuelana. Estima-se que 4,5 mil soldados, incluindo 2,2 mil fuzileiros navais, participem da missão.
Na semana seguinte, mais embarcações foram enviadas, ampliando a presença americana na região. Segundo a Casa Branca, o objetivo é combater o narcotráfico e proteger a segurança nacional.
Karoline Leavitt, porta-voz do governo, foi categórica: “Ele [Trump] está preparado para usar todos os elementos da força americana para impedir que drogas entrem no nosso país e para levar os responsáveis à Justiça”.
Maduro reage e fala em resistência contra intervenção estrangeira
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rebateu as acusações e chamou a operação de “pretexto intervencionista”. Segundo ele, a verdadeira intenção dos Estados Unidos é impor mudanças políticas na América Latina.
“A causa que defendemos é muito grande, então uma mudança de regime não é apenas ilegal, mas também imoral. E eles não vão conseguir colonizar ou escravizar a Venezuela, a América do Sul ou a nossa América”, declarou.
Maduro anunciou ainda a mobilização de 4,5 milhões de milicianos, convocando civis a se alistarem na Milícia Bolivariana, braço das Forças Armadas formado por voluntários. Nos últimos dias, milhares de venezuelanos fizeram filas em Caracas para se registrar.
Histórico de acusações e sanções contra Maduro
A relação entre Trump e Maduro gira em torno de muitos embates desde o primeiro mandato do republicano. Na época, o governo americano indiciou o presidente venezuelano por corrupção, terrorismo e tráfico de drogas.
Mais recentemente, os Estados Unidos ampliaram a pressão. O Departamento de Justiça anunciou o congelamento de mais de US$ 700 milhões em ativos supostamente ligados a Maduro, incluindo jatos privados e veículos de luxo.
Pam Bondi, procuradora-geral dos EUA, classificou o presidente venezuelano como “um dos maiores narcotraficantes do mundo e uma ameaça à segurança nacional americana”.
Questionamentos internacionais e denúncias de fraude eleitoral
Além das acusações de envolvimento com cartéis de drogas, o governo Maduro é alvo de críticas internacionais por suspeitas de fraude nas eleições presidenciais de 2024.
Embora negue qualquer irregularidade, o líder venezuelano não apresentou as atas oficiais requisitadas por países como Brasil e por outros líderes globais.
Esse cenário de desconfiança reforça o isolamento da Venezuela no campo diplomático e alimenta o discurso de Washington, que usa as acusações como justificativa para ampliar a pressão política e militar na região.