O governo americano mira reduzir dependência da China e reforçar a segurança econômica em meio a novas medidas tarifárias que entram em vigor em novembro
A partir de 9 de novembro de 2025, os Estados Unidos aplicarão tarifas entre 100% e 150% sobre equipamentos portuários e logísticos ligados à China.
Segundo o U.S. Trade Representative (USTR), a medida publicada no Federal Register tem como foco fortalecer cadeias de suprimentos e proteger a segurança econômica nacional.
Além disso, a decisão pretende reduzir a dependência de produtos chineses, criando uma nova frente comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Tarifas sobre guindastes, chassis e equipamentos portuários
De acordo com o USTR, em 10 de outubro de 2025, foram anunciadas tarifas abrangendo guindastes ship-to-shore (STS), chassis intermodais e outros equipamentos portuários.
As novas regras também se aplicam a produtos fabricados, montados ou contendo componentes chineses, o que amplia significativamente o alcance das medidas.
Entre os itens afetados estão trailers, semi-reboques, guindastes sobre trilhos e empilhadeiras automáticas, além de reachstackers, straddle carriers, tratores de terminal e top loaders.
As alíquotas variam entre 100% e 150%, conforme a categoria e a origem dos produtos.
Entretanto, guindastes STS contratados até 17 de abril de 2025 e entregues até 18 de abril de 2027 estarão isentos da tarifa de 100%.
Essa isenção temporária visa garantir previsibilidade para contratos já firmados antes da publicação oficial.
Alterações nas taxas sobre navios estrangeiros
O governo também alterou a forma de cobrança sobre navios estrangeiros que transportam veículos, promovendo maior equidade regulatória.
O valor passa a ser de US$ 46 por tonelada líquida, limitado a cinco cobranças por embarcação por ano, o que substitui o cálculo anterior por unidade transportada.
Além disso, navios do governo americano e os registrados no Maritime Security Program ficam isentos até abril de 2029.
Essa mudança, segundo o Federal Register, tem o objetivo de modernizar a política portuária e estimular o controle logístico interno.
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Motivações e justificativas das medidas
O USTR destacou que as novas tarifas visam aumentar a alavancagem dos Estados Unidos diante das práticas comerciais chinesas consideradas desleais.
Com isso, pretende-se reforçar a segurança nacional e proteger infraestruturas críticas ligadas ao comércio marítimo.
Além disso, a decisão busca reduzir vulnerabilidades em cadeias estratégicas e aumentar a resiliência logística nacional.
O órgão também abriu consulta pública até 10 de novembro de 2025, permitindo que empresas e entidades apresentem contribuições e sugestões sobre os impactos econômicos.
Impactos esperados e reações do setor
O USTR cancelou a possibilidade de suspender licenças de exportação de gás natural liquefeito (GNL), afirmando que a medida evita disrupções de curto prazo e mantém estabilidade energética.
Por outro lado, a American Association of Port Authorities (AAPA) criticou duramente a decisão.
A entidade afirmou que as tarifas podem elevar custos operacionais, atrasar projetos de modernização portuária e impactar diretamente o comércio marítimo internacional.
Além disso, especialistas em logística alertam que as tarifas devem aumentar o preço de insumos, reduzir a competitividade americana e gerar incertezas em cadeias globais de transporte.
Segundo analistas, os efeitos colaterais poderão incluir aumento de custos, retardamento de investimentos e ajustes na dinâmica comercial global.