Brasil vive recorde nas exportações de carne bovina, mas disputa entre EUA e China expõe riscos de tarifas, dependência e vulnerabilidade do maior rebanho do planeta.
O Brasil vive um momento histórico no setor de proteína animal. Dono do maior rebanho comercial de bovinos do planeta, com mais de 230 milhões de cabeças, o país consolidou-se como maior exportador mundial de carne bovina, abastecendo tanto a Ásia quanto a América do Norte. Em 2025, as exportações bateram recordes sucessivos, impulsionadas por dois gigantes em disputa: China e Estados Unidos.
Mas o que poderia ser apenas uma vitória brasileira no comércio internacional está se transformando em um tabuleiro geopolítico delicado. De um lado, a China, que responde por mais de 50% da carne bovina embarcada pelo Brasil, busca ampliar a segurança alimentar de sua população. Do outro, os EUA, que se tornaram o segundo maior destino da carne brasileira e agora impõem tarifas que podem redesenhar o mapa das exportações. Entre ganhos e riscos, os produtores nacionais vivem uma tensão crescente: a fartura dos recordes pode virar vulnerabilidade em um piscar de olhos.
O peso da China na balança comercial da carne bovina
A relação entre Brasil e China no setor da carne bovina é de interdependência. Desde 2019, os chineses ampliaram de forma exponencial as compras, atraídos pelo surto de peste suína africana que devastou o rebanho de porcos do país. Em 2024 e 2025, o apetite chinês manteve-se elevado, garantindo ao Brasil bilhões em receitas de exportação.
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Segundo dados da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), em 2025 a China foi responsável por mais da metade das exportações brasileiras, consolidando-se como cliente estratégico. O risco, no entanto, é claro: a dependência de um único mercado pode deixar os pecuaristas vulneráveis a mudanças repentinas de políticas sanitárias ou a tensões diplomáticas.
A chegada dos EUA como segundo maior comprador
Se a China domina a ponta do consumo, os Estados Unidos emergiram como segundo maior destino da carne bovina brasileira.
Nos últimos dois anos, houve uma abertura crescente do mercado norte-americano para cortes específicos, principalmente de carne in natura. Esse movimento trouxe diversificação às exportações brasileiras, reduzindo — ao menos em parte — a dependência da Ásia.
Mas em 2025, a Casa Branca adotou uma estratégia diferente. Pressionados por produtores locais, os EUA elevaram tarifas sobre parte das importações brasileiras, sob alegação de “defesa da indústria doméstica”. Para o Brasil, a medida foi recebida como um balde de água fria em um momento de expansão. O setor teme que o aumento de custos reduza a competitividade frente a outros fornecedores globais, como Austrália e Uruguai.
Recordes e vulnerabilidades
O Brasil embarcou, em julho de 2025, mais de 200 mil toneladas de carne bovina, volume histórico para um único mês. Os números impressionam, mas especialistas alertam para um paradoxo: quanto mais recordes são alcançados, maior a exposição do país às variações do cenário internacional.
Se a China decidir diversificar fornecedores para reduzir riscos de dependência, ou se os EUA mantiverem tarifas agressivas, o impacto sobre o agronegócio brasileiro pode ser profundo. Afinal, dois países concentram mais de 65% da receita de exportações da carne bovina do Brasil.
O custo das tarifas e a ameaça de perder espaço
O aumento tarifário dos EUA gerou preocupação imediata. Exportadores calculam que a medida pode significar perdas de até US$ 500 milhões anuais caso os volumes sejam reduzidos. Além disso, abre espaço para que concorrentes ganhem mercado no território norte-americano, enquanto o Brasil pode acabar forçado a direcionar ainda mais carne para a China — reforçando a dependência já considerada perigosa.
Produtores brasileiros também lembram que a disputa não é apenas comercial, mas estratégica. A carne bovina é vista como um ativo de segurança alimentar, e tanto EUA quanto China enxergam no Brasil uma peça central em suas políticas de abastecimento.
Brasil possui o maior rebanho comercial do planeta
O Brasil possui o maior rebanho comercial do planeta, mas enfrenta desafios internos que podem afetar sua competitividade no longo prazo. Questões como rastreabilidade, exigências ambientais e pressão por desmatamento zero colocam o país sob vigilância internacional.
A União Europeia, por exemplo, já aprovou o Regulamento Antidesmatamento (EUDR), que afetará exportações de carne a partir de 2025/2026. Isso significa que, além da disputa EUA-China, o Brasil terá de lidar com barreiras ambientais e regulatórias que podem restringir mercados de alto valor agregado.
A disputa que vai muito além da carne
No fundo, a disputa entre EUA e China pela carne bovina brasileira é um reflexo de algo maior: a competição pela influência sobre o agronegócio e os recursos estratégicos do Brasil. Quem garantir presença estável na cadeia de proteína animal terá não apenas acesso a alimentos, mas também influência geopolítica sobre um setor vital para a segurança global.
Essa guerra comercial coloca o Brasil em uma posição ambígua: de fornecedor cobiçado a refém das tensões entre as duas maiores potências do planeta.
O futuro da carne brasileira
O cenário para 2026 é de incerteza. Se o Brasil conseguir diversificar mercados, ampliar vendas para países do Oriente Médio e manter acordos sanitários robustos, poderá reduzir a dependência dos dois gigantes. Mas se permanecer preso ao jogo EUA-China, corre o risco de ver sua liderança fragilizada.
O fato é que, com um rebanho de proporções continentais e capacidade de produção recorde, o Brasil seguirá como protagonista. A dúvida é se será um protagonista soberano, capaz de negociar com múltiplos parceiros, ou um fornecedor pressionado por dois polos de poder global.
E mais e mais terreno desmatado para criar ****, ****
Nossa a reportagem falando em exportaçáo de carne bovina.vem uns estrume falar do Bolsonaro.avisa esses vermes.q quem tá governando o Brasil e o Lula.bandods de inúteis .
Cotex. O.que. Para camarada para de se querer se amostra doutor