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EUA bloqueiam Chevron na Venezuela e petroleiras brasileiras podem lucrar com o petróleo pesado

Escrito por Carla Teles de Lima
Publicado em 15/03/2025 às 19:50
EUA bloqueiam Chevron na Venezuela e petroleiras brasileiras podem lucrar com o petróleo pesado
Caso o Brasil absorva um terço da demanda da Chevron, cerca de 77 mil barris por dia podem ser adquiridos de produtores nacionais.

Com a suspensão das operações da Chevron, Brasil pode suprir demanda de até 77 mil barris diários, beneficiando PRIO, Equinor e Brava Energia

A recente decisão do governo dos Estados Unidos de interromper as operações da Chevron na Venezuela está sacudindo o mercado de petróleo. A medida força a gigante americana a buscar alternativas para manter o suprimento de sua refinaria em Pascagoula, no Mississippi. E adivinhe quem pode sair ganhando? O Brasil.

Desde 2023, a Chevron operava na Venezuela sob licenças especiais, permitindo a importação de petróleo pesado para os Estados Unidos. Essa operação resultava em exportações de aproximadamente 230 mil barris por dia. No entanto, com a revogação dessas permissões, a companhia precisa agora encontrar substitutos para manter suas operações.

O petróleo pesado da Venezuela é essencial para algumas refinarias dos EUA, que dependem desse tipo de matéria-prima para suas operações. Com a proibição, a Chevron e outras empresas precisam buscar alternativas no mercado global, abrindo espaço para novos fornecedores.

Oportunidade para Petróleo do Brasil: uma janela estratégica

Com a necessidade da Chevron de encontrar novas fontes de petróleo pesado, o Brasil surge como uma opção altamente competitiva.

A produção brasileira de petróleo pesado ocorre, principalmente, em campos offshore. Esse tipo de petróleo se encaixa no perfil desejado pela Chevron, tornando o Brasil uma alternativa viável para suprir parte da demanda deixada pela Venezuela.

A proximidade geográfica é um dos trunfos do Brasil. A logística de exportação para os EUA é mais barata do que a do Oriente Médio, por exemplo. O petróleo brasileiro enfrenta menos riscos de tarifas em comparação com o produto mexicano, o que torna o país ainda mais atrativo para a Chevron.

Quem são os maiores beneficiados no Brasil?

Algumas petroleiras brasileiras podem colher os frutos dessa mudança no cenário global.

De acordo com InfoMoney caso o Brasil absorva um terço da demanda da Chevron, cerca de 77 mil barris por dia podem ser adquiridos de produtores nacionais. Empresas como PRIO, Equinor e Brava Energia possuem campos de petróleo pesado, como Papa-Terra, Atlanta e Peregrino, que se encaixam no perfil desejado pela Chevron.

Atualmente, o petróleo pesado é negociado com um desconto em relação ao Brent, frequentemente acima de US$ 10 por barril. Um aumento na demanda pode reduzir esse desconto, melhorando as margens dos produtores. O Bradesco BBI estima que uma diminuição de US$ 1 nesse desconto pode elevar o valor das ações da Brava em R$ 1 e da PRIO em R$ 2.

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Carla Teles de Lima

Falo sobre tecnologia, inovação e no setor de petróleo e gás, trazendo conteúdo atualizado e relevante sobre o mercado brasileiro. Todos os dias, compartilho informações sobre oportunidades de trabalho e as principais novidades do setor. Tem uma sugestão de pauta? É só enviar para o meu e-mail: carlatdl016@gmail.com.

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