Com média mundial de 110% do PIB, estudo da AUVP Capital alerta que o peso da dívida ameaça estabilidade econômica e pressiona juros em várias economias.
A dívida mundial alcançou níveis históricos em 2025, ultrapassando US$ 324 trilhões. Só os Estados Unidos concentram US$ 37 trilhões, enquanto o Japão mantém um endividamento equivalente a 235% do seu Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo relatório da AUVP Capital, a média global já ronda 110% do PIB, evidenciando que o problema não é isolado.
Essa escalada afeta diretamente títulos públicos, fundos de pensão e a capacidade de investimento das nações, criando um ambiente de incerteza para governos e cidadãos.
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O retrato da dívida mundial
De acordo com o relatório, o endividamento deixou de ser um tema restrito a economistas e já impacta o cotidiano das famílias.
Hoje, cada recém-nascido no planeta “herda” em média US$ 40 mil em dívida, reflexo da soma entre a produção anual e os compromissos assumidos pelos governos.
Nos Estados Unidos, o déficit fiscal está acima de 6% do PIB, forçando emissões sucessivas de títulos.
No Japão, o problema é estrutural: o envelhecimento populacional pressiona gastos sociais e mantém a dívida em patamar recorde de 235% do PIB.
A lógica dos ciclos de endividamento
O estudo lembra que a trajetória atual repete ciclos já vistos. Após a Segunda Guerra, países enfrentaram altos níveis de dívida, mas conseguiram reduzi-los durante o período de crescimento acelerado entre 1950 e 1980.
A partir dos anos 1980, os juros em queda facilitaram crédito barato e estimularam governos a se endividarem ainda mais.
Com a pandemia de 2020 e os juros próximos de zero, o custo da dívida explodiu. Hoje, muitos países gastam mais com juros do que com investimentos sociais ou infraestrutura.
O impacto nos mercados financeiros
O relatório destaca que o aumento da dívida já pressiona o mercado de títulos. Exemplos extremos vêm da Áustria, cujos papéis de 100 anos perderam 75% do valor desde 2020.
Nos Estados Unidos, ETFs como o TLT, que refletem títulos de longo prazo, acumulam perdas próximas de 50% em cinco anos.
Esse cenário minou a confiança internacional. Bancos centrais agora mantêm mais reservas em ouro do que em Treasuries americanos, algo inédito desde os anos 1990.
A busca por ativos considerados seguros, como ouro, prata e até Bitcoin, reflete a percepção de que o sistema baseado em emissão crescente de dívida pode ter chegado ao limite.
Consequências para cidadãos e governos
Na prática, a escalada da dívida significa juros mais altos, crédito restrito e risco de inflação persistente. Para o cidadão comum, isso se traduz em mais dificuldade para financiar a compra de imóveis, carros e até para manter o poder de compra.
Governos, por sua vez, enfrentam um dilema: aumentar impostos, cortar gastos ou seguir emitindo títulos.
Nenhuma dessas escolhas resolve de forma definitiva o problema do endividamento, e todas trazem impactos sociais e políticos significativos.
Possíveis cenários
A análise aponta três cenários possíveis: uma recessão prolongada, uma onda inflacionária semelhante à de 2008 ou uma crise de confiança nos títulos públicos dos Estados Unidos.
Fundos de pensão, que concentram investimentos em papéis de longo prazo, podem ser os mais atingidos, colocando em risco a aposentadoria de milhões de pessoas.
Ainda assim, ativos como ouro e prata têm servido de “porto seguro” em meio às turbulências, valorizando mais de 30% apenas em 2025.
A dívida global chegou a um ponto em que compromete não apenas as contas públicas, mas também a vida cotidiana de cidadãos e empresas.
Para a AUVP Capital, o sistema só resiste pela confiança dos investidores, mas sinais de desgaste se acumulam rapidamente.
Na sua opinião, quem deve pagar essa conta? Os governos, com ajustes fiscais, ou a população, com mais impostos e menos benefícios?
Deixe sua visão nos comentários queremos ouvir quem vive isso na prática.