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“Eu não quero usar isso, eu quero ser isso”: Artista embarca em jornada para se fundir com a IA

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 23/08/2024 às 17:01
"Eu não quero usar isso, eu quero ser isso": Artista embarca em jornada para se fundir com a IA
No ano passado, a artista Avital Meshi testou o quão próxima ela pode se integrar à tecnologia da OpenAI, tornando a IA parte de seu corpo e sua voz. (Imagem: Reprodução)

Avital Meshi, uma artista inovadora, está explorando os limites entre humano e tecnologia, utilizando a IA da OpenAI para criar uma simbiose única.

No cenário artístico atual, Avital Meshi se destaca por uma abordagem inovadora e ousada: em vez de apenas utilizar a IA (Inteligência Artificial), ela está em uma jornada para se tornar um com a tecnologia da OpenAI. Meshi, que começou sua carreira como bióloga, agora explora a fusão entre humano e máquina, utilizando a IA de uma forma nunca antes vista.

Durante o último ano, Avital Meshi, uma artista e pesquisadora com formação em biologia, embarcou em um projeto audacioso chamado GPT-ME, no qual ela integra a IA ao seu corpo e voz. Utilizando a tecnologia da OpenAI, Meshi transforma-se em um “conjunto cognitivo humano-IA”, onde ela, literalmente, se torna a IA em suas performances e interações diárias.

Modelo IA pode atuar de diversas formas

Seu dispositivo, que inclui um microfone USB conectado a um microcontrolador Raspberry Pi e a API da OpenAI, permite que ela altere sua personalidade e comportamento com o toque de um botão. Um dos botões em seu dispositivo a permite pré-configurar o modelo de IA para assumir uma determinada persona, como a de um especialista em cinema ou de um político republicano (Me lembrou Westworld). Já o outro botão ativa o microfone que capta as conversas ao seu redor, permitindo que a IA responda através de um fone de ouvido que Meshi usa no ouvido direito.

Criação do GPT-ME

Essa tecnologia não é apenas uma ferramenta para Meshi, mas uma extensão de sua identidade. Ela explica que sua interação com o GPT, anterior ao lançamento do ChatGPT, foi tão profunda que ela não queria mais apenas usar a tecnologia, mas ser ela. Esse desejo levou à criação do GPT-ME, um projeto que não visa lucro, mas sim uma exploração artística e filosófica sobre a simbiose entre humano e IA.

Fusão entre humano e IA

No entanto, essa fusão entre humano e IA não é isenta de controvérsias. Em uma de suas apresentações, uma colega expressou desconforto, acreditando que o dispositivo estava gravando suas ideias e transmitindo-as para a OpenAI. Esse incidente, junto com outros desafios, como a suspeita de um condutor de trem que pensou que Meshi estava planejando hackear o transporte, mostra as complexidades e reações diversas que seu projeto provoca.

Tecnologia da OpenAI

Meshi também reflete sobre as implicações mais amplas da tecnologia da OpenAI. Embora ela reconheça o potencial criativo e inspirador da IA, preocupa-se com a possibilidade de perder o controle sobre sua identidade conforme as empresas começam a automatizar atualizações que poderiam influenciar suas personas sem seu consentimento. Ela se questiona sobre o futuro da IA em um mundo capitalista, onde a tecnologia poderia ser usada para injetar ideias e promover produtos de forma ainda mais invasiva.

O projeto GPT-ME de Meshi não é apenas uma performance artística, mas uma exploração profunda do que significa ser humano em uma era cada vez mais dominada pela tecnologia da OpenAI. Sua jornada continua, desafiando as noções tradicionais de identidade e levantando questões sobre o futuro da interação entre humanos e máquinas. Meshi acredita que, ao explorar esses limites, podemos obter novos insights sobre como a tecnologia pode moldar, ou até mesmo redefinir, o que significa ser humano.

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Rafaela Fabris

Fala sobre inovação, energia renováveis, petróleo e gás. Atualiza diariamente sobre oportunidades no mercado de trabalho brasileiro.

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