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Etanol vira moeda de troca entre Brasil e EUA: tarifaço pode abalar o agro e a economia brasileira

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 19/10/2025 às 13:27
Etanol vira moeda de troca entre Brasil e EUA: tarifaço pode abalar o agro e a economia brasileira
Fonte: IA
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Etanol pode ser usado como moeda de troca entre Brasil e EUA. Possível fim do tarifaço preocupa o agro e a economia nacional.

Etanol volta ao centro das negociações entre Brasil e Estados Unidos

O etanol voltou a ser destaque nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Segundo o portal Exame, o governo norte-americano, liderado por Donald Trump, pode usar o biocombustível como moeda de troca para pressionar o fim do tarifaço brasileiro, que hoje é de 18%.

A ideia surgiu após o encontro entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio, na última quinta-feira (16).

Embora não tenham sido divulgados detalhes, fontes do setor sucroenergético afirmam que o tema do etanol voltou à mesa de negociações.

A possível mudança acende um alerta no agronegócio e na economia brasileira, que podem sentir o impacto direto de uma eventual abertura ao produto americano.

Pressão dos Estados Unidos e disputa comercial

Desde fevereiro, Trump acusa o Brasil de praticar uma “injustiça comercial” nas tarifas do etanol. Hoje, o produto brasileiro paga 2,5% para entrar nos EUA, enquanto o americano enfrenta 18% de imposto no Brasil.

A pressão vem dos produtores de milho, base do etanol americano, que enfrentam dificuldades para escoar a safra após perderem espaço na China.

Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o país deve colher 427 milhões de toneladas de milho nesta safra. Com o avanço da Rússia como principal fornecedora do grão aos chineses, os norte-americanos buscam novos mercados — e o Brasil surge como o alvo ideal.

“Trump precisa resolver esse impasse, que é uma demanda dos produtores locais”, explicou Dudu Hammerschmidt, vice-presidente do Grupo Potencial, ao portal Exame.

Redução da tarifa pode favorecer os EUA e afetar a economia

Se o tarifaço de 18% cair, os Estados Unidos abririam uma nova rota de exportação para o Brasil, o que fortaleceria o agro americano.

O Congresso dos EUA discute ampliar a mistura de etanol na gasolina de 10% (E10) para 15% (E15) durante todo o ano, o que aumentaria a produção e criaria excedentes para exportação.

Mesmo com a tarifa atual, os EUA devem enviar 650 milhões de litros de etanol ao Brasil na safra 2025/26, um crescimento de 160% em relação ao ciclo anterior, segundo a Datagro.

O aumento é impulsionado pela alta na mistura obrigatória de etanol na gasolina brasileira, que passou de 25% para 30%, e pela queda na produção nacional de etanol de cana-de-açúcar.

Além disso, as exportações globais dos EUA subiram 35% em 2024, atingindo US$ 7,5 bilhões, o que mostra o peso estratégico do setor na economia norte-americana.

O impacto do etanol americano no Brasil

A eliminação da tarifa traria efeitos imediatos na economia brasileira. O etanol americano poderia chegar até 15% mais barato que o nacional, especialmente no Nordeste, região com déficit de oferta.

A proximidade com Houston, nos EUA, facilitaria o transporte, reduzindo custos logísticos. Isso diminuiria a necessidade de transferir 1 bilhão de litros de etanol do Centro-Sul para o Norte e Nordeste todos os anos.

Por outro lado, a concorrência desleal com o produto americano poderia pressionar os preços internos e enfraquecer o setor sucroenergético nacional, afetando diretamente empregos e investimentos no campo.

Etanol, economia e geopolítica energética

O debate sobre o etanol vai muito além da agricultura, pois envolve geopolítica e economia global. Enquanto os Estados Unidos buscam expandir o etanol de milho, o Brasil tenta proteger sua produção de cana, considerada mais limpa e sustentável.

Por isso, o etanol se tornou peça-chave nas negociações diplomáticas entre os dois países. Além disso, o tema já ultrapassa o setor energético e se transforma em uma disputa de poder e influência econômica.

Diante desse cenário, o governo brasileiro precisa equilibrar as relações comerciais com os EUA sem comprometer a economia interna. Assim, qualquer mudança no tarifaço pode redefinir o mercado de biocombustíveis e impactar diretamente a balança comercial do país.

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Gus Hand
Gus Hand
19/10/2025 14:02

Your blog is a true hidden gem on the internet. Your thoughtful analysis and engaging writing style set you apart from the crowd. Keep up the excellent work!

Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia, Geopolítica, Economia. Apaixonada por leitura e escrita.

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