1. Início
  2. / Economia
  3. / Etanol: Conflito entre Brasil e EUA sobre tarifas pode custar milhões à indústria brasileira
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 2 comentários

Etanol: Conflito entre Brasil e EUA sobre tarifas pode custar milhões à indústria brasileira

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 29/07/2025 às 11:37
etanol - EUA - tarifa
Imagem: IA
  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
13 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo

Pressão americana e retaliação brasileira acendem o alerta nas cadeias de açúcar e etanol. Tarifa extra pode custar milhões às usinas do país.

O cenário do comércio entre Brasil e Estados Unidos ficou mais tenso. A recente decisão do governo americano de aplicar um ‘tarifaço’ de 50% sobre as importações brasileiras colocou o setor de açúcar e etanol em estado de alerta. Enquanto isso, do lado brasileiro, a cobrança de 18% sobre o etanol americano permanece firme — e, segundo autoridades, sem qualquer chance de ser revista por agora.

Essa nova etapa na relação comercial entre os dois países expõe um jogo duro de interesses. Por um lado, o Brasil protege sua produção interna de etanol, especialmente no Nordeste, onde o custo de produção é mais alto e a competitividade menor. Por outro, os EUA se queixam da “desvantagem” na balança comercial e pressionam por uma abertura maior do mercado brasileiro.

50% de tarifa americana: o impacto direto nas usinas brasileiras

A conta é pesada. Com a nova tarifa anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, o custo adicional para as usinas brasileiras pode ultrapassar US$ 100 milhões. Só no etanol, as perdas podem chegar perto de US$ 91 milhões — e isso afeta diretamente usinas da região Norte e Nordeste, que são beneficiadas por leis de incentivo para economias locais.

E não para por aí. O açúcar também será afetado. Para além dos números, o que está em jogo é a capacidade do Brasil de manter presença relevante no mercado americano — mesmo com custos mais altos.

Governo Lula mantém posição firme? Tarifa sobre etanol americano não mudará?

Enquanto setores ligados à siderurgia sugerem flexibilizar a tarifa brasileira sobre o etanol em troca de vantagens para o aço exportado, o Ministério da Indústria e Comércio garante que isso não está na mesa.

“Reduzir a taxa agora não faz sentido. A prioridade é proteger a indústria nacional e seus empregos”, afirmou Márcio Elias Rosa, secretário-executivo da pasta comandada por Geraldo Alckmin.

A posição é respaldada por outros membros do governo, como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que reforça a importância da tarifa como forma de preservar a cadeia do etanol no país, principalmente nas regiões mais vulneráveis.

Etanol brasileiro ainda é insubstituível para os EUA?

Mesmo com as tarifas em alta, o etanol de cana brasileiro ainda é um produto estratégico para o mercado americano. Ele tem características únicas, como baixa emissão de carbono, e representa mais de 70% do que os Estados Unidos importam no setor.

Isso significa que, mesmo com barreiras, os americanos ainda dependerão em boa parte do biocombustível brasileiro — o que pode abrir espaço para futuras negociações mais equilibradas.

No entanto, enquanto o clima político permanecer tenso e as decisões forem tomadas mais por interesses eleitorais do que por pragmatismo comercial.

No fim das contas, o consumidor ainda pode sentir no bolso. Com menos espaço para exportar e maior custo para importar, o preço do etanol e da gasolina pode oscilar. E mais uma vez, a geopolítica mostra que tem tudo a ver com o que chega — e com o que sai — da bomba de combustível.

Inscreva-se
Notificar de
guest
2 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
BlueDiamond
BlueDiamond
29/07/2025 14:31

Engraçado porque os Usineiros brasileiros não reclamaram dos 18% que o governo brasileiro taxa o etanol dos EUA que chegam ao Brasil há décadas e os EUA sempre taxaram o etanol do brasil em 3,5% ou 2,5% até hoje ? Mandamos muito etanol para os EUA, e importamos pouco etanol de milho dos EUA com taxas de 18%. Mas nós importamos muitas coisas ligadas a tecnologia para TUDO que consumimos. Carros, aviões, maquinas, equipamentos, para industria, comércio, pequenas e grandes, exportamos manufaturas e importamos o produto já pronto, e isso é o que o atual governo ainda quer para o país. desde o agro a ****, terras raras, etc. Não se planeja um pais para o crescimento indutrial, tecnologico. Universidades são essencialmente de humanas e não de exatas, publicas ideologizadas, privadas carissimas, diminui o subsidio, cursos técnicos no lugar de Graduados, pós, mestres, doutores, cientistas, inventores, startups após formação, isso impulsiona um país. E esta sendo abandonado, bloqueado para que não possamos ter crescimento real no futuro. Este país precisa parar de ser explorado por outros e levar nossas riquezas embora, invadido por migrantes, corrompido por criminalidade, facções terroristas, corruptos no judiciaroo, executivo e legislativo. Há urgencia em mudança agora, senao seremos sugados pela catastrofe em curto e medio prazo.

Mauricio Christovao
Mauricio Christovao
29/07/2025 11:53

Faça negócio, não faça a guerra. Essas sanções americanas não fazem nenhum sentido.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x