Pesquisa revela que até 90% dos camarões do litoral de São Paulo estão contaminados com microplásticos! Será que estamos consumindo plástico sem saber? Cientistas alertam para os riscos!
Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) revelou um dado alarmante para o ecossistema marinho e a saúde humana:
Entre 80% e 90% dos camarões analisados no litoral de São Paulo estão contaminados por microplásticos.
A descoberta, que ainda precisa passar por revisão de pares, levanta preocupações sobre a segurança alimentar e os impactos da poluição no oceano.
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A pesquisa faz parte do Programa Biota e teve início em 2023.
Seu objetivo é avaliar a bioacumulação de microplásticos em crustáceos detritívoros, como camarões, que se alimentam de matéria orgânica presente no fundo do mar.
Segundo a pós-doutoranda Daphine Herrera, integrante do estudo, essa característica os torna modelos ideais para pesquisas sobre poluição marinha.
Impacto dos microplásticos nos oceanos e na saúde
Os cientistas identificaram uma variação na quantidade de microplásticos entre as regiões analisadas, mas a presença dessas partículas foi generalizada.
Estudos anteriores já haviam apontado que moluscos e outros organismos marinhos ao longo da costa brasileira também são afetados por essa poluição, conforme indicam pesquisas lideradas pela bóloga Mércia Barcellos da Costa, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Os microplásticos já foram detectados em vários locais do corpo humano, incluindo a corrente sanguínea, pulmões e placenta, segundo pesquisas internacionais.
Estudos indicam que essas partículas podem carregar poluentes tóxicos e aumentar os riscos de doenças.
Além disso, plásticos biodegradáveis, frequentemente vistos como uma solução ecológica, têm potencial de gerar ainda mais microplásticos e de se aderirem mais facilmente aos tecidos biológicos.
A origem dos microplásticos e seus impactos ambientais
Os microplásticos podem ter diversas origens.
Muitos são liberados diretamente por produtos industriais, como cosméticos esfoliantes, enquanto outros são gerados pela decomposição de plásticos maiores no meio ambiente.
Até mesmo processos como a reciclagem podem gerar fragmentos microscópicos que se espalham pelo ar, pela água e pelo solo.
Para lidar com esse problema, cientistas brasileiros estão desenvolvendo soluções inovadoras.
Um exemplo é o trabalho conduzido pelo engenheiro Paulo Augusto Marques Chagas, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que utiliza nanotecnologia para criar filtros veiculares capazes de reter microplásticos presentes no ar.
Além disso, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) estão desenvolvendo equipamentos para remover essas partículas da água.
É possível reduzir a contaminação por plásticos?
Eliminar completamente os plásticos do cotidiano pode parecer um desafio intransponível, mas especialistas defendem a redução drástica do uso de plásticos descartáveis.
Sacolas plásticas, garrafas PET e embalagens de uso único são apontadas como vilões ambientais e poderiam ser substituídas por alternativas sustentáveis, como materiais biodegradáveis de origem vegetal ou reutilizáveis.
A pesquisa da Unesp também se desdobra em novas investigações sobre o impacto da contaminação plástica na qualidade nutricional de frutos do mar consumidos no Brasil.
Os próximos estudos vão analisar, além dos camarões, a bioacumulação de microplásticos em outros crustáceos, como siris, lagostas, lagostins e caranguejos.
Diante desses fatos, é fundamental que a sociedade e as autoridades adotem medidas rápidas e eficazes para conter a poluição por plástico, garantindo assim a preservação dos ecossistemas marinhos e a segurança alimentar da população.