O interior de Marte revela segredos impressionantes. Novos dados mostram que o planeta preserva marcas de sua formação inicial, oferecendo pistas sobre sua origem caótica.
O manto de Marte contém blocos antigos de até 4 km de largura. Esses fragmentos estão preservados como fósseis geológicos da história violenta do planeta. A conclusão faz parte de uma análise de dados sísmicos coletados pela missão InSight da NASA.
O manto é a camada que fica entre a crosta e o núcleo. Nele, podem estar as chaves para entender a origem e a evolução dos planetas rochosos.
Na Terra, o movimento das placas tectônicas mistura o manto constantemente. Já em Marte, isso não ocorre porque o planeta é menor e tem uma única placa. Portanto, seu interior conserva mais vestígios da formação original.
-
Homem que diz ter o maior QI do mundo investe tudo em Bitcoin, quer criar Segundo Bitcoin, igrejas e causa polêmica online
-
Exército dos EUA dispara Switchblade 600 pela primeira vez: drone kamikaze que voa 43 km, carrega ogiva Javelin e desvia em pleno voo
-
China injeta 3 trilhões em ciência e dispara investimentos recordes em pesquisa para dominar a inovação mundial
-
Inventor cria sistema simples que bloqueia até 80% do lixo urbano antes de alcançar rios, praias e oceanos
Sinais sísmicos reveladores
O Dr. Constantinos Charalambous, do Imperial College London, liderou o estudo que analisou dados sísmicos do InSight. A equipe examinou oito martemotos, alguns provocados por impactos de meteoritos.
Eles observaram que ondas P de alta frequência chegavam atrasadas ao atravessar as regiões profundas do manto. Esse comportamento indicou pequenas variações na composição interna do planeta.
Segundo os pesquisadores, essas irregularidades permanecem porque Marte não possui reciclagem tectônica em larga escala. Assim, os sinais revelam restos diretos de sua história inicial.
Impactos e oceanos de magma
Os cientistas apontam que a escala dessas diferenças internas sugere uma origem em eventos extremamente violentos. Colisões massivas nos primeiros tempos do planeta fraturaram seu interior e espalharam materiais da crosta para o manto.
Além disso, vastos oceanos de magma se cristalizaram posteriormente. Esse processo adicionou novas variações à estrutura interna.
Em vez de desaparecer, tudo ficou congelado quando a crosta esfriou e a convecção do manto parou. O planeta acabou funcionando como uma cápsula do tempo.
Estruturas caóticas preservadas
“O que vemos é um manto cheio de restos caóticos dos primeiros dias de Marte”, afirmou o Dr. Charalambous. Ele explicou que a superfície se solidificou, formando uma tampa estagnada que selou os registros internos.
O professor Tom Pike comparou a distribuição das estruturas a um copo quebrado no chão. Segundo ele, colisões catastróficas criaram grandes fragmentos e inúmeros pedaços menores. Esse padrão fractal ainda pode ser detectado hoje.
“É notável que esses sinais sobrevivam até agora”, acrescentou.
Redefinindo a visão sobre Marte
Para o Dr. Mark Panning, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, os dados da InSight mudam a maneira como os cientistas entendem Marte. Ele destacou que os martemotos continuam a gerar descobertas importantes.
O estudo foi publicado na revista Science e reforça o papel do planeta vermelho como laboratório natural. Porque, enquanto a Terra apaga registros antigos com sua dinâmica interna, Marte os preserva quase intactos.
Portanto, ao investigar o manto marciano, os cientistas não apenas estudam um vizinho do Sistema Solar. Eles também encontram pistas valiosas sobre como os mundos rochosos surgem e evoluem.