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Estudo compara o concreto romano com o atual para descobrir qual polui mais — e a conclusão surpreende

Publicado em 31/07/2025 às 23:16
Crédito: Pixabay/CC0 Domínio Público
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Mesmo com limitações, o concreto romano impressiona pela durabilidade e pode inspirar soluções sustentáveis para os desafios da construção moderna

O concreto usado na Roma Antiga segue firme após mais de dois mil anos. Presente em aquedutos, pontes e templos, ele desperta curiosidade de cientistas que buscam soluções para tornar a construção civil mais sustentável.

Um novo estudo mostrou que, mesmo com limitações, esse material antigo pode inspirar caminhos para o futuro.

Durabilidade como vantagem

Publicado na revista iScience, o estudo analisou se o concreto romano seria mais sustentável do que o moderno.

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Os pesquisadores descobriram que a receita antiga exige praticamente a mesma quantidade de energia e água para ser produzida.

Além disso, as emissões de dióxido de carbono (CO₂) também são semelhantes — e em alguns casos até maiores.

Mesmo assim, os autores acreditam que a durabilidade do concreto romano pode ser um diferencial importante.

A sustentabilidade anda de mãos dadas com a durabilidade”, afirma Daniela Martinez, engenheira da Universidad del Norte, na Colômbia.

Um problema atual: a poluição do concreto moderno

Produzir concreto de forma mais ecológica é um desafio global. Atualmente, a indústria do cimento é responsável por cerca de 8% das emissões humanas de CO₂ e consome 3% de toda a energia usada no planeta. Por isso, buscar alternativas se tornou urgente.

Martinez explica que o objetivo era entender se os métodos antigos poderiam ajudar. “Estávamos interessados em como poderíamos tirar lições de seus métodos para informar alguns dos desafios de mitigação climática que enfrentamos atualmente em nosso ambiente construído”, diz ela.

Diferenças nas fórmulas

Tanto o concreto antigo quanto o moderno usam calcário como base. Ao ser aquecido a temperaturas muito altas, o calcário libera CO₂ e vira óxido de cálcio, que é misturado com outros materiais e água.

Os romanos adicionavam à mistura rochas locais, pozolana (um tipo de cinza vulcânica) e entulho reciclado. Já o concreto moderno mistura cimento com areia e cascalho.

Os pesquisadores compararam várias receitas antigas usando modelos matemáticos. Eles avaliaram o consumo de água, calcário e energia, além da emissão de poluentes.

Também analisaram como diferentes fontes de energia — como biomassa, madeira e fontes renováveis — afetam o resultado.

Resultados mistos

A conclusão foi surpreendente. O concreto romano, produzido com tecnologias atuais, não gera menos CO₂ que o concreto moderno.

Em alguns casos, chega até a poluir mais. “Ao contrário de nossas expectativas iniciais, a adoção de formulações romanas com a tecnologia atual pode não gerar reduções substanciais nas emissões ou na demanda de energia”, afirma Martinez.

Por isso, ela acredita que usar biomassa ou energia renovável nos fornos modernos seria uma forma mais eficaz de reduzir o impacto ambiental.

Poluição do ar e saúde pública

Apesar disso, o estudo trouxe um ponto positivo. O concreto romano emite menos poluentes atmosféricos, como óxidos de nitrogênio e enxofre.

Esses gases são nocivos à saúde humana. A redução dessas substâncias varia de 11% a 98%, com os melhores resultados alcançados quando se usa energia renovável.

Concreto romano: vantagem a longo prazo

Outro fator a favor do concreto romano é sua vida útil. Estruturas modernas, como rodovias, pontes e edifícios, precisam de manutenção constante. Já os monumentos romanos continuam de pé após séculos.

Quando levamos em consideração a vida útil do concreto, é aí que começamos a ver benefícios”, diz Martinez. A engenheira Sabbie Miller, da Universidade da Califórnia, em Davis, concorda.

Para ela, materiais mais duráveis ajudam a reduzir a produção de novos recursos e, assim, diminuem o impacto ambiental.

Desafios nas comparações

Mesmo com tantos dados, comparar o concreto antigo com o moderno não é simples. O concreto que usamos hoje só existe há cerca de 200 anos. Já o romano não usava barras de aço, que são comuns nas construções atuais.

A corrosão das armaduras de aço é a principal causa da deterioração do concreto, por isso as comparações devem ser feitas com muito cuidado”, afirma Paulo Monteiro, engenheiro da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Os pesquisadores pretendem aprofundar os estudos. Eles querem entender melhor como cada tipo de concreto se comporta em diferentes condições.

Martinez acredita que ainda há muito a aprender com os romanos. “Se pudermos incorporar suas estratégias às nossas ideias modernas e inovadoras, podemos criar um ambiente construído mais sustentável.

Com informações de TechXplore.

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Romário Pereira de Carvalho

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