Sanções dos EUA causaram prejuízo bilionário à Venezuela, derrubaram exportações de petróleo, alimentaram hiperinflação e agravaram o colapso econômico, segundo levantamento com base em dados oficiais
Um levantamento recente revela que a Venezuela perdeu cerca de US$ 226 bilhões em receitas de petróleo entre 2017 e 2024 devido a sanções impostas pelos Estados Unidos. O valor representa 213% do Produto Interno Bruto (PIB) do país durante o período. Os dados foram divulgados pela Global South Insights e pelo Instituto Tricontinental, com base em pesquisa do atuário venezuelano Yosmer Arellán.
US$ 77 milhões por dia
Segundo o estudo, o prejuízo diário chegou a US$ 77 milhões. A queda na receita agravou a crise econômica do país, que já enfrentava dificuldades. Antes das sanções, o petróleo era responsável por 95% das exportações venezuelanas.
A principal medida destacada foi a Ordem Executiva nº 13808, assinada pelo ex-presidente Donald Trump em 2017. Ela proibiu cidadãos e residentes dos Estados Unidos de realizar transações financeiras com a estatal PDVSA e com o governo da Venezuela. Com isso, o acesso ao crédito internacional foi severamente restringido.
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Inflação recorde
A inflação também foi impactada. Em 2018, a taxa interanual registrada pelo Banco Central da Venezuela foi de 344.510%, fazendo os preços aumentarem 3.400 vezes em um único ano. A hiperinflação coincidiu com a intensificação das sanções e aprofundou o colapso econômico.
Citgo e Guaidó
Outro ponto crítico ocorreu em janeiro de 2019, quando os dividendos da Citgo, subsidiária da PDVSA nos EUA, foram interrompidos.
O controle da empresa foi transferido para o governo de Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente da Venezuela com apoio dos Estados Unidos. A mudança bloqueou novos financiamentos e assustou compradores de petróleo, temendo sanções secundárias.
Pressão começou antes de Trump
As restrições começaram ainda sob o governo de Barack Obama. Em 2015, a Venezuela foi declarada “ameaça incomum à segurança nacional dos EUA”, por meio da Ordem Executiva nº 13.692. Essa classificação foi usada nos anos seguintes para justificar o aumento da pressão econômica contra o país.
Com informações de Brasil 247.