Pesquisadores da UFRJ desenvolveram uma usina capaz de dessalinizar água e gerar energia renovável com calor desperdiçado pelos painéis de energia solar.
Estudantes de engenharia mecânica, química e mecatrônica da UFRJ desenvolveram um sistema capaz de gerar energia renovável e água destilada ao mesmo tempo. Os pesquisadores criaram um demonstrador tecnológico que recupera calor desperdiçado por painéis de energia solar e o reutiliza para aquecer água, que alimenta um dessalinizador via destilação por membranas. A energia térmica emitida pode ser utilizada em processos de refrigeração de ambientes.
Usina consegue gerar energia renovável de forma descentralizada e isoladamente
A tecnologia, chamada de Ilha de Policogeração Sustentável, pode ajudar a descentralizar a produção de energia renovável do Brasil e também tem potencial para atender localidades que não estão conectadas à rede elétrica nacional, como comunidades do semiárido nordestino, campos de óleo e gás próximos à costa, ilhas e áreas em conflitos, entre outros.
O nome dado pelos estudantes da UFRJ tem explicação: “Ilha” vem da oportunidade de gerar energia renovável de forma descentralizada, isoladamente; “poli” está ligada às suas múltiplas possibilidades de uso; “cogeração” tem a ver com os insumos serem gerados em conjunto; e “sustentável” por a ilha ser energeticamente autossustentável, de acordo com a coordenadora do Laboratório de Nano e Microfluídica e Microssistemas – Carolina Palma Naveira-Cotta.
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Demonstrador da UFRJ pode gerar 13 kW
O demonstrador instalado na UFRJ ocupa uma área de 200 m² e conta com um painel solar fotovoltaico de alta concentração com capacidade de geração de 5 kW de energia elétrica e 8kW de energia térmica. Ainda disponibiliza três conjuntos de coletores solares para aquecimento complementar de água.
Naveira-Cotta afirma que uma parcela da energia renovável que seria perdida pelos painéis solares é recuperada e utilizada em um processo secundário. Para recuperar parte da energia térmica, foi instalado atrás dos painéis da usina da UFRJ um sistema de microtrocadores de calor.
Estes dispositivos utilizam microcanais por onde passa um fluido refrigerante que resgata parcela do calor que seria desperdiçado.
Protótipo saiu do papel no começo de 2020
A iniciativa da UFRJ é positiva e destaca sua importância para atender regiões com escassez hídrica ou de energia elétrica. O protótipo começou a ganhar forma no começo de 2020 e foi desenvolvido durante a pandemia, mas a ideia surgiu em 2014.
No setor industrial, a intensificação de processos tem como foco reduzir o gasto de energia e a geração de resíduos de procedimentos diversos, através do uso de novas tecnologias.
Segundo Cotta, nos últimos anos, foram pesquisados vários métodos nessa linha de pesquisa e surgiram algumas demandas.