Cientistas encontram uma estrela que “morreu” duas vezes no espaço ! Uma supernova que não desiste! Veja como a SNR 0509-67.5 explodiu duas vezes e está ajudando cientistas a entender o universo na astronomia
Essa façanha cósmica, capturada pelo Very Large Telescope no deserto do Atacama, no Chile, está agitando o mundo da astronomia. A descoberta, feita pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), não é só uma imagem estonteante para enfeitar seu desktop, mas uma chave para entender como o universo se expande. Vamos mergulhar nesse fenômeno incrível chamado “erupção gêmea” e descobrir por que ele está mexendo com as cabeças dos astrônomos!
Os restos de uma estrela chamada SNR 0509-67.5
Os cientistas encontraram algo único ao estudar os restos de uma estrela chamada SNR 0509-67.5, localizada a impressionantes 60 mil anos-luz da Terra, na galáxia da Grande Nuvem de Magalhães. Essa supernova, que explodiu há cerca de 400 anos, deixou para trás dois anéis concêntricos de cálcio, como pistas de um crime cósmico. Normalmente, supernovas do tipo Ia, explosões violentas de anãs brancas, acontecem uma vez e pronto. Mas essa estrela resolveu repetir, num evento raro chamado erupção gêmea.
Nunca tínhamos visto uma supernova de tipo Ia com evidências tão claras de duas explosões”, disse o astrônomo David Jones, do ESO, em comunicado à Nature Astronomy. O estudo, publicado na prestigiada revista, está ajudando a responder uma pergunta que intriga a astronomia: o que faz essas supernovas explodirem?
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Um show cósmico que desafia as leis da astronomia
As supernovas do tipo Ia geralmente acontecem quando uma anã branca, uma estrela que já “morreu” e virou uma casca densa, começa a sugar material de uma companheira estelar. Quando acumula matéria suficiente, atingindo o chamado limite de Chandrasekhar (cerca de 1,4 vezes a massa do Sol), ela explode numa reação termonuclear devastadora, iluminando o espaço como uma lanterna cósmica. Esse brilho constante das supernovas tipo Ia é tão confiável que os cientistas as usam como “réguas cósmicas” para medir distâncias no universo e calcular sua taxa de expansão.
Mas a SNR 0509-67.5 quebrou as regras. Usando o instrumento MUSE do Very Large Telescope, os astrônomos notaram algo estranho: ondas de choque em formato de concha e dois anéis de cálcio. “Os anéis sugerem que a explosão inicial não destruiu completamente a anã branca. Em vez disso, ela acumulou hélio de uma estrela vizinha, que detonou uma segunda explosão, ainda mais potente”, explica a astrofísica Loredana Vetere, do ESO, em entrevista à BBC Science.
A estrela que desafiou a morte um espetáculo da erupção gêmea
Então, como essa estrela conseguiu esse feito? Os cientistas acreditam que, após a primeira explosão, a anã branca “roubou” hélio de uma companheira estelar. Esse hélio, altamente inflamável, desencadeou uma onda de choque tão intensa que fez o núcleo da estrela, que já estava “morto”, explodir novamente. O mais surpreendente? Essa segunda explosão aconteceu sem que a anã branca atingisse o limite de Chandrasekhar, desafiando o que os astrônomos pensavam saber sobre supernovas tipo Ia.
Essa descoberta, detalhada na Nature Astronomy, sugere que as anãs brancas podem ser mais versáteis do que imaginávamos. “Isso muda nossa visão sobre como essas explosões acontecem e pode impactar os cálculos sobre a expansão do universo”, destaca Vetere.
O universo está se expandindo cada vez mais rápido
As supernovas tipo Ia são cruciais para a astronomia porque explodem com brilho tão previsível que servem como marcadores para medir distâncias cósmicas. Essas medições ajudam a calcular a taxa de expansão do universo, um número que intriga cientistas há décadas. Recentemente, estudos como os do Telescópio Espacial Hubble e do James Webb Space Telescope confirmaram que o universo está se expandindo mais rápido do que o esperado, e descobertas como a da erupção gêmea podem esclarecer por quê.
“Se anãs brancas podem explodir de formas diferentes, precisamos calibrar como usamos essas supernovas para medir o espaço”, diz o cosmólogo Adam Riess, ganhador do Nobel de Física em 2011, em entrevista à Scientific American. A erupção gêmea da SNR 0509-67.5 é uma peça nova nesse quebra-cabeça cósmico.
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