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Estratégia ousada: Opep+ anuncia expansão imediata e pode derrubar preço do barril abaixo de 60 dólares

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 08/09/2025 às 16:44
Barril de petróleo e moeda dourada com seta vermelha em queda representando decisão da Opep+ e possível baixa do preço do barril
Imagem de barril de petróleo e moeda com símbolo do dólar, acompanhados de seta vermelha em queda, ilustrando o impacto da decisão da Opep+.
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Decisão histórica antecipada surpreende especialistas do setor

Arábia Saudita, Rússia e outros seis países anunciaram em 7 de setembro de 2025 que vão aumentar em 137 mil barris diários a produção de petróleo já em outubro.

A decisão foi confirmada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). A medida antecipou em um ano o cronograma previamente estabelecido e pegou analistas de surpresa.

A expectativa majoritária era pela manutenção das cotas atuais, mas a mudança inesperada indicou um reposicionamento estratégico relevante para o setor energético global.

Estratégia de recuperação e impacto imediato no mercado

Desde abril de 2025, a Opep+ havia mudado de estratégia e iniciado um movimento de recuperação de participação de mercado. A decisão fortaleceu a posição do grupo.

Historicamente, a organização utilizava cortes na produção para sustentar preços. Agora, entretanto, passou a expandir gradualmente sua oferta como forma de manter espaço competitivo.

Nos últimos meses, Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Omã e Argélia acrescentaram 2,2 milhões de barris diários ao mercado.

O ciclo pode devolver até 1,65 milhão de barris adicionais, de forma gradual e condicionada à evolução da demanda internacional.

  • O aumento foi anunciado oficialmente em comunicado no domingo, 7 de setembro de 2025.
  • A previsão é que a oferta seja ajustada conforme as condições de mercado.
  • Especialistas indicam que a mensagem enviada é mais relevante que o volume imediato.

Pressão sobre preços e riscos para a cotação do Brent

Embora a demanda global costume cair no quarto trimestre, a decisão representa um gesto político e econômico relevante. A mudança de estratégia pode influenciar fortemente o mercado.

Analistas da Rystad Energy, como Jorge León, destacaram que os limites de produção e os mecanismos de compensação da Opep+ vão restringir o impacto imediato do anúncio.

Ainda assim, a sinalização pode empurrar o preço do petróleo abaixo dos 60 dólares. Isso preocupa investidores e autoridades que acompanham o equilíbrio global da energia.

Na sexta-feira anterior ao anúncio, o Brent fechou pouco acima dos 65 dólares por barril. A decisão aumentou a expectativa de volatilidade nos próximos meses.

Guerra na Ucrânia e pressões diplomáticas

A conjuntura internacional pesa fortemente sobre a decisão. A Rússia, pressionada por sanções e pela guerra na Ucrânia, enfrenta limitações para expandir suas vendas.

Washington e aliados europeus aumentaram as pressões diplomáticas e comerciais. Em agosto de 2025, o governo americano anunciou novas tarifas sobre produtos indianos ligados às importações de petróleo russo.

Além disso, em setembro, a Casa Branca informou que Donald Trump havia reforçado a líderes europeus a necessidade de cortar importações de petróleo russo.

Hungria e Eslováquia foram citadas como exemplos de resistência ao embargo. Essa conjuntura cria barreiras para que Moscou consiga se beneficiar plenamente da expansão da Opep+.

Expectativas para os próximos meses e reação dos mercados

Apesar de a decisão prever uma antecipação, especialistas acreditam que a implementação será gradual. Fatores técnicos e políticos devem limitar o impacto imediato da medida.

O mercado, no entanto, já reage às expectativas. A mensagem transmitida pela Opep+ é clara: o grupo não pretende abrir mão de sua participação global.

Essa postura, embora arriscada, pode gerar queda nos preços de curto prazo. Entretanto, também tende a reposicionar os países produtores em patamares mais competitivos para 2026.

O cenário permanece sujeito a incertezas relacionadas à guerra na Ucrânia, às pressões americanas sobre o petróleo russo e à evolução da demanda mundial de energia.

Dessa forma, os próximos meses prometem ser decisivos para medir o alcance da decisão e seus reflexos no equilíbrio global do setor de energia.

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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