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Estratégia da Temu: como o modelo chinês desafia Amazon e Mercado Livre com preços que beiram o custo de fábrica

Publicado em 12/08/2025 às 10:40
Estratégia da Temu: revolução ou ameaça para o e-commerce no Brasil?
Estratégia da Temu: revolução ou ameaça para o e-commerce no Brasil?
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Estratégia da Temu: como preços baixos, monitoramento e gamificação estão mudando o e-commerce. Plataforma chinesa aposta em marketing agressivo, coleta de dados e experiência gamificada para conquistar mercados, incluindo o Brasil.

A estratégia da Temu vem chamando atenção no varejo global. Em pouco mais de dois anos, a plataforma passou de desconhecida a concorrente direta de gigantes como Amazon, Mercado Livre e Shopee. O segredo? Uma combinação de preços extremamente baixos, uso intensivo de algoritmos para prever demandas e uma experiência de compra gamificada, que transforma o ato de consumir em algo parecido com um jogo.

Essa fórmula já funcionou nos Estados Unidos e agora avança no Brasil, onde a Temu atingiu 250 milhões de acessos em maio, superando líderes históricos em tráfego. Por trás do fenômeno está a PDD Holdings, grupo com sede formal na Irlanda, mas comandado por executivos na China, que mantém operações em mais de 90 países.

Como funciona o motor da Temu

O coração da estratégia da Temu é o modelo Consumer to Manufacturer (C2M). A plataforma cruza buscas, curtidas e produtos adicionados ao carrinho para prever a demanda em tempo real.

Com essas informações, encomenda lotes mínimos diretamente de fábricas chinesas, que aceitam margens menores em troca de acesso ao mercado internacional.

Além de reduzir custos de intermediação, a Temu investe pesado em marketing. Só em 2023, foi a maior anunciante da Meta nos Estados Unidos e esteve entre os cinco maiores anunciantes do Google. A estratégia é replicada em cada país, garantindo presença massiva em redes sociais, sites e até comerciais de TV.

A experiência de compra como entretenimento

Na Temu, comprar não é só adquirir um produto: é participar de um jogo. A plataforma usa gamificação com cupons-relâmpago, roletas virtuais, recompensas por interação e contagem regressiva para criar senso de urgência.

Esse monitoramento constante do comportamento do usuário tempo na página, hesitação no clique, abandono de carrinho alimenta os algoritmos, que refinam ofertas e reduzem o custo de aquisição de clientes. O resultado é uma experiência viciante, que mantém o consumidor navegando e adicionando itens ao carrinho.

O mistério por trás da PDD Holdings

A dona da Temu, a PDD Holdings, é também responsável pelo Pinduoduo, app chinês com mais de 900 milhões de usuários ativos. Fundada em 2015 por Colin Huang, ex-engenheiro do Google, a empresa construiu uma operação global em tempo recorde.

No entanto, a estrutura societária é opaca e descentralizada, com registros em paraísos fiscais e ausência de CFO desde 2023. Relatórios regulatórios apontam riscos: nos EUA, a Temu foi citada pelo Congresso como empresa de “risco extremo” para trabalho forçado; na Europa, produtos foram barrados por conter metais pesados.

Os desafios e riscos do modelo

Especialistas acreditam que a estratégia da Temu ainda gera prejuízo para ganhar mercado, sustentada pelos lucros do Pinduoduo. Além disso, o modelo enfrenta críticas ambientais, já que a importação de pequenos volumes por via aérea aumenta a pegada de carbono e o descarte rápido de produtos baratos gera alto volume de resíduos.

Há também o risco regulatório. Tarifas impostas por países como os EUA pressionam as margens e incentivam a busca por novos mercados, como o Brasil. A longo prazo, a sustentabilidade do negócio dependerá da resposta de concorrentes e de possíveis restrições governamentais.

E você? Acredita que a estratégia da Temu vai mudar o e-commerce brasileiro ou que o modelo não se sustenta? Deixe sua opinião nos comentários e participe do debate.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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