Com 17 km de extensão, via poderá modificar o trajeto entre Arapongas e Londrina, prometendo alternativa ao pedágio e novos impactos na mobilidade regional do Norte do Paraná.
A Estrada do Araguari, localizada no Norte do Paraná, passa a ocupar papel estratégico para o tráfego regional após o anúncio de sua pavimentação, com previsão de beneficiar motoristas que circulam entre Arapongas e Londrina.
Com 17 quilômetros de extensão, a via desponta como alternativa para quem busca evitar o futuro pedágio previsto no lote 4 das novas concessões rodoviárias do estado.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) oficializou em 15 de julho que os leilões dos lotes 4 e 5 de concessão de rodovias do Paraná serão realizados em 23 e 30 de outubro de 2025, respectivamente.
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O projeto inclui a reativação da praça de pedágio de Arapongas, o que pode impactar diretamente o deslocamento de moradores e trabalhadores da região.
A importância da pavimentação da Estrada do Araguari cresce diante do cenário de reajuste tarifário e da busca por rotas mais econômicas.
Além de encurtar distâncias entre as principais cidades do eixo norte paranaense, a estrada poderá servir de opção para quem se desloca ao Vale do Ivaí, Norte Pioneiro e até ao estado de São Paulo.
Motoristas de Apucarana, cidade que também integra o Vale do Ivaí, e de municípios vizinhos já avaliam a nova rota como alternativa viável.
Obras e mobilidade regional
Dos 17 quilômetros da via, cerca de 12 km estão situados em Arapongas, onde já existe calçamento com pedras irregulares, considerado adequado para receber a camada de pavimentação definitiva.
Os outros 5 km pertencem ao município de Londrina, num trecho conhecido como Estrada Santa Maria ou Ponto Mineiro, que atualmente é de terra e terá obras de pavimentação iniciadas do zero.
O investimento necessário para a pavimentação com Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) foi estimado em aproximadamente R$ 7,5 milhões, conforme informações divulgadas em julho de 2025.
No entanto, a obra ainda se encontra na fase de elaboração de projetos, etapa que demanda a análise de engenharia e a tramitação junto a órgãos estaduais.
Concessão de rodovias no Paraná
O lote 4 das concessões de rodovias do Paraná, conforme especificado pela ANTT, totaliza 627,52 quilômetros, abrangendo três rodovias federais — BR-272, BR-369 e BR-376 — além de oito rodovias estaduais, como a PR-182, PR-272, PR-317, PR-323, PR-444, PR-862, PR-897 e PR-986.
A malha conecta regiões do Oeste, Noroeste e Norte do estado, desde a fronteira com o Paraguai, em Guaíra, até a divisa com São Paulo, em Nova Londrina.
Os investimentos previstos para o pacote rodoviário chegam a R$ 18,2 bilhões, com R$ 10,9 bilhões direcionados exclusivamente para obras de infraestrutura.
Entre as melhorias propostas estão:
- 231 quilômetros de duplicações
- 87 quilômetros de faixas adicionais
- 59 quilômetros de contornos
- 39,4 quilômetros de vias marginais
- 34 quilômetros de ciclovias
- 39 passarelas
- Oito passa-faunas
- Pontos de ônibus e outros dispositivos de segurança
Caminhos da Integração e desenvolvimento regional
Segundo o prefeito de Londrina, Tiago Amaral (PSD), a pavimentação da Estrada do Araguari está inserida no programa Caminhos da Integração, cujo objetivo é fortalecer a conexão de Londrina com cidades da região norte do Paraná, como Apucarana, Marilândia do Sul, Rolândia, Cambé, além do Norte Pioneiro e de Tamarana.
“Vamos conectar Londrina com o Norte Pioneiro por intermédio de uma ponte que vamos fazer, e também com Tamarana. Essa será a grande conexão que vai fazer Londrina voltar a ser, realmente, cidade de referência e integradora com a região norte do Paraná”, declarou Amaral.
De acordo com o prefeito de Arapongas, Rafael Cita (PSD), ainda não existe um prazo definido para o início das obras, pois há um cronograma que precisa ser alinhado com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), responsável pela tramitação do projeto.
Ele destaca a articulação política feita junto ao governo estadual:
“Temos a palavra do governador Ratinho Júnior de que esse investimento será feito, então estamos correndo com os projetos. Desde a eleição, Tiago e eu temos conversado sobre essa integração, não só entre Londrina e Arapongas, mas de toda região, porque é necessária”.
Impactos da nova rota alternativa
O superintendente geral de Apoio aos Municípios da Casa Civil, Sérgio Onofre, reforça o impacto regional da obra.
Ele lembra que a integração entre cidades sempre foi uma demanda dos moradores:
“Antes mesmo do Tiago assumir a Prefeitura, ele foi na Amepar e fez um discurso sobre a integração dos municípios. Essa será a primeira obra desse projeto, e toda região ganha com ela. Há muitos anos precisávamos disso, fortalecer nossa região, e agora creio que será realidade”, enfatizou Onofre.
A pavimentação da Estrada do Araguari é vista como medida essencial para promover o desenvolvimento econômico e social do Norte do Paraná, facilitando o transporte de pessoas e mercadorias e ampliando as oportunidades para diferentes setores produtivos.
Com a reativação da praça de pedágio de Arapongas, a estrada surge como caminho alternativo, principalmente para quem busca economia, praticidade e segurança.
Além disso, a mobilidade regional deve ser impactada positivamente, uma vez que a nova via poderá aliviar o fluxo em trechos rodoviários tradicionais e diminuir o tempo de deslocamento para cidades vizinhas e estados próximos.
Futuro da mobilidade regional no Paraná
Com todos esses investimentos e mudanças previstos para a malha rodoviária do Paraná, a pavimentação da Estrada do Araguari pode representar uma transformação significativa para quem depende das estradas da região Norte.
Mas, diante do novo cenário, quais outras rotas alternativas poderiam surgir em resposta à implantação dos pedágios? O que moradores e motoristas esperam para o futuro da mobilidade regional no Paraná?