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Este é o plano INSANO do Brasil para transformar a América do Sul

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 23/07/2024 às 07:12
Mapa da Rota Bioceânica. (Imagem: MOPC/Divulgação)
Mapa da Rota Bioceânica. (Imagem: MOPC/Divulgação)

Um projeto ambicioso do Brasil promete revolucionar a economia da América do Sul e encurtar distâncias comerciais, conectando o Atlântico ao Pacífico. A chamada Rota Bioceânica é uma iniciativa que visa integrar o Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, oferecendo uma nova via de exportação e importação que promete benefícios econômicos significativos para a região.

O Brasil, a maior economia da América Latina, enfrenta desafios logísticos significativos devido à sua posição geográfica. Atualmente, os produtos brasileiros precisam viajar longas distâncias para alcançar mercados asiáticos, principalmente a China, que é um dos maiores compradores do Brasil.

Para se ter uma ideia, enquanto um navio leva 23 dias para chegar do Porto de Santos até a França, o mesmo navio precisa de 45 dias para alcançar a China. Esse tempo extra representa um custo elevado e uma desvantagem competitiva para o Brasil.

A Rota Bioceânica visa resolver esse problema ao criar uma ligação direta entre o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico, facilitando o acesso aos mercados asiáticos e diminuindo significativamente o tempo de transporte. De acordo com especialistas, essa rota pode transformar a economia não apenas do Brasil, mas de toda a América do Sul.

A estrutura da Rota Bioceânica

O projeto da Rota Bioceânica é dividido em duas fases principais. A primeira fase conecta o Porto de Santos, no Brasil, ao Paraguai, passando por São Paulo e Mato Grosso do Sul. A segunda fase envolve a ligação entre os países sul-americanos, atravessando o Paraguai e a Argentina até alcançar o Chile, finalizando no Porto de Antofagasta.

Conforme informações do governo brasileiro, o projeto está sendo financiado por uma combinação de investimentos internacionais, incluindo o Fundo Financeiro da Bacia do Prata, a Corporação Andina de Fomento e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Além disso, tanto o governo do Brasil quanto o do Paraguai estão diretamente envolvidos no financiamento e na execução do projeto.

Benefícios econômicos e comerciais

A Rota Bioceânica promete trazer inúmeros benefícios econômicos. Para o Brasil, isso significa um aumento nas exportações, principalmente de produtos agrícolas e pecuários, como soja e carne. Mato Grosso do Sul, por exemplo, será um dos estados mais beneficiados, pois se tornará um ponto crucial de escoamento de produtos.

O Paraguai também se beneficiará significativamente, com novas rodovias e uma maior capacidade de exportação. Atualmente, o Paraguai depende quase exclusivamente do Rio Paraná para suas exportações. A Argentina, um dos principais parceiros comerciais da China, terá uma nova via de acesso ao mercado asiático, enquanto o Chile poderá acessar o Atlântico, fortalecendo suas relações comerciais bilaterais.

Impactos ambientais e sociais

Embora os benefícios econômicos sejam promissores, alguns grupos ambientais e sociais expressam preocupações sobre os impactos negativos do projeto. Segundo pesquisadores, a construção de rodovias e pontes, como a que ligará Porto Murtinho a Carmelo Peralta, pode aumentar a poluição e afetar negativamente o ecossistema local. A fauna, especialmente animais silvestres, pode sofrer com o aumento do tráfego e a urbanização das áreas ao redor da rota.

Além disso, há preocupações com o impacto social nas comunidades locais. Em Porto Murtinho, que depende fortemente do turismo de pesca, a construção da rota pode prejudicar a economia local. Organizações sociais também alertam para o risco de aumento da exploração, violência urbana e precarização do saneamento básico nas regiões afetadas.

Viabilidade e desafios do projeto

O projeto da Rota Bioceânica ainda enfrenta desafios significativos. Embora o financiamento esteja parcialmente garantido, a configuração completa dos financiadores ainda não está finalizada. Além disso, a construção e manutenção de uma infraestrutura tão vasta exigem um esforço coordenado entre os países envolvidos e um gerenciamento eficiente para minimizar os impactos negativos.

Apesar das controvérsias, o governo brasileiro afirmou que a estrada é capaz de desenvolver positivamente toda a economia das regiões ao redor, facilitando o acesso a mercadorias e serviços e incentivando o turismo. Em 2021, Mato Grosso arrecadou cerca de 86 milhões apenas com turismo, e a tendência é que uma nova estrada aumente ainda mais essa movimentação.

Uma nova era para a América do Sul?

A Rota Bioceânica representa um passo audacioso para o Brasil e seus parceiros sul-americanos, oferecendo uma solução potencial para muitos dos desafios logísticos e econômicos que a região enfrenta atualmente. Embora o projeto traga promessas de crescimento econômico e fortalecimento das relações comerciais, é crucial equilibrar esses benefícios com as preocupações ambientais e sociais.

Será que a Rota Bioceânica conseguirá transformar a América do Sul sem causar danos irreparáveis ao meio ambiente e às comunidades locais?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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