Honda, Yamaha e Suzuki estão entre as marcas que mais aparecem em oficinas no Brasil em 2025, segundo mecânicos e consumidores, com risco de motor fundir e custo de até R$ 12 mil.
O mercado de motos no Brasil está em expansão acelerada. De acordo com a Fenabrave, só no primeiro semestre de 2025 foram emplacadas mais de 700 mil unidades, consolidando o país como um dos maiores consumidores de motocicletas do mundo. Mas, junto com o aumento das vendas, cresceu também o número de reclamações de consumidores e registros em oficinas. Relatórios de entidades de defesa do consumidor, como o Procon-SP, aliados a levantamentos de oficinas independentes, mostram que determinadas marcas acumulam mais casos de motores fundidos e defeitos graves.
O que significa “motor fundir” e por que é tão grave?
O termo “fundir o motor” assusta qualquer motociclista. Ele ocorre quando há superaquecimento extremo, falha de lubrificação ou desgaste acelerado das peças internas.
O resultado é paralisação completa da moto e a necessidade de reconstruir ou trocar todo o motor.
O custo não é nada leve: em modelos de média e alta cilindrada, a despesa pode ultrapassar R$ 12 mil, valor próximo ao preço de uma moto nova de entrada.
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As 3 marcas de motos que mais geram reclamações em 2025
Honda
Apesar de ser líder de mercado, a Honda também é a campeã em volume de reclamações — reflexo direto da quantidade de motos circulando no Brasil.
Segundo oficinas consultadas, modelos como CG 160, Bros e CB 300 são os que mais apresentam queixas relacionadas a problemas de válvulas, superaquecimento e falhas no sistema de lubrificação.
- Principais problemas relatados: superaquecimento em viagens longas, barulho excessivo no motor e consumo de óleo acima do normal.
- Custo médio do reparo: entre R$ 5 mil e R$ 12 mil, dependendo do modelo.
Yamaha
A Yamaha aparece em segundo lugar nos levantamentos. Modelos como Fazer 250, Lander e MT-03 foram citados em diversas oficinas pela incidência de falhas elétricas e desgaste prematuro do motor.
- Principais problemas relatados: falhas na injeção eletrônica, dificuldade de partida e trincas em componentes internos.
- Custo médio do reparo: de R$ 4 mil a R$ 10 mil.
Apesar disso, mecânicos ressaltam que boa parte dos problemas está relacionada à manutenção irregular feita pelos donos, já que muitos motociclistas negligenciam revisões básicas.
Suzuki
Com menor participação no mercado brasileiro, a Suzuki se destaca negativamente em modelos de média cilindrada, como Yes, V-Strom e GSX.
As reclamações mais comuns envolvem quebra de câmbio, falhas no sistema de arrefecimento e motores que fundem antes dos 40 mil km rodados.
- Principais problemas relatados: câmbio travando, superaquecimento e baixa disponibilidade de peças originais.
- Custo médio do reparo: acima de R$ 12 mil em modelos de maior cilindrada.
Por que essas marcas aparecem mais em oficinas?
Os especialistas consultados apontam alguns fatores:
- Volume de vendas: quanto mais motos circulam, maior o número de casos reportados.
- Perfil de uso: motos populares sofrem com uso intenso em aplicativos de entrega, o que acelera o desgaste.
- Manutenção irregular: muitos consumidores ignoram revisões obrigatórias e usam óleo inadequado.
- Rede de peças: demora na reposição de peças originais aumenta os custos e agrava problemas mecânicos.
O impacto no bolso do motociclista
Ter o motor fundido é um dos maiores pesadelos para quem depende da moto no dia a dia.
Além do gasto que pode superar os R$ 12 mil, há também a paralisação da rotina de trabalho — especialmente para entregadores de aplicativos, que dependem da moto para sobreviver.
Segundo estimativas de sindicatos de motofretistas, uma parada de apenas 10 dias sem renda pode gerar um prejuízo de mais de R$ 2.000 em entregas perdidas.
Como evitar que o motor da moto funda
Os mecânicos independentes consultados recomendam alguns cuidados simples que fazem diferença:
- Troca regular do óleo no prazo indicado pelo fabricante.
- Uso de peças originais em manutenções e revisões.
- Atenção ao painel: luz de óleo e superaquecimento não podem ser ignoradas.
- Revisões preventivas: mesmo fora da garantia, manter revisões anuais é fundamental.
- Evitar sobrecarga: carregar peso além do limite acelera desgaste.
O que dizem as montadoras
As montadoras, quando questionadas por entidades de defesa do consumidor, costumam argumentar que os problemas relatados representam uma parcela pequena diante do volume de vendas.
Além disso, reforçam que muitos casos estão ligados a uso inadequado ou manutenção irregular.
As três marcas listadas — Honda, Yamaha e Suzuki — lideram os registros em oficinas e Procon em 2025.
Isso não significa que todas as motos dessas fabricantes apresentam defeito, mas mostra que o risco de motor fundir existe e pode gerar prejuízos altos.
Para o consumidor, a melhor defesa é a manutenção preventiva e a escolha de modelos com histórico confiável de durabilidade.