O EAS, que sempre apostou em reparos de navios, agora anuncia uma nova marca para se colocar em novos segmentos da indústria pesada
Depois de atuar durante anos em reparos de navios, o Estaleiro Atlântico Sul, localizado no Porto de Suape, no município do Cabo e Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife (PE), agora pretende se reposicionar no mercado, apostando na indústria offshore de petróleo e de produção de energia eólica.
Fundado em 2005, o Estaleiro Atlântico Sul se tornou uma das melhores referências na construção de navios petroleiros tipo Suezmax e Aframax em todo continente americano, além de um dos mais importante centros de reparação de embarcações na região. Porém, nos últimos anos, com a crise da indústria naval, se fez obrigado a botar em prática um Plano de Recuperação Judicial para redução de dívidas, com venda de ativos como Unidades de Produção Independente e retomada operacional.
O anúncio sobre a expansão do EAS na indústria de petróleo offshore e mercado de energia eólica aconteceu esta semana durante a Navalshore, evento líder em construção naval, plataformas e manutenção da América do Sul, realizado no centro de convenções Expo MAG, no Rio de Janeiro.
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“Acreditamos em uma retomada paulatina da indústria naval, dentro de um novo contexto, mais voltado para a indústria offshore e para as energias renováveis. Antecipando este momento, decidimos ampliar as atividades com foco nesse mercado”
Nicole Terpins – CEO do Estaleiro Atlântico Sul
A aposta é na construção e desmonte de equipamentos de extração de petróleo em alto mar
O novo segmento do Estaleiro Atlântico Sul tem a ver com a construção e descomissionamento de plataformas e estruturas de apoio para equipamentos utilizados na exploração de petróleo no mar.
O primeiro contrato de desmonte de estruturas já estaria muito perto de ser assinado, sendo o serviço previsto para o segundo semestre do ano que vem. Já a construção de plataformas dependeria da existência de demandas.
Energia renovável
O EAS empresa planeja também construir torres eólicas onshore. Geralmente, esses equipamentos chegam a ter 120 metros de altura e são capazes de converter o vento em energia elétrica limpa.
A companhia pensa também em construir torres eólicas offshore, sendo esse segmento específico para um futuro pouco mais distante.
Temos 8.600 km de costa totalmente explorável. A energia eólica responde por 11% da matriz energética brasileira, só atrás da hidrelétrica, produzindo um total de 21 gigawatts, ante 14 gigawatts gerados pela usina de Itaipu. Só em fase de licenciamento ambiental já temos mais de 160 gigawatts de energia eólica offshore. A competição será grande. Na Europa isso já é uma realidade
Júlio Goes – consultor do EAS
Ainda sobre mercado de reparo naval, o Atlântico Sul assinará, na Navalshore, mais um contrato com a empresa Norsul, se mantendo, ainda, no reparo de embarcações.
Estaleiro Atlântico Sul e o polêmico leilão de áreas internas
A principal estratégia do EAS para reduzir as dívidas junto aos credores diante do processo de recuperação judicial, ao qual vive desde 2020, foi a venda de partes do cais interno da companhia. Então, no começo deste ano, o processo do leilão foi iniciado, abrindo caminho para grandes investidores internacionais que poderiam trazer uma nova vida ao local e à economia da região.
Se enfrentaram, a empresa APM Terminals, do grupo dinamarquês Maersk, gigante global em transporte marítimo; e o consórcio formado pela Conepar e Tecon-Suape, que tinha o monopólio na movimentação de contêineres no local desde 2001, operando com as tarifas mais altas do país, e que chegou a acionar acionar a justiça para que o leilão fosse cancelado, arrastando o processo de venda por meses.
No fim, os dinamarqueses venceram o leilão após oferecerem R$ 455 milhões pela Unidade Produtiva Isolada da UPI Pré-constituída B no Estaleiro Atlântico Sul e, agora, devem ser movimentados cerca de 400 mil contêineres no local.