Os Estados Unidos estão planejando um investimento bilionário para destruir rodovias. Descubra o que levou o país a tomar a decisão de desmantelar essas estradas, que são praticamente uma “marca registrada” americana.
Nenhum outro país no mundo possui uma malha rodoviária tão extensa e icônica quanto os Estados Unidos, onde as rodovias são praticamente sinônimos da cultura americana. No entanto, apesar dessa importância, o governo dos EUA deu início a um projeto ambicioso para destruir algumas dessas rodovias e, recentemente, aprovou um investimento massivo de US$ 20 bilhões para eliminar várias outras. Mas por que o país está decidindo desfazer uma de suas “marcas registradas”? Neste artigo, você descobrirá as razões por trás dessa decisão surpreendente e o impacto que ela pode ter na infraestrutura e no futuro da mobilidade nos Estados Unidos.
Entenda porque os Estados Unidos está gastando bilhões para destruir rodovias
A maioria das rodovias dos Estados Unidos estão chegando ao limite da vida útil, visto que muitas delas foram construídas entre as décadas de 40 a 60 e muitas se encontram em estado precário necessitando de grandes reformas. Durante a última campanha presidencial, o candidato Joe Biden prometeu um investimento de uma grande quantia de recursos para recuperar a infraestrutura do país.
Depois de eleito, o presidente lançou um plano de investimento de dois trilhões de dólares para a reforma de estradas, pontes, ferrovias, entre outros, e dentro desse montante, US$ 20 bilhões serão destinados exclusivamente para destruir rodovias e reconexão de comunidades que foram separadas no passado.
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Muitas cidades já se candidataram para receber verbas e destruir rodovias, porém existe uma que está um passo à frente. A cidade de Rochester, no estado de New York, saiu na frente, e, em 2010 começou a retirar uma dessas barreiras urbanas. Durante o período de expansão das rodovias, ainda no Século passado, na cidade foi construído um anel rodoviário com pouco mais de 4 km que isolou o centro da cidade.
Como as pistas foram construídas em um nível mais baixo, uma vala separou e transformou o centro da cidade em uma ilha. Para construção mais de 1.300 casas foram demolidas e com o isolamento a região foi pouco a pouco se deteriorando.
Discussões para destruir rodovias nos EUA acontecem desde os anos 90
As discussões para a remoção começaram por volta de 1990, porém somente algumas décadas depois o plano começou a ser executado. Devido aos custos de manutenção cada vez maiores, o governo local decidiu finalmente acabar com uma parte da rodovia.
O trecho Leste do anel já foi completamente soterrado e hoje uma larga Avenida com ciclovia e calçadas ocupam o espaço. Os resultados não demoraram a aparecer e de acordo com o governo dos EUA, o investimento para destruir rodovias possibilitou a revitalização de várias ruas que antes estavam cortadas pela rodovia.
Também liberou uma área para construção de novos empreendimentos e aumentou em 50% o movimento de caminhantes e bicicletas na região, além de favorecer novos negócios e gerar vários empregos. Os resultados positivos animaram a continuação do projeto e atualmente já estão em desenvolvimento os estudos para a demolição do trecho norte.
Detroit também adere destruição de rodovia nos Estados Unidos
Assim como em Rochester, os projetos vão se espalhando pelo país e até mesmo Detroit, a cidade que é o símbolo da indústria automobilística dos Estados Unidos está destruindo um trecho da rodovia que cruza a cidade. Nesse caso, é um trecho de 1600 metros da rodovia interestadual 375, que foi construída em 1960.
A rodovia foi construída no Paradise Valley, que segundo o Washington Post era um distrito com uma movimentada vida noturna, que abrigava vários clubes de jazz e centenas de negócios que tinham negros como proprietários. Ainda de acordo com o jornal, para a construção da rodovia mais de 100 mil moradores foram desalojados e a região entrou em declínio.
A demolição desse trecho foi o primeiro projeto escolhido dentro do plano de investimento anunciado pelo presidente e a cidade recebeu 105 milhões de dólares para destruir rodovias nos EUA.