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Estados brasileiros correm para salvar empresas afetadas por tarifaço dos EUA

Publicado em 29/07/2025 às 10:48
Crédito, ICMS e pressão em Brasília: como Estados tentam salvar empresas afetadas
Crédito, ICMS e pressão em Brasília: como Estados tentam salvar empresas afetadas
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Governadores liberam crédito, devolvem ICMS e pressionam Alckmin por plano federal para evitar demissões e colapso nas exportações

Estados brasileiros estão criando ações emergenciais para apoiar as empresas afetadas pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos. A medida entra em vigor em 1º de agosto e ameaça setores estratégicos como suco de laranja, aço, pescados, madeira e aeronaves. Governadores decidiram agir por conta própria diante da demora do governo federal em anunciar medidas concretas.

São Paulo, Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro já anunciaram iniciativas que incluem linhas de crédito, liberação de créditos do ICMS e criação de grupos de trabalho. As ações visam evitar paralisações, demissões em massa e perda de competitividade das empresas afetadas.

São Paulo lidera socorro às empresas afetadas com crédito e devolução de ICMS

Estados brasileiros correm para salvar empresas afetadas por tarifaço dos EUA
Empresas afetadas por tarifas dos EUA recebem socorro emergencial de governos estaduais

O governador Tarcísio de Freitas lançou o programa Giro Exportador, com R$ 200 milhões em crédito com juros subsidiados para empresas afetadas pelas tarifas. A taxa mínima será de 0,27% ao mês, com prazo de até 60 meses. Além disso, o Estado vai devolver até R$ 1 bilhão em créditos de ICMS acumulados pelas exportadoras.

A Embraer, uma das mais impactadas, estima perda de R$ 50 milhões por aeronave exportada. Outro setor atingido é o do suco de laranja, com produção concentrada em São Paulo. Tarcísio também prometeu ampliar o fundo garantidor estadual para facilitar o acesso ao crédito.

Ceará busca apoio federal e alerta para impacto devastador

O Ceará é proporcionalmente o mais exposto aos EUA: 44,9% de suas exportações foram para o país em 2023. O governador Elmano de Freitas afirmou que os impactos envolvem produtos como pescados, castanha de caju e cera de carnaúba. Ele se reunirá com o vice-presidente Geraldo Alckmin para cobrar ações federais.

A ArcelorMittal, responsável por metade das cargas do Porto do Pecém, também pode ser atingida. Embora ainda sem medidas concretas, o Estado estuda liberar créditos de ICMS e exige compensações da União com base na Lei Kandir.

Paraná anuncia pacote de crédito e estuda renegociação de dívidas

Estados brasileiros correm para salvar empresas afetadas por tarifaço dos EUA

O governador Ratinho Júnior lançou medidas para apoiar empresas afetadas nos setores de madeira, cerâmica e máquinas. O Estado pretende liberar R$ 80 milhões para financiamentos, podendo alcançar R$ 400 milhões. Também haverá renegociação de empréstimos via BRDE e Fomento Paraná.

O governo vai permitir que exportadoras usem créditos de ICMS como aval e pretende eliminar exigências a empresas beneficiadas por incentivos fiscais. Segundo o secretário da Fazenda, “há cidades que dependem quase totalmente de exportações para os EUA”.

Rio Grande do Sul libera R$ 100 milhões com juros subsidiados

O governador Eduardo Leite anunciou linha de crédito especial pelo BRDE com juros entre 8% e 9% ao ano e carência de 12 meses. A Fiergs estima perda de R$ 1,92 bilhão no PIB estadual. Setores mais prejudicados incluem armas e munições, com 85,9% da produção voltada para o mercado americano.

Rio de Janeiro e Espírito Santo ainda desenham resposta às tarifas

O Rio de Janeiro criou um grupo de trabalho para mensurar o impacto nas exportações, principalmente de petróleo e aço. O governador Cláudio Castro disse que as ações serão técnicas, sem viés político, para garantir uma resposta pragmática.

No Espírito Santo, o vice-governador Ricardo Ferraço coordena reuniões com os setores exportadores. O Estado envia 30% de seus produtos aos EUA, incluindo café, gengibre, mamão, celulose e aço. Segundo Ferraço, o foco inicial será mitigar impactos imediatos para empresas afetadas, com atenção especial a micro e pequenos negócios.

Você acha que as medidas estaduais são suficientes para proteger as empresas afetadas, ou o governo federal deveria agir com mais urgência?

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Fonte
Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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