Com o pré-sal em risco de declínio, uma nova fronteira na costa do Amapá pode reverter o futuro energético do Brasil e alterar drasticamente o mapa econômico nacional, colocando um estado pouco lembrado no topo da riqueza nacional.
O geofísico e divulgador científico Sérgio Sacani afirmou que a costa do Amapá, na chamada Margem Equatorial, surpreende ao revelar reservas com potencial superior a duas vezes o pré-sal — cerca de 5,6 bilhões de barris de óleo.
Essa descoberta coloca o Amapá numa rota possível para deixar São Paulo para trás e emergir como novo polo econômico nacional.
Declínio do pré-sal a partir de 2027 pode mudar liderança econômica
Sacani alerta que a produção do pré-sal, pilar atual da indústria petrolífera do Brasil, deve entrar em declínio até 2027.
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Projeções da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) reforçam esse cenário.
Sem novas frentes de exploração, a produção offshore brasileira tende a decair.
O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, já alertou para o risco de queda na autossuficiência energética.
A Petrobras e o governo federal também admitem a chance de o país voltar a importar petróleo até a década de 2030.
Margem Equatorial é nova fronteira do petróleo brasileiro
Sacani destaca que a Margem Equatorial — faixa que vai da costa do Amapá até o Rio Grande do Norte — representa hoje a principal fronteira exploratória emergente no país.
Além do volume expressivo, o petróleo dessa região apresenta alta qualidade, com características leves que reduzem os custos de refino e aceleram o retorno sobre investimento.
Estimativas indicam que, com os preços de setembro de 2024, o valor das reservas pode alcançar R$ 2,4 trilhões.
A Petrobras planeja investir US$ 3,1 bilhões na Margem Equatorial até 2028.
Obstáculos ao avanço da exploração de petróleo no Amapá
Apesar do potencial, três grandes desafios estão no caminho:
Licenciamento ambiental: a sobreposição da área com ecossistemas frágeis, como a foz do Rio Amazonas, provoca impasses entre Ibama e Petrobras.
Infraestrutura limitada: há carência de plataformas, portos e logística para escoamento na região.
Tempo de maturação: mesmo com perfuração imediata, o intervalo até o início da produção comercial pode ser de 7 a 10 anos, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Benefícios econômicos da Margem Equatorial para o Brasil
Se explorado com responsabilidade, o petróleo do Amapá pode:
Aumentar arrecadação local: royalties e ICMS elevam a receita estadual.
Evitar importações caras: o Brasil mantém autossuficiência e reduz pressão inflacionária.
Reforçar soberania energética: o país segue como exportador relevante e independente.
Sustentabilidade ambiental na exploração petrolífera
Sacani defende que a exploração seja feita com responsabilidade e transparência.
A Margem Equatorial possui biodiversidade ímpar e comunidades tradicionais.
Propostas incluem uso de sensores ambientais, planos de mitigação e apoio a projetos sociais.
A Petrobras e o governo têm criado grupos de trabalho para acelerar o licenciamento sem descuidar do meio ambiente.
O que o pré-sal ensina sobre exploração estratégica
Desde 2006, o pré-sal transformou a matriz energética nacional e hoje representa mais de 70% da produção brasileira de petróleo.
Porém, essa dependência cria vulnerabilidades a flutuações de mercado e ao esgotamento natural das reservas.
A nova fronteira da Margem Equatorial pode evitar erros passados e diversificar a produção.
Corrida por investimentos na fronteira petrolífera equatorial
De acordo com o plano estratégico da Petrobras, entre 2023 e 2027 serão investidos US$ 2,8 bilhões na Margem Equatorial.
Estão previstas 16 perfurações exploratórias na região, representando 49% dos aportes offshore da companhia.
Esse movimento busca evitar uma lacuna de produção e consolidar o Brasil como potência energética até 2040.
A descoberta da Margem Equatorial pode não apenas salvar a autossuficiência energética, mas também transformar radicalmente a economia do Amapá — tornando-o, possivelmente, o estado mais rico do Brasil, superando até mesmo São Paulo.
Você acredita que o Amapá tem realmente condições de ultrapassar São Paulo como líder econômico nacional com a força do petróleo?