Estado vive um desafio histórico de qualificação industrial. De 2025 a 2027, serão necessários 574 mil trabalhadores qualificados. Setores como logística lideram a demanda.
A Bahia se encontra em um momento decisivo para o futuro de sua economia industrial.
O estado, conhecido por sua relevância no setor, enfrenta um desafio que pode comprometer seu crescimento nos próximos anos: a falta de mão de obra qualificada.
Por trás dessa necessidade, esconde-se uma questão crucial que pode ditar os rumos do desenvolvimento regional.
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De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor industrial baiano precisará capacitar 574 mil profissionais entre 2025 e 2027.
Desse total, 97 mil deverão ter formação inicial para atender à expansão econômica e preencher lacunas de mercado.
Enquanto isso, 477 mil trabalhadores já empregados precisarão atualizar suas habilidades para acompanhar as rápidas transformações tecnológicas e os novos processos produtivos.
Logística: um dos pilares da indústria em transformação
Entre os setores que mais demandarão qualificação está a logística.
Essa área vai muito além do transporte de mercadorias, abrangendo atividades como armazenamento, distribuição, planejamento de rotas e gerenciamento de tecnologias.
Conforme explica Bruno Almeida, especialista em gestão de cadeias de suprimentos, a logística é essencial para o sucesso de qualquer cadeia produtiva.
“Hoje, sem uma logística eficiente, os produtos não chegam ao consumidor final, e as empresas perdem competitividade”, ressalta Almeida.
O crescimento do comércio eletrônico também tem impulsionado a demanda por profissionais capacitados no setor, exigindo entregas ágeis e processos modernos.
Além disso, os avanços tecnológicos e os investimentos em infraestrutura têm transformado a logística em um dos segmentos mais estratégicos da economia.
Ferramentas como sistemas de gerenciamento de cadeia de suprimentos (SCM) e de estoques (SGE) são cada vez mais indispensáveis para otimizar recursos e reduzir custos.
Educação técnica como solução emergencial para a falta de mão de obra
Para enfrentar esses desafios, o Senai Bahia tem desempenhado um papel crucial.
A instituição abriu inscrições para o curso técnico em logística, com 447 vagas distribuídas entre unidades de Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Lauro de Freitas e Alagoinhas.
Entre essas vagas, 55 serão bolsas gratuitas destinadas a estudantes de baixa renda que tenham obtido, no mínimo, 500 pontos no ENEM entre os anos de 2019 e 2023.
As inscrições, que são gratuitas, podem ser realizadas até o dia 19 de dezembro de 2024, no site tecnicosenai.com.br ou presencialmente nas unidades do Senai.
Para quem não atende aos critérios de gratuidade, a instituição oferece desconto de 40% na primeira mensalidade para as modalidades presencial e semipresencial.
Segundo Antonio Carlos Barbosa Bacelar, mestre em Engenharia de Sistemas e professor do Senai, essa formação técnica é uma porta de entrada para carreiras promissoras e estratégicas no mercado.
Habilidades técnicas em alta demanda
O mercado não busca apenas formação básica. As habilidades técnicas são um diferencial indispensável, especialmente no setor de logística. Bacelar destaca algumas competências que têm ganhado destaque:
- Domínio de sistemas de gerenciamento de estoques e cadeia de suprimentos.
- Planejamento de rotas e uso de ferramentas de otimização.
- Conhecimento em normas e legislações do setor.
- Capacidade de análise de dados e uso de ferramentas de business intelligence.
“Com a globalização e a ênfase na eficiência operacional, empresas passaram a priorizar a logística como peça-chave de suas operações”, afirma Bacelar.
A evolução tecnológica exige que o profissional acompanhe tendências e se mantenha atualizado para se destacar no mercado.
Atualização constante: um requisito essencial
Para os trabalhadores que já estão no mercado, a atualização contínua é fundamental para manter a empregabilidade.
Participar de eventos, buscar certificações e acompanhar tendências são algumas estratégias que ajudam a ampliar o horizonte profissional.
Bruno Sant’ana, advogado e especialista em tecnologia aplicada ao direito, alerta para a velocidade das mudanças tecnológicas.
“A cada ano, novas ferramentas surgem, e aqueles que não se adaptam ficam rapidamente ultrapassados”, pontua.
Essa realidade de falta de mão de obra reforça a necessidade de um aprendizado contínuo e integrado às novas demandas do mercado.
O futuro da indústria na Bahia
Sem ações contundentes para qualificar e requalificar sua força de trabalho, a Bahia corre o risco de comprometer sua competitividade industrial.
A modernização e a expansão dos setores dependem diretamente de trabalhadores aptos a lidar com tecnologias avançadas e processos inovadores.
O cenário apresenta desafios, mas também oportunidades. O setor industrial, especialmente áreas como logística, pode se tornar ainda mais estratégico com a capacitação adequada.
O que resta saber é: a Bahia conseguirá transformar esse desafio de falta de mão de obra em uma oportunidade de crescimento sustentável?
Escacez de mão de obra porque não tem salários decentes, o brasileiro aprendeu ser empreendedor que ganha muito mais.
Estado? Estado só emprega funcionários públicos. Quem emprega é o Mercado. Por isso que, enquanto a mentalidade impregnada na mente do brasileiro não mudar, o país não irá pra frente.
Quer pagar uma miséria, agora todos estão trabalhando por conta própria principalmente nos app 99 Uber.