Chinês (Simplificado) 
Chinês (Tradicional) 
Inglês 
Francês 
Alemão 
Italiano 
Japonês 
Norueguês 
Espanhol 
4 min de leitura
0 comentários
Empresas na França e na Austrália iniciam em 2025 as primeiras perfurações em larga escala em busca de um gás que não precisa ser fabricado, apenas extraído da natureza, e pode mudar o futuro com essa fonte de energia limpa.
Em 2025, o mundo volta sua atenção para uma nova e promissora fronteira energética: o hidrogênio branco. Também conhecido como hidrogênio geológico, ele se destaca por ser uma fonte de energia limpa encontrada diretamente na natureza. Diferente de outras formas de hidrogênio, ele não precisa ser fabricado por processos industriais caros e complexos.
A urgência por descarbonizar a economia e a busca por segurança energética impulsionam uma verdadeira corrida global. Empresas na França e Austrália estão na liderança, com perfurações exploratórias em larga escala programadas para começar. O número de companhias dedicadas à exploração saltou de apenas dez em 2020 para mais de cem em 2025, sinalizando o otimismo em torno dessa nova fonte de energia.
O que é o hidrogênio branco e por que essa fonte de energia limpa é tão promissora?
O hidrogênio branco, ou geológico, é o hidrogênio molecular (H₂) encontrado em sua forma gasosa livre no subsolo. Ele é considerado uma fonte de energia primária, pois sua formação ocorre por meio de processos geológicos naturais, como a reação da água com rochas ricas em ferro (serpentinização) ou pela quebra de moléculas de água por radiação natural (radiólise).
-
Cidade esquecida do Brasil vira referência mundial em tecnologia verde e surpreende o mundo como a mais sustentável da América do Sul
-
Facebook, Instagram e WhatsApp movidos a energia nuclear? Zuckerberg fecha acordo bilionário para salvar usina e garantir 1.121 MW para treinar sua inteligência artificial
-
Como dominar a carreira de hidrogênio verde: Um guia detalhado
-
Mil quilômetros de linhas de transmissão e R$ 7 bilhões em investimentos: o ambicioso plano da Austrália para abandonar o gás e o diesel e virar referência em energia limpa na Oceania
Comprar
Sua principal vantagem é o potencial de baixo custo e a baixa pegada de carbono. Estimativas iniciais indicam que seu custo de produção pode ser inferior a US$ 1 por quilo em condições ideais. Esse valor é muito competitivo quando comparado ao hidrogênio verde (produzido por eletrólise), que pode custar de US$ 3 a US$ 8 o quilo. Além disso, sua extração tem um impacto ambiental potencialmente menor em termos de uso de solo e água.
França e Austrália na vanguarda: os projetos pioneiros de 2025
A França se consolidou como um dos epicentros da exploração na Europa. Na região da Lorena, a empresa La Française de l’Énergie (FDE) identificou reservatórios dessa fonte de energia limpa que podem conter um total estimado de 92 milhões de toneladas de hidrogênio. A empresa já possui licenças de exploração e planeja um poço piloto com até 4.000 metros de profundidade.
Na Austrália, a Gold Hydrogen se destaca com o Projeto Ramsay. A empresa comprovou a existência de hidrogênio com altos níveis de pureza, atingindo até 95,8%, além da presença do valioso gás hélio. Para 2025, a Gold Hydrogen planeja perfurar até cinco novos locais, com o objetivo de viabilizar a comercialização de ambos os gases. Outras empresas, como a Koloma nos EUA, também avançam com investimentos de peso de gigantes como a Amazon e a Mitsubishi.
Por que o hidrogênio branco pode custar menos de 1 dólar?
O baixo custo projetado é o principal motor da corrida pelo hidrogênio branco. Essa vantagem econômica, no entanto, é reforçada pela frequente coprodução de hélio, um gás de alto valor usado em semicondutores e equipamentos médicos. A receita da venda do hélio pode subsidiar os custos de produção do hidrogênio, tornando os projetos ainda mais viáveis.
Políticas de incentivo também desempenham um papel crucial. Nos Estados Unidos, a Lei de Redução da Inflação oferece créditos fiscais de até US$ 3 por quilo de hidrogênio limpo. Na Europa, o plano REPowerEU estabelece metas ambiciosas de produção e importação. Esses incentivos ajudam a mitigar os riscos e a atrair os investimentos necessários para desenvolver essa indústria nascente.
Os obstáculos técnicos para a nova fonte de energia limpa
Apesar do otimismo, a extração dessa fonte de energia limpa enfrenta desafios. A tecnologia para exploração ainda está em fase inicial, com um Nível de Prontidão Tecnológica (TRL) estimado entre 4 e 6, enquanto tecnologias maduras, como a de produção de hidrogênio cinza, possuem TRL 9.
Os principais obstáculos incluem o desenvolvimento de técnicas de perfuração eficientes em geologias complexas, como rochas cristalinas, e a criação de soluções para purificação, armazenamento e transporte. A pureza do hidrogênio encontrado pode variar, e a presença de outros gases exige processos de separação que adicionam custo e complexidade. O transporte também é um desafio, devido à baixa densidade do hidrogênio e ao risco de fragilização de dutos metálicos.
O hidrogênio branco pode redefinir o mapa geopolítico global?
O surgimento do hidrogênio branco tem o potencial de alterar o cenário energético global. Países com abundantes recursos geológicos podem se tornar novos exportadores de energia, reduzindo a dependência de nações produtoras de petróleo e gás. Para muitos países, a exploração de um recurso doméstico representa um caminho para maior segurança e independência energética.
No entanto, essa reconfiguração não está isenta de riscos. Novas formas de dependência podem surgir, e a competição por acesso aos reservatórios mais promissores pode gerar tensões. O desenvolvimento de leis e regulamentações específicas e harmonizadas será crucial para garantir que a exploração dessa nova fonte de energia limpa seja feita de forma segura, sustentável e que seu potencial seja plenamente realizado.
