1. Início
  2. / Automotivo
  3. / Esse hábito comum de abastecer pode destruir o motor do seu carro em pouco tempo — veja como evitar reparos que passam de R$ 15 mil
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 1 comentários

Esse hábito comum de abastecer pode destruir o motor do seu carro em pouco tempo — veja como evitar reparos que passam de R$ 15 mil

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 24/08/2025 às 06:08
Esse hábito comum de abastecer pode destruir o motor do seu carro em pouco tempo — veja como evitar reparos que passam de R$ 15 mil
Foto: Esse hábito comum de abastecer pode destruir o motor do seu carro em pouco tempo — veja como evitar reparos que passam de R$ 15 mil
  • Reação
  • Reação
2 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo

Evite prejuízos de até R$ 15 mil no seu carro: saiba por que encher o tanque até a boca ou abastecer carro errado pode gerar danos no motor difíceis de reparar

Um hábito comum entre motoristas brasileiros pode custar muito caro: encher o tanque além do primeiro clique da bomba. Embora pareça uma forma de “aproveitar melhor o espaço” ou arredondar o valor do abastecimento, essa prática pode danificar o sistema de filtragem de vapores do veículo e, em casos mais graves, comprometer o motor. O prejuízo pode ultrapassar R$ 15 mil em reparos, segundo especialistas e oficinas.

Ao abastecer além do ponto de segurança indicado pela bomba, o combustível líquido pode invadir o cânister, um componente essencial para o controle de emissões.

Uma peça projetada para lidar apenas com vapores acaba ficando encharcada de gasolina ou etanol, o que compromete seu funcionamento e, em cascata, afeta outros sistemas do carro.

Encher o tanque até a boca: o que realmente acontece além do clique

O “clique” da bomba não é um detalhe sem importância: ele indica que o tanque já atingiu o nível seguro de combustível, respeitando o espaço de expansão e o sistema de evaporação.

YouTube Video

Esse sistema é formado pelo cânister de carvão ativado, que tem como função reter os vapores de combustível e encaminhá-los de volta para a queima no motor, evitando emissões nocivas. Quando o tanque é preenchido além do limite, o combustível líquido invade o cânister, danificando o carvão ativado e impedindo o processo de filtragem.

De acordo com engenheiros automotivos entrevistados pela Quatro Rodas, esse excesso pode comprometer válvulas, mangueiras e até a bomba de combustível. O resultado não é apenas aumento da poluição, mas também riscos diretos de falhas mecânicas.

Danos no motor e prejuízos que passam de R$ 15 mil

O primeiro impacto de encher o tanque até a boca é a necessidade de trocar o cânister, que pode custar de R$ 800 a R$ 2.500, dependendo do modelo do carro. Porém, o problema raramente para aí.

Se o combustível atingir a linha de admissão ou contaminar sensores do sistema de injeção, pode causar falhas de funcionamento, odor de combustível e dano ao catalisador por mistura rica, e o reparo pode se tornar muito mais caro. Oficinas especializadas relatam casos em que clientes tiveram prejuízos superiores a R$ 15 mil, especialmente em veículos importados e de luxo.

Legislação e normas contra abastecer carro errado

O problema não é apenas técnico: em São Paulo, a lei estadual nº 16.656/2018 proíbe os frentistas de continuar o abastecimento após o acionamento automático da bomba. A chamada “prática do arredondamento” — quando se pede para completar o valor exato ou deixar o tanque no limite — é considerada infração e pode gerar multa ao posto.

A legislação segue recomendações de engenheiros da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), que há anos alertam sobre os riscos de ultrapassar o limite do tanque. A orientação é clara: o motorista deve aceitar o primeiro clique e evitar qualquer tentativa de completar manualmente.

Esse cuidado também vale para outro erro comum: o ato de abastecer carro errado, colocando combustível inadequado para o motor. Esse equívoco pode gerar falhas graves em bombas de alta pressão e injetores, além de comprometer a durabilidade do sistema de combustão.

Motor danificado por abastecimento: por que o hábito persiste?

Muitos motoristas acreditam que completar o tanque até o topo compensa financeiramente, já que garante alguns mililitros extras de combustível. Outros apenas não querem lidar com valores quebrados no pagamento.

No entanto, essa “economia” ilusória pode se transformar em uma conta gigantesca caso ocorra um motor danificado por abastecimento incorreto. É como trocar alguns centavos agora por milhares de reais depois.

Esse hábito persiste principalmente por falta de informação. Muitos motoristas não sabem o que é o cânister, nem compreendem que a engenharia do veículo prevê um espaço de expansão no tanque para evitar que o combustível líquido comprometa o sistema de evaporação.

Como evitar danos no motor ao abastecer

Adotar medidas simples no momento de abastecer ajuda a proteger o veículo e evitar prejuízos:

  • Respeite o primeiro clique: nunca peça para “completar até a boca” ou arredondar o valor.
  • Desconfie de diferenças grandes: se a bomba indicar um volume muito acima da capacidade do tanque, peça uma verificação.
  • Prefira postos confiáveis: combustível adulterado pode potencializar os danos no sistema evaporativo.
  • Faça revisões periódicas: em caso de cheiro forte de combustível ou falhas na partida, peça uma avaliação do cânister.

Destruir o motor: mitos e verdades sobre abastecimento

Alguns motoristas ainda acreditam que é normal forçar um pouco além do clique ou que não há problema em rodar constantemente com o tanque na reserva. Mas esses costumes podem acelerar o desgaste de componentes sensíveis e, em casos extremos, praticamente destruir o motor.

Outro mito é de que os carros modernos têm sistemas de proteção contra excesso de combustível. Embora verdade em parte, esses mecanismos não são infalíveis e não substituem o cuidado no ato do abastecimento.

Evitar esses mitos é fundamental para reduzir os custos de manutenção e aumentar a vida útil do veículo.

O clique da bomba como aliado do seu bolso

O simples ato de respeitar o primeiro clique da bomba é capaz de evitar dores de cabeça, reparos de alto custo e até problemas ambientais.

Ao insistir em encher o tanque até a boca, o motorista expõe o veículo a riscos que vão muito além do cânister, podendo atingir sensores, válvulas, sistemas de injeção e até causar danos no motor irreversíveis.

A conta pode chegar facilmente a R$ 15 mil ou mais, principalmente em modelos importados. Por isso, a recomendação é clara: evite completar o tanque, abasteça em locais confiáveis e siga as orientações de fabricantes e entidades técnicas.

Em resumo, esse hábito aparentemente inofensivo pode comprometer a durabilidade do carro e o bolso do motorista. A prevenção está ao alcance de todos: basta respeitar o clique da bomba.

Inscreva-se
Notificar de
guest
1 Comentário
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Rinaldo Ber.
Rinaldo Ber.
24/08/2025 09:16

O Argo Drive 1.0 2023 meu carro eu so mando completar tanque, porem qdo cai 2 ou 3 barrinhas ,porem qdo a bomba da o primeiro clik eu tinha o costume de pedir pra ir abastecendo bem devagar pq enche e desce enche e desce, ainda pegava uns 4litros até a boca. Mas agora depois dessa matéria vou deixar no primeiro clic mesmo.

Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x