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Essas são as 10 MEGA obras ABANDONADAS no Brasil

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 26/07/2024 às 00:01
Essas são as 10 MEGA obras ABANDONADAS no Brasil. (Imagem: reprodução)
Essas são as 10 MEGA obras ABANDONADAS no Brasil. (Imagem: reprodução)

A promessa era de modernidade, progresso e desenvolvimento. Obras que transformariam cidades, modernizariam a infraestrutura e impulsionariam o turismo. No entanto, milhares de construções permanecem paradas, acumulando dívidas, desvalorizando patrimônios e desiludindo brasileiros que sonhavam com um futuro melhor.As justificativas são várias, mas os resultados são os mesmos: estruturas fantasmas, esquecidas e desperdiçando dinheiro que poderia ter sido utilizado para melhorar a vida da população.

No Brasil, estima-se que quase nove mil obras públicas estão inacabadas, segundo dados recentes do Tribunal de Contas da União (TCU).

Estas obras, iniciadas com promessas de impacto econômico e social positivo, enfrentam uma variedade de problemas, incluindo erros de cálculo, má gestão, corrupção e desvio de verbas.

O impacto disso é alarmante, com bilhões de reais desperdiçados em projetos que nunca chegaram a ser concluídos. Nesta matéria, com base em pesquisas e vídeos publicados pelo canal do Youtube Ricardo Clipes, vamos explorar algumas das obras mais notórias, seus custos e o que deu errado.

Centro Administrativo de Taguatinga

Local: Distrito Federal
Custo estimado: R$ 1,5 bilhões
Status: Inacabada e abandonada

O Centro Administrativo de Taguatinga, no Distrito Federal, foi concebido para abrigar todas as secretarias do governo local em um só lugar.

O projeto monumental iniciou em 2009 e tinha previsão de conclusão para 2014. Com 182 mil metros quadrados e 16 prédios, o complexo deveria acomodar 13.000 servidores públicos e oferecer 3.000 vagas de estacionamento.

No entanto, desavenças entre governantes e concessionárias resultaram em uma inauguração incompleta e a obra nunca foi utilizada para seu propósito inicial. Atualmente, o local se assemelha a uma cidade fantasma, completamente deserto e deteriorando-se ao longo do tempo.

Impacto: segundo informações da Folha de S. Paulo, além do prejuízo financeiro de R$ 1,5 bilhões, a ausência de um espaço centralizado para a administração pública prejudica a eficiência do governo local, forçando a dispersão de serviços e aumentando custos operacionais.

Centro Administrativo de Taguatinga. (Imagem: Poder 360)

VLT de Cuiabá

Local: Cuiabá, Mato Grosso
Custo estimado: R$ 1 bilhão
Status: Abandonada, conversão para BRT planejada

Iniciado em 2012, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá prometia revolucionar o transporte público da cidade.

Planejado para estar em funcionamento na Copa do Mundo de 2014, o projeto enfrentou atrasos significativos e foi interrompido em 2015, segundo o G1.

O governo do estado está agora tentando converter o projeto para um sistema de BRT (Bus Rapid Transit), o que demandará um investimento adicional de R$ 468 milhões.

Os vagões, que deveriam ter sido o coração do sistema de transporte, estão parados e são um lembrete constante do fracasso do projeto inicial.

Impacto: de acordo com o Diário de Cuiabá, a população local continua sofrendo com um transporte público ineficiente e o alto custo do projeto não concluído ainda pesa sobre os cofres públicos.

VLT de Cuiabá. (Foto: reprodução/ Governo do Mato Grosso)

Aquário Ceará

Local: Fortaleza, Ceará
Custo estimado: R$ 200 milhões
Status: 70% concluído, atualmente abandonado

Em 2012, Fortaleza lançou o projeto do Aquário Ceará, que prometia ser o maior da América Latina, com 15 milhões de litros de água e 35.000 animais marinhos de 500 espécies.

Era uma obra para a Copa do Mundo de 2014, mas apenas 70% foi concluída quando os trabalhos foram interrompidos em 2015.

O custo para retomar e concluir o projeto está agora avaliado em mais de R$ 500 milhões, conforme o jornal O Povo, deixando o futuro da obra incerto.

A estrutura semi-acabada já mostra sinais de desgaste, e a expectativa inicial de atrair milhões de turistas por ano se esvaiu.

Impacto: segundo o portal G1, a economia local perdeu um potencial enorme de receita turística, o que teria beneficiado comerciantes, trabalhadores e toda a infraestrutura turística da região.

Aquário Ceará. (Imagem: Arquivo pessoal/Lucas Mendes)

Pier Turístico de Natal

Local: Natal, Rio Grande do Norte
Custo estimado: R$ 72 milhões
Status: Concluído, mas inoperante

O Pier Turístico de Natal foi concluído, mas com um erro monumental de planejamento, de acordo com o site Tribuna do Norte. Após gastar R$ 72 milhões, descobriram que as embarcações não conseguiam acessar o local devido à altura insuficiente para passar sob a Ponte Newton Navarro.

Este erro, considerado grotesco por especialistas, sugere intenções questionáveis por parte dos envolvidos.

Acusações de interesses políticos e econômicos rondam o projeto, especialmente considerando que algumas autoridades se beneficiariam com a ausência de embarcações de cruzeiro na área, como relatado pela Folha de S. Paulo.

Impacto: o pier permanece subutilizado e representa um exemplo de planejamento falho que não levou em conta dados básicos de engenharia. A economia local sofre com a perda de turismo marítimo.

Navio não consegue passar por debaixo da ponte, consequentemente, não tem acesso ao pier. (Imagem: reprodução/ Youtube)

Ferrovia Transnordestina

Local: Nordeste do Brasil
Custo estimado: R$ 6,3 bilhões
Status: Interrompida, retomada prevista para 2025

Iniciada em 2006, a Ferrovia Transnordestina deveria conectar o Piauí, Ceará e Pernambuco, mas desde então, o projeto foi interrompido várias vezes devido a denúncias de corrupção e gestão inadequada.

Embora tenha consumido mais de R$ 6,3 bilhões até agora, a obra foi retomada em 2019 e tem previsão de conclusão para 2025, conforme dados do jornal Valor Econômico. A expectativa é que a ferrovia impulsione o escoamento de grãos e minérios, além de beneficiar as economias locais.

Impacto: conforme análise do Estadão, a ferrovia inacabada representa um atraso significativo na infraestrutura logística do Nordeste, afetando a competitividade das exportações brasileiras.

Ferrovia Transnordestina. (Imagem: reprodução/ Youtube)

Ponte Binacional Franco-Brasileira

Local: Oiapoque, Amapá
Custo estimado: R$ 118 milhões
Status: Concluída, mas com uso limitado

Conectando o Brasil à Guiana Francesa, a Ponte Binacional Franco-Brasileira foi concluída em 2012, mas só começou a ser utilizada em 2017.

A demora na liberação da ponte foi atribuída à burocracia e falta de acordos entre os dois países, segundo o jornal O Globo.

Além disso, o custo para atravessar a ponte torna-a inacessível para muitos locais, devido às exigências de seguros e documentos internacionais.

Impacto: conforme matéria do G1, o potencial de integração e desenvolvimento econômico entre as duas regiões permanece subutilizado, e muitos continuam a usar balsas para a travessia, preferindo alternativas mais econômicas.

Ponte Binacional Franco-Brasileira. (Imagem: reprodução/ Youtube)

Viadutos da Serra do Mar

Local: Serra do Mar, São Paulo
Custo estimado: US$ 59 milhões (em valores da época)
Status: Inacabados há mais de 50 anos

No meio da Mata Atlântica, dois viadutos inacabados e abandonados se destacam na paisagem da Serra do Mar.

Iniciada na década de 1960, a obra fazia parte do projeto da Rodovia Rio-Santos, mas foi abandonada devido a mudanças no trajeto e aumento nos custos.

Os viadutos são hoje um símbolo de desperdício e descaso, além de terem se tornado uma atração para aventureiros que praticam saltos de pêndulo.

Impacto: conforme o portal UOL, a estrada inacabada não apenas causou um prejuízo financeiro significativo, mas também afeta o potencial turístico e econômico da região.

Viadutos da Serra do Mar. (Imagem: reprodução/ Youtube)

Cidade Universitária do Amazonas

Local: Manaus, Amazonas
Custo estimado: R$ 92 milhões
Status: Inacabada e abandonada

A cidade universitária, planejada para ser um polo educacional e de moradia para estudantes, iniciou em 2013, mas foi abandonada em 2017.

Localizada a 27 km da capital, Manaus, a estrutura prometia acomodar até 2.000 estudantes, centralizando as atividades acadêmicas e oferecendo moradia acessível.

No entanto, a falta de recursos e planejamento resultou no abandono do projeto, segundo o jornal A Crítica. Com parte das instalações expostas à ação do tempo e vandalismo, o complexo está longe de cumprir sua missão original.

Impacto: a interrupção das obras representa uma perda significativa para o desenvolvimento educacional e social da região, segundo análise do Estadão.

Os estudantes permanecem sem acesso às facilidades prometidas, e o investimento inicial foi praticamente perdido.

Cidade Universitária do Amazonas. (Imagem: reprodução/ Youtube)

Aeroporto em Forma de Capivara

Local: Serra da Capivara, Piauí
Custo estimado: R$ 22 milhões
Status: Concluído, mas subutilizado

O aeroporto de Serra da Capivara foi uma tentativa de impulsionar o turismo na região arqueológica homônima, reconhecida por sua importância histórica.

Concluído em 2015, o aeroporto custou R$ 22 milhões, mas não consegue atrair voos comerciais regulares.

A baixa demanda, 18 passageiros por mês, e a localização isolada são fatores que contribuíram para seu fracasso, conforme matéria do G1. Apesar do investimento e da manutenção anual de R$ 1,8 milhões, a infraestrutura permanece praticamente inutilizada.

Impacto: conforme análise da Folha de S. Paulo, o potencial turístico da região não foi explorado como esperado, resultando em desperdício de recursos e oportunidades econômicas para o Piauí.

Aeroporto em Forma de Capivara. (Imagem: reprodução/ Youtube)

Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ)

Local: Rio de Janeiro
Custo estimado: R$ 47 bilhões
Status: Inacabado, retomada prevista

O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) é uma das obras mais caras da história do Brasil, iniciada em 2006 pela Petrobras.

Com previsão inicial de conclusão para 2011, o projeto foi paralisado devido a escândalos de corrupção que impactaram a Petrobras e empresas envolvidas, como relatado pelo jornal O Globo.

Hoje, cerca de 80% da obra está completa, mas ainda há incertezas sobre sua conclusão e utilização.

Impacto: segundo análise da revista Exame, o COMPERJ representa uma perda colossal para a indústria petroquímica nacional, afetando empregos e o desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro.

Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ). (Imagem: reprodução/ Youtube)

Corrupções, más gestões = obras abandonadas

A realidade das obras inacabadas no Brasil é um reflexo da má gestão e corrupção que assolam o país.

Os exemplos acima são apenas a ponta do iceberg, já que muitas outras obras enfrentam destinos semelhantes, com bilhões de reais sendo mal utilizados.

A falta de fiscalização eficaz e a impunidade dos responsáveis perpetuam esse ciclo vicioso de desperdício e desrespeito ao dinheiro público.

Faltou alguma obra leitor? Além disso, na sua visão, o que podemos fazer para garantir que os futuros projetos sejam concluídos de maneira eficiente e benéfica para a população?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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