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Essa é a idade que você deve aposentar a CNH e virar passageiro, segundo estudo

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 30/09/2025 às 13:20
Estudo indica que motoristas acima de 75 anos perdem reflexos e atenção, elevando riscos no trânsito. Avaliações médicas são essenciais.
Estudo indica que motoristas acima de 75 anos perdem reflexos e atenção, elevando riscos no trânsito. Avaliações médicas são essenciais.
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Estudo europeu analisou envelhecimento e direção, apontando a faixa etária em que os reflexos começam a cair e aumentam os riscos de acidentes, além de destacar a importância de avaliações médicas regulares para motoristas mais velhos.

Pesquisadores em Barcelona apontam que a partir dos 75 anos há uma queda relevante de reflexos e de capacidade de atenção, o que eleva o risco de acidentes no trânsito.

O grupo afirma que a idade, por si só, não pode ser critério exclusivo para tirar alguém do volante, mas recomenda avaliações periódicas para identificar quem já não mantém condições ideais de dirigir.

Como o estudo chegou ao número de 75 anos

A investigação reuniu exames clínicos, testes de direção em simuladores e dados de ocorrências reais com motoristas idosos.

Ao cruzar os resultados, os autores observaram que, na média, a degradação de funções como visão periférica, coordenação motora fina e tempo de reação se torna mais acentuada a partir da metade da década de 70.

Isso significa que manobras simples, como mudar de faixa, passam a demandar mais tempo e esforço cognitivo.

Ainda que a amostra analisada seja espanhola, o desenho metodológico procurou isolar variáveis como comorbidades, uso de medicamentos e histórico de direção.

Mesmo assim, os cientistas frisam que os achados não valem como “corte seco” aplicável a todos, já que o ritmo de envelhecimento é heterogêneo.

O que piora com a idade ao volante

Os dados reunidos indicam três pontos críticos.

Primeiro, a perda gradual do campo visual lateral, que dificulta perceber pedestres, ciclistas e veículos em aproximação.

Em segundo lugar, a lentidão na tomada de decisão em situações de risco, como freadas súbitas ou mudanças bruscas no fluxo.

Por fim, a adaptação mais difícil a cenários de tráfego intenso, nos quais o excesso de estímulos exige atenção dividida constante.

Essas alterações não surgem de um dia para o outro.

Elas se acumulam e podem passar despercebidas no cotidiano, sobretudo quando o condutor mantém trajetos repetidos e horários previsíveis.

Em contextos novos, porém, a margem de segurança diminui.

Idade não é o único fator

Apesar do recorte etário, o estudo ressalta que avaliar a pessoa é mais efetivo do que fixar um limite universal.

A recomendação é combinar exames de saúde física e triagens cognitivas regulares para verificar memória operacional, atenção sustentada e processamento visuoespacial.

Com isso, decisões como reduzir a quilometragem, evitar dirigir à noite ou, em último caso, aposentar a CNH, deixam de ser arbitrárias e passam a se basear em evidências clínicas.

Outra orientação é revisar doenças e medicamentos que interferem na condução.

Hipertensão descompensada, distúrbios do sono e fármacos sedativos, por exemplo, podem ampliar os riscos, independentemente da idade.

O que fazem países europeus

Em parte da Europa, a renovação da habilitação de condutores idosos envolve exames médicos periódicos a partir da terceira idade, justamente para identificar declínios funcionais antes que eles se traduzam em acidentes.

Em linhas gerais, a frequência desses controles aumenta conforme o envelhecimento, e avaliações complementares podem ser exigidas caso o médico identifique sinais de comprometimento.

Embora os requisitos variem, a diretriz comum é antecipar problemas.

Assim, a autorização para seguir dirigindo pode vir com condicionantes, como o uso obrigatório de correção visual, restrição de horários ou reavaliação em intervalo menor.

Como o Brasil trata motoristas idosos

No Brasil, não há idade máxima para dirigir.

A legislação atual determina que condutores a partir dos 70 anos renovem a CNH a cada três anos, com realização do exame de aptidão física e mental.

Antes desse marco, a periodicidade é maior, e as exigências variam conforme a faixa etária estabelecida pelo Código de Trânsito Brasileiro.

Especialistas ouvidos por entidades do setor defendem que o processo de renovação incorpore, de forma mais sistemática, testes cognitivos simples e padronizados.

A ideia é identificar precocemente sinais de perda de atenção dividida, processamento lento e dificuldades visuoespaciais, que costumam preceder incidentes ao volante.

O que a pesquisa sugere para decisões individuais

O número de 75 anos, segundo os autores, funciona como referência populacional, não como regra obrigatória.

Em termos práticos, a decisão de virar passageiro pode ser gradual.

Começa ao reconhecer limitações, muda a rotina de deslocamentos e, quando a avaliação médica indicar, culmina na retirada voluntária da direção.

A família e os serviços de saúde têm papel importante nesse processo.

Conversas francas, monitoramento de episódios de desatenção e oferta de alternativas — transporte coletivo, aplicativos, caronas organizadas — reduzem o impacto da transição e preservam a autonomia do idoso.

Impacto do envelhecimento da população

Com o aumento da expectativa de vida, cresce também o número de motoristas em faixas etárias avançadas.

A discussão sobre limites etários e modelos de avaliação tende a ganhar relevância, sobretudo em grandes centros urbanos, onde o tráfego é mais complexo e exige respostas rápidas.

A literatura científica já mapeia correlações entre declínio cognitivo leve e maior risco de colisões, o que reforça a importância de uma abordagem preventiva.

Ao mesmo tempo, é preciso evitar estigmas.

Muitos idosos mantêm desempenho seguro por anos, especialmente quando controlam fatores de risco e reavaliam hábitos de condução.

A chave, como aponta o estudo, está em avaliações regulares e decisões personalizadas.

O que considerar antes de aposentar a CNH

Quando surgem sinais como confusão em cruzamentos, dificuldade para manter a faixa, frenagens tardias e sustos frequentes, é hora de procurar avaliação.

Outro alerta vem de mudanças de rotina para evitar trajetos complexos sem justificativa clínica, o que pode sinalizar percepção subjetiva de risco.

Se a recomendação médica indicar interrupção, o planejamento com antecedência ajuda a manter mobilidade e qualidade de vida.

Sistemas de transporte acessíveis e redes de apoio fazem diferença nessa adaptação.

Municípios que oferecem opções de deslocamento seguras e previsíveis tendem a facilitar a transição de quem deixa o volante, reduzindo resistência e ansiedade.

E o que diz a ciência sobre o futuro

Novas tecnologias de assistência ao motorista, como frenagem autônoma de emergência e alerta de ponto cego, podem mitigar parte das limitações descritas.

No entanto, elas não substituem a capacidade mínima exigida para conduzir com segurança.

Além disso, a adoção desigual desses recursos e a curva de aprendizado sugerem que a avaliação clínica continuará central para orientar a permanência ou a aposentadoria da CNH em idades avançadas.

Em última análise, o debate proposto pelos pesquisadores parte de um ponto comum: segurança viária e autonomia do idoso não são objetivos conflitantes.

Com avaliação técnica, acompanhamento periódico e alternativas de transporte, ambos podem coexistir.

Quando você considera que é hora de reavaliar a própria direção — e quais sinais deveriam pesar mais nessa decisão?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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