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Essa bateria feita com dióxido de carbono pode acabar com a dependência de combustíveis fósseis – e o Google já está dentro

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 01/08/2025 às 10:14
Essa bateria feita com dióxido de carbono promete acabar com a dependência de combustíveis fósseis – e o Google já está dentro
Foto: Energy Dome/Reprodução
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Com uma tecnologia inédita que usa dióxido de carbono em ciclo fechado, o Google e a Energy Dome querem revolucionar o armazenamento de energia limpa e estabilizar redes elétricas ao redor do mundo.

O Google anunciou uma parceria com a empresa italiana Energy Dome para implantar uma tecnologia inovadora de armazenamento de energia de longa duração (LDES) que utiliza dióxido de carbono (CO₂) como elemento central. O objetivo é resolver um dos maiores desafios das fontes renováveis — a intermitência na geração elétrica — e tornar as redes mais estáveis e confiáveis em todo o mundo.

A tecnologia desenvolvida pela Energy Dome, chamada de bateria de CO₂, é capaz de armazenar grandes quantidades de eletricidade limpa por até 24 horas. Segundo o Google, esse é um passo estratégico não apenas para a própria empresa atingir suas metas de sustentabilidade, mas também para acelerar a transição energética global.

Como funciona a bateria gigante de CO₂?

Diferente das baterias de íons de lítio tradicionais, que armazenam eletricidade diretamente, o sistema da Energy Dome utiliza o próprio dióxido de carbono como meio de armazenamento. A tecnologia funciona em ciclos fechados e seguros:

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  1. Quando há excesso de energia na rede elétrica, o CO₂ armazenado na cúpula da instalação é comprimido em estado líquido e estocado em tanques pressurizados.
  2. Quando a rede precisa de eletricidade, o líquido é aquecido e convertido novamente em gás. Essa expansão aciona uma turbina que gera energia elétrica, em um processo semelhante ao vapor liberado por uma panela de pressão.
  3. O gás é devolvido à cúpula, pronto para iniciar um novo ciclo.
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Todo o processo ocorre sem emissão de gases para a atmosfera e com alta eficiência energética. De acordo com o Google, o sistema pode fornecer energia estável por até um dia inteiro, algo essencial para lidar com as oscilações da produção solar e eólica.

Por que essa tecnologia é importante?

A principal vantagem está na capacidade de armazenar energia limpa em larga escala de forma mais barata e por mais tempo do que as baterias de íons de lítio, que normalmente têm autonomia de apenas algumas horas.

Adicionalmente, o CO₂ é um dos gases mais abundantes e baratos do planeta, e seu uso cíclico no sistema reduz custos operacionais e impactos ambientais. Isso abre caminho para que países e empresas acelerem a integração de fontes renováveis, como energia solar e eólica, sem comprometer a estabilidade das redes elétricas.

“O LDES, que a Energy Dome lidera com sua bateria de CO₂, tem potencial para ser comercializado muito mais rápido do que algumas das outras tecnologias avançadas de energia limpa em nosso portfólio”, afirmou o Google em comunicado.

Energy Dome já opera na Itália

A tecnologia já foi validada em uma instalação comercial de 20 MW-200 MWh na Itália, capaz de fornecer eletricidade para milhares de residências. O Google acredita que a parceria ajudará a escalar o sistema globalmente, permitindo que novas plantas sejam construídas rapidamente em regiões estratégicas.

Embora os detalhes da implementação não tenham sido divulgados, a gigante da tecnologia confirmou que fez um investimento direto na Energy Dome, fortalecendo o desenvolvimento da empresa italiana.

Essa bateria feita com dióxido de carbono promete acabar com a dependência de combustíveis fósseis – e o Google já está dentro
Foto: Energy Dome/Reprodução

“O Google está comprometido em alimentar nossas operações com energia limpa, e a solução de armazenamento de energia de longa duração, tecnologicamente comprovada e escalável, da Energy Dome pode nos ajudar a alcançar um progresso rápido”, afirmou Maud Texier, diretora de Energia EMEA do Google.

Impacto global e próximos passos

A adoção da bateria gigante de CO₂ poderá transformar a matriz elétrica mundial, principalmente em países que buscam reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Além de sustentar a expansão das energias renováveis, a tecnologia aumenta a resiliência das redes contra quedas de fornecimento e oscilações de geração.

Com a expansão das usinas solares e eólicas, o armazenamento de energia ganhou destaque para garantir eletricidade contínua em momentos de baixa produção. O Google quer usar a tecnologia não apenas para suprir seus data centers, mas também para oferecer soluções que fortaleçam comunidades em diferentes partes do mundo.

A expectativa é que a parceria com a Energy Dome acelere a transição energética e abra caminho para que mais países possam atingir suas metas de descarbonização até 2030.

Por que essa tecnologia é tão importante?

  • Armazenamento prolongado: fornece eletricidade por até 24 horas;
  • Custo mais baixo: usa dióxido de carbono em ciclo fechado;
  • Escalabilidade comprovada: já há planta comercial em operação;
  • Menos dependência do lítio: alternativa para regiões com custos elevados de baterias convencionais;
  • Integração com renováveis: garante estabilidade às redes elétricas.

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William
William
01/08/2025 10:52

Como funciona o sistema, já que para o co2 passar ao estado líquido precisa passar por uma temperatura quase criogênica? E o gasto em energia para que isto aconteça????

Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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