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Esqueça repelente: esse aparelho caça e destrói até 30 mosquitos por segundo com lasers guiados por inteligência artificial

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 09/07/2025 às 18:45
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Ele parece um celular, mas funciona como um sistema militar: dispara lasers contra mosquitos e os desintegra antes que toquem sua pele

Uma pequena caixa preta promete fazer aquilo que nenhum repelente ou raquete elétrica conseguiu até hoje: detectar, mirar e eliminar mosquitos em pleno voo usando inteligência artificial e disparos de laser de altíssima precisão. Batizado de Photonmatrix, o aparelho é descrito por seus criadores como um verdadeiro “sistema de defesa antiaérea doméstico”, com capacidade de destruir até 30 insetos por segundo com uma precisão que lembra filmes de ficção científica.

Mas a proposta é séria. Desenvolvido pelo engenheiro chinês Jim Wong e lançado por meio de uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Indiegogo, o Photonmatrix combina sensores 3D, IA e tecnologia LiDAR para detectar o menor sinal de movimento no ar. Se o objeto voador for um mosquito, ele é abatido em questão de milissegundos por um pulso de laser calibrado para ser letal apenas para insetos — e totalmente seguro para humanos e animais domésticos.

Um ‘Iron Dome’ contra o Aedes aegypti

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O dispositivo funciona como uma espécie de mini escudo antiaéreo, inspirado no conceito da defesa israelense Iron Dome, mas voltado para os céus das nossas casas. O objetivo: eliminar mosquitos transmissores de doenças como dengue, zika e chikungunya — cada vez mais comuns fora dos trópicos devido às mudanças climáticas.

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O funcionamento é impressionante. Um módulo LiDAR emite milhares de feixes de laser por segundo. Quando um deles encontra um corpo sólido no ar — como o de um mosquito — os fótons retornam ao sistema, que calcula, com precisão de três milissegundos, o tamanho, a distância e a velocidade do alvo. Em seguida, outro laser entra em ação e elimina o inseto com um pulso certeiro. Nada disso seria possível sem o uso de inteligência artificial para distinguir com rapidez o padrão de voo de um mosquito em comparação a partículas de poeira ou ruídos visuais do ambiente.

Além disso, sensores de radar de ondas milimétricas garantem que, caso uma pessoa ou animal de estimação entre no campo de ação, o laser seja automaticamente desativado. A segurança é uma das bandeiras levantadas por Wong, que afirma que o sistema foi projetado com certificações obrigatórias de proteção — embora não especifique se são padrões chineses ou internacionais.

Um produto caro, mas com potencial de virar tendência global

A versão básica do Photonmatrix oferece alcance de três metros e 90 graus de cobertura. A versão profissional dobra essa capacidade, chegando a seis metros de alcance. Ambos os modelos são resistentes à água (com certificação IP68) e podem funcionar mesmo no escuro absoluto. A alimentação pode ser feita por energia elétrica ou por bateria portátil, com autonomia entre 8 e 16 horas.

O preço, no entanto, ainda é salgado: cerca de 468 dólares (aproximadamente R$ 2.600) na versão básica e 629 dólares (R$ 3.500) na versão avançada. Para Wong, o alto custo só será superado com escala de produção. “Os custos de fabricação ainda são especialmente elevados”, admitiu o engenheiro. Mesmo assim, a campanha de arrecadação no Indiegogo já ultrapassou a meta inicial de 20 mil dólares, sinalizando grande interesse pelo projeto.

Ainda não há data confirmada para a entrega dos primeiros dispositivos. Como todo produto financiado por crowdfunding, há riscos envolvidos. Mas se o aparelho cumprir o que promete — e os vídeos demonstrativos são convincentes —, o mercado global de controle de pragas pode estar diante de uma revolução.

O dispositivo pode matar 30 mosquitos por segundo, afirmam seus criadores. (Photon Matrix).

Uma resposta à nova geografia das doenças tropicais

A chegada do Photonmatrix acontece em um momento de alerta internacional. A crise climática tem expandido o território dos mosquitos vetores de doenças. Em 2024, o ano mais quente já registrado, a Europa documentou mais de 300 casos autóctones de dengue — ou seja, contraídos dentro do próprio continente. Esse número supera o total combinado dos 15 anos anteriores.

O mosquito Aedes albopictus, também conhecido como tigre asiático, já está presente em pelo menos 13 países europeus. As temperaturas médias de 24 a 26 °C durante os verões estão cada vez mais comuns — e são ideais para a reprodução dos mosquitos. Diante desse cenário, sistemas de combate como o Photonmatrix se tornam não apenas convenientes, mas necessários.

Outros métodos complementares

Apesar do avanço da tecnologia, especialistas lembram que nenhuma solução isolada será capaz de conter a proliferação dos mosquitos. A estratégia mais eficaz é a chamada “defesa estratificada”, que combina diferentes abordagens: vigilância epidemiológica, controle ambiental, armadilhas e, agora, armas de precisão a laser.

Entre as soluções complementares está a criativa ovillanta, criada pelo professor Gérard Ulíbarri, da Universidade Laurentian, no Canadá. Trata-se de um sistema simples e barato: pedaços de pneus com água parada e papel flutuante que servem como local ideal para o mosquito depositar seus ovos. Depois de atraí-los, o conteúdo é filtrado para eliminar as larvas. Testes realizados na Guatemala demonstraram que a armadilha elimina até sete vezes mais larvas do que os métodos tradicionais, ajudando a reduzir significativamente os casos de dengue.

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Noel Budeguer

Sou jornalista argentino, baseado no Rio de Janeiro, especializado em temas militares, tecnologia, energia e geopolítica. Busco traduzir assuntos complexos em conteúdos acessíveis, com rigor jornalístico e foco no impacto social e econômico.

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