Instalada em meio a críticas, escultura de dinossauro gigante tenta unir arte, turismo e identidade local em Taupō, na Nova Zelândia
Uma escultura de quase 10 metros de altura vem dividindo opiniões na cidade de Taupō, na Nova Zelândia. A obra, batizada de Boom Boom, foi criada pelo artista Gregor Kregar e instalada recentemente no Riverside Park. Ela representa um dinossauro da espécie saurópode feito em aço inoxidável com acabamento espelhado.
A iniciativa é parte de um esforço do Taupō Sculpture Trust para ampliar a arte pública na cidade. O projeto recebeu um subsídio único de US$ 100 mil, cerca de R$ 560 mil, liberado pelo Conselho Distrital de Taupō.
O valor foi aprovado ainda em 2018, mas a instalação só ocorreu agora, em um momento de pressão orçamentária e aumento nas taxas municipais, o que gerou críticas de moradores.
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Investimento antigo, críticas atuais
O prefeito David Trewavas explicou que o compromisso com a escultura foi assumido anos atrás, quando um grupo de artistas e empresários locais propôs dividir os custos com o poder público. Segundo ele, o objetivo era trazer mais cor à cidade.
“Tivemos cerca de uma dúzia de pessoas bem-intencionadas que nos procuraram há uns 15 anos dizendo: ‘Vamos dar um pouco mais de cor à cidade, mas vamos arrecadar metade do dinheiro, e vocês contribuiriam com o restante?”, disse Trewavas ao programa Morning Report.
Apesar da reação negativa de parte da população, o prefeito defendeu a escolha, lembrando que obras de arte públicas muitas vezes causam controvérsia no início, mas podem enriquecer o espaço urbano e atrair visitantes.
Taupō é conhecida por receber eventos esportivos como o Ironman e corridas de Supercars. Para Trewavas, chegou o momento de valorizar também a cultura local. “A coitada da comunidade artística não teve muito ao longo dos anos, para ser justo, e essa é a nossa forma de mostrar que apoiamos esse pessoal também.”
Um dinossauro com inspiração local
A escolha do dinossauro não foi aleatória. Trewavas lembrou que já houve registros de dinossauros na região: “Eles costumavam vagar por aqui. Apareciam no rio Mohaka, ao longo da estrada Napier-Taupō.” Ainda assim, ele afirmou que a decisão sobre a forma da escultura foi dos artistas, e que não deixaria os vereadores escolherem uma obra.
A base da escultura, feita de aço corten, remete a uma rocha vulcânica. Segundo Kregar, ela representa a geologia de Taupō, onde o lago da cidade ocupa uma caldeira formada por uma grande erupção há cerca de 1.800 anos.
O artista também explicou que o dinossauro foi inspirado em um brinquedo inflável e buscou transmitir o lado lúdico da cidade como destino turístico. “É realmente difícil odiar uma escultura de dinossauro”, disse ele à BBC.
Uma obra que provoca reações
Apesar das críticas de quem acredita que a escultura não tem ligação direta com a identidade de Taupō, Kregar discorda. Ele reconhece que obras públicas costumam provocar reações fortes. “A escultura, às vezes, interrompe a forma como as pessoas interagem com o mundo ao seu redor”, afirmou.
Para ele, a polêmica é natural. “Você coloca a escultura ali, há reação, e com o tempo as pessoas começam a se apaixonar por ela. Ela se torna parte da identidade local.”
A instalação de Boom Boom segue chamando atenção e gerando debate entre moradores e visitantes da cidade.
Com informações de Aventuras na História.



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