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Escassez de mão de obra impulsiona o Brasil como a ‘nova Índia’ do setor de tecnologia: Descubra como o país se tornou o novo paraíso do TI

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/10/2024 às 16:29
Brasil se torna polo de tecnologia mundial com offshoring. Escassez de mão de obra e aquisições movimentam o mercado!
Brasil se torna polo de tecnologia mundial com offshoring. Escassez de mão de obra e aquisições movimentam o mercado!

Brasil se destaca como novo polo global de tecnologia, impulsionado por aquisições e a escassez de mão de obra. Com a crescente demanda por talentos, grandes empresas investem e buscam expandir suas operações.

Nos últimos tempos, um fenômeno surpreendente vem ganhando força: o Brasil está se tornando um verdadeiro paraíso para empresas estrangeiras em busca de talentos na área de tecnologia.

A escassez global de mão de obra e a crescente demanda por desenvolvedores têm transformado o país em um centro estratégico para o offshoring de TI, uma mudança que promete impactar o mercado nos próximos anos de maneira impressionante.

Recentemente, a gigante japonesa NTT Data anunciou a aquisição da empresa brasileira de serviços tecnológicos Aoop, reforçando a tendência de que o Brasil está se posicionando como a nova Índia no setor de tecnologia.

De acordo com Daniel Milanez, COO e co-fundador da IGC Partners, essa mudança é parte de um movimento mais amplo, onde o Brasil se destaca como um destino atraente para empresas que buscam terceirizar suas operações de TI.

O impacto das aquisições

Nos últimos quatro anos, mais de 20 aquisições de empresas brasileiras na área de tecnologia foram realizadas, movimentando quase R$ 9 bilhões.

A IGC Partners, por exemplo, intermediou cerca de 75% das operações nesse setor, incluindo a venda da Aoop.

Conforme Rafael Frugis, sócio da IGC, até o início de 2025, espera-se que mais transações ocorram, com pelo menos duas operações já em fase de diligência.

A pandemia como catalisador

A pandemia de COVID-19 atuou como um verdadeiro catalisador para essa transformação.

Enquanto prestadoras de serviços indianos enfrentavam dificuldades em suas entregas, o Brasil passou a ser visto como uma alternativa viável.

Além da qualidade da mão de obra brasileira, a afinidade cultural com empresas americanas e europeias, somada à menor diferença de fuso horário, contribuiu para essa mudança de percepção.

O offshoring se transformou em “near shoring” ou “friendly shoring”, conforme Frugis.

Crescimento das empresas de tecnologia

Historicamente, as empresas de serviços de tecnologia no Brasil sempre foram geradoras de caixa, mas não eram muito valorizadas por investidores.

No entanto, a necessidade crescente de transformação digital, impulsionada principalmente pelo surgimento de bancos digitais, fez com que empresas como Tivit, CI&T e Stefanini ganhassem destaque.

Em 2019, por exemplo, o Itaú adquiriu a Zup, uma empresa com 900 funcionários, por R$ 575 milhões, o que exemplifica a busca das grandes corporações por talentos em tecnologia.

A nova onda do acqui-hire

Atualmente, o mercado brasileiro está vivenciando uma nova onda de contratações estratégicas, com grandes empresas como Boticário, Ambev e Alpargatas realizando acqui-hires, onde pagam múltiplos superiores a R$ 1 milhão por equipes de desenvolvimento.

Esse movimento reflete uma mudança significativa na dinâmica do setor, com investidores internacionais vendo o Brasil como um destino promissor para estabelecer operações.

O cenário geopolítico e a presença internacional

O Brasil também se beneficia de um cenário geopolítico em transformação.

A guerra na Ucrânia e a fragilidade do setor indiano durante a pandemia abriram espaço para o país no mercado de tecnologia.

Empresas globais, como a indiana Marlabs e a argentina Globant, estão ampliando sua presença no Brasil, demonstrando o crescente interesse em contratar talentos locais.

A NTT Data, por exemplo, não só adquiriu a Aoop, mas também está buscando expandir sua atuação no Brasil.

O futuro do offshoring no Brasil

Enquanto isso, startups brasileiras, como a catarinense Indicium, estão se internacionalizando.

Após receber um aporte de US$ 40 milhões do fundo Columbia Capital, a empresa agora opera a partir de Nova York, exportando serviços desenvolvidos no Brasil.

A CI&T, que fez seu IPO na Nasdaq em 2021, viu sua receita internacionalizar-se rapidamente, reforçando a tendência de que o Brasil é um player importante no cenário tecnológico global.

A IGC Partners, especialista em fusões e aquisições, deve intermediar mais de 20 operações neste ano, com mais de 70% dessas transações envolvendo a venda de empresas de médio porte brasileiras para investidores estrangeiros.

O cenário é promissor e aponta para um futuro cada vez mais integrado do Brasil no mercado global de tecnologia.

Com todas essas mudanças, fica a pergunta: o Brasil se tornará o novo coração da tecnologia mundial, superando a Índia e a Rússia? O que você acha dessa transformação?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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