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Escassez de mão de obra chega em estado brasileiro que agora recruta venezuelanos para o trabalho no campo

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 15/11/2024 às 20:53
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A falta de trabalhadores no setor agrícola do Brasil levou empresas a contratarem venezuelanos. O recém-assinado “Pacto Nacional do Trabalho Decente” busca melhorar as condições no campo e promover diálogo social.

Um cenário inusitado desafia o mercado de trabalho no Brasil: uma das regiões agrícolas mais prósperas do país enfrenta uma crise sem precedentes.

A falta de mão de obra local não apenas acendeu alertas, mas também levou empresas a buscar alternativas inusitadas para suprir suas demandas.

O que parecia ser uma oportunidade para os brasileiros acabou envolvendo trabalhadores estrangeiros em uma solução que pode impactar profundamente o setor agrícola.

Ontem (13), em Petrolina (PE), foi firmado um acordo histórico para o setor: o “Pacto Nacional do Trabalho Decente no Meio Rural”.

A cerimônia contou com a presença de representantes do governo federal, sindicatos e lideranças empresariais.

Entre os destaques, estava o secretário de Agricultura da Bahia, Wallison Tum, que revelou que empresas no Oeste Baiano já começaram a contratar venezuelanos devido à escassez de trabalhadores locais, segundo informou o jornalista Carlos Brito.

O pacto e suas promessas

O Termo de Adesão ao Pacto Nacional do Trabalho Decente no Meio Rural busca combater práticas trabalhistas degradantes e promover condições justas no campo.

Assinado pelos ministros da Agricultura e do Trabalho, Carlos Fávaro e Luiz Marinho, o pacto tem como foco formalizar empregos, combater a discriminação e erradicar o trabalho infantil.

A Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), federações de trabalhadores e sindicatos patronais também endossaram o compromisso, que visa não apenas melhores condições para os trabalhadores, mas também maior sustentabilidade na produção agrícola.

De acordo com Wallison Tum, o acordo representa “um marco para o Vale do São Francisco”, região que sofre há anos com a falta de trabalhadores para atender à crescente demanda da fruticultura irrigada.

Tum destacou que o diálogo entre governos e empregadores é essencial para resolver esses desafios e garantir o desenvolvimento econômico da região.

A contratação de venezuelanos

A escassez de mão de obra local tem levado empresas a buscar trabalhadores fora do país.

Segundo Wallison Tum, já há registros de venezuelanos sendo contratados no Oeste Baiano, uma solução emergencial para manter a competitividade do setor agrícola.

Essa realidade reflete não apenas um problema de oferta de trabalho, mas também a necessidade de políticas públicas que incentivem a permanência de trabalhadores brasileiros no campo.

O ministro Luiz Marinho destacou que o pacto assinado é “contra o trabalho degradante” e a favor de boas práticas e diálogo entre capital e trabalho.

Além do pacto, foi instituída a Mesa Nacional de Diálogo da Fruticultura, iniciativa que pretende criar soluções conjuntas entre empregadores, trabalhadores e governo.

A mesa será implementada inicialmente em Pernambuco e na Bahia, regiões críticas para a fruticultura irrigada, e terá como foco o fortalecimento da negociação coletiva e do diálogo social.

Para o ministro Carlos Fávaro, o compromisso firmado é “uma evolução importante na relação entre capital e trabalho”. Ele destacou que o governo federal busca desenvolver economicamente o país enquanto promove a inclusão social e reduz desigualdades.

O papel dos empregadores e sindicatos

A união entre empregadores e sindicatos tem sido apontada como essencial para o sucesso desse pacto. O presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, acredita que o trabalho conjunto permitirá não apenas melhorar as condições dos trabalhadores, mas também suprir a falta de mão de obra no setor.

“Precisamos dar segurança nas contratações e unir forças para que o setor continue crescendo”, afirmou Coelho durante o evento.

Embora o pacto e a Mesa de Diálogo sejam avanços importantes, o desafio de atrair e manter trabalhadores brasileiros no campo ainda persiste.

A contratação de venezuelanos demonstra que, sem incentivos estruturais, o setor agrícola pode depender cada vez mais de alternativas externas.

A crise de mão de obra no Brasil expõe desafios estruturais que vão além da fruticultura irrigada. A dependência de trabalhadores estrangeiros pode ser uma solução temporária, mas levanta questões sobre o futuro da agricultura nacional.

Será que o pacto firmado será suficiente para atrair brasileiros de volta ao campo? Ou o setor continuará buscando soluções internacionais para um problema local?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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