Mesmo com salários que ultrapassam R$ 90 mil, vagas estratégicas seguem abertas, revelando desafios complexos que vão além da remuneração e indicam um cenário preocupante para setores essenciais da economia brasileira.
Empresas brasileiras, sobretudo no setor financeiro, enfrentam hoje uma escassez de mão de obra notável — mesmo ofertando salários que alcançam R$ 96 mil mensais para posições executivas, várias vagas permanecem em aberto.
Segundo levantamento da Robert Half, cargos de alta gestão no segmento financeiro oferecem remuneração de até R$ 96 mil, mas a dificuldade de preenchimento não cede.
Salário alto não basta: estabilidade e pacote total atraem profissionais
Passar para outra empresa, mesmo com um salário robusto, exige mais do que dinheiro no bolso.
-
Weg aposta R$ 160 milhões no ES. O que está por trás desse investimento milionário?
-
O segredo das ‘estradas submersas’ do Ceará não é a maré
-
Entrou em vigor nesse mês: Estado aprova salário mínimo regional até R$ 2.267, um dos maiores do Brasil
-
Férias antecipadas podem virar dor de cabeça se você ignorar essa regra da CLT
Diversos candidatos priorizam estabilidade, cultura organizacional e plano de carreira.
Benefícios como bônus, participação nos lucros, planos de saúde premium e auxílio educação criam vínculo e reduzem o apelo de propostas generosas.
Habilidades técnicas e visão estratégica em alta demanda
As demandas do mercado vão além da experiência técnica: há busca por executivos com visão estratégica, capacidade de gestão de projetos complexos, comunicação clara e domínio analítico.
Funções como CFO, controller e analista sênior de risco exigem esse mix de competências, restringindo ainda mais o grupo de profissionais aptos.
Falta de soft skills dificulta contratação de talentos
A falta de profissionais com habilidades comportamentais, como inteligência emocional, resiliência, liderança e pensamento crítico, é recorrente.
Em meio à volatilidade dos negócios, essas competências são cada vez mais valorizadas, mas escassas.
Setores mais afetados pela escassez de profissionais qualificados
Embora o setor financeiro concentre as remunerações mais altas, a escassez de mão de obra também se estende ao setor de tecnologia, com déficit crescente de programadores e especialistas em TI projetado para 2025.
Mas não para por aí: logística, energia, infraestrutura e serviços tradicionais também enfrentam dificuldades para encontrar candidatos experientes nas ferramentas e exigências do setor.
Por que profissionais relutam em mudar de emprego mesmo com salários altos?
- Incerteza econômica: em tempos de instabilidade macroeconômica, há medo de perda de renda variável, cultura inadequada ou planos de carreira frustrados ao mudar de empresa.
- Contrapropostas agressivas: grandes companhias costumam reagir rapidamente ao intento de saída de um colaborador com aumento e benefícios extras — estratégia eficaz para evitar a rotatividade.
Estratégias para enfrentar a escassez de talentos no mercado
- Upskilling e reskilling internos: programas de aprendizagem que requalificam profissionais para funções mais elevadas têm se tornado essenciais, reduzindo a dependência de contratações externas.
- Flexibilidade no trabalho: regimes híbridos e remotos, horários flexíveis e iniciativas focadas no equilíbrio entre vida pessoal e profissional são atrativos cruciais.
- Recrutamento por potencial: derrubar exigências rígidas de experiência e diploma para privilegiar candidatos com capacidade de aprendizado e alinhamento cultural amplia significativamente o leque de opções.
- Benefícios diferenciados: consórcios, auxílio reforma, apoio psicológico, bolsas de estudo e subsídios para filhos são diferenciais que pesam na escolha profissional.
Mercado de trabalho em transformação e desafios atuais
A falta de profissionais específicos para atender ao perfil exigido pelas empresas retrata um desequilíbrio entre oferta e demanda; não se trata de desemprego, mas de carência de candidatos suficientemente qualificados.
Além disso, habilidades emocionais e de liderança são cada vez mais criteriosas nas contratações.
A conclusão é clara: remuneração elevada não basta para superar a escassez de mão de obra.
O real diferencial está num pacote atraente, desenvolvimento profissional, cultura forte, flexibilidade e recrutamento inteligente.
Empresas que combinarem esses elementos sairão na frente na disputa por talentos — especialmente nas áreas mais afetadas como finanças, TI e logística.
E você, no seu setor, o que acha que pesa mais na hora de mudar de emprego: salário alto ou pacote completo de benefícios e desenvolvimento?