Pesquisa inédita revela avanço da IA ao mapear estrutura cerebral com nível de detalhe sem precedentes
Em uma conquista inédita, cientistas de Harvard e do Google usaram inteligência artificial para mapear, em 3D, apenas 1 milímetro cúbico de tecido cerebral humano.
Esse fragmento microscópico gerou 1,4 petabytes de dados. Isso equivale a cerca de 14 mil filmes em resolução 4K, um volume inédito para uma amostra tão pequena.
Cérebro escaneado com precisão inédita
A pesquisa, realizada entre o fim de 2024 e o início de 2025, utilizou uma amostra de tecido cerebral doado por uma paciente com epilepsia.
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O fragmento media apenas 3 mm de comprimento e continha aproximadamente 50 mil células cerebrais, 150 milhões de sinapses e 230 milímetros de vasos sanguíneos.
Os cientistas cortaram o tecido em mais de 5 mil lâminas ultrafinas. Em seguida, escanearam cada seção com tecnologia avançada de microscopia eletrônica de alta resolução.
Posteriormente, algoritmos de inteligência artificial reconstruíram os dados e criaram um modelo 3D interativo que revela detalhes nunca vistos da estrutura cerebral.
Esse modelo, visualmente detalhado, permite explorar fibras, sinapses, vasos e conexões neuronais em níveis microscópicos, possibilitando novas descobertas sobre o funcionamento do cérebro humano.
Volume de dados e desafios computacionais
A quantidade de dados surpreendeu os próprios cientistas. Para armazenar os 1,4 petabytes gerados, seria necessário um data center de grande porte, com dezenas de servidores dedicados.
Se esse mesmo método fosse aplicado ao cérebro humano completo, o volume final de dados ultrapassaria 1,6 zettabytes ou seja, 1,6 bilhão de terabytes.
Armazenar tal volume exigiria infraestrutura comparável a 57 hectares de servidores, algo equivalente ao tamanho de dezenas de campos de futebol.
Além disso, o custo estimado para mapear todo o cérebro com esse nível de detalhe ultrapassaria os US$50 bilhões, segundo projeções feitas pelos pesquisadores.
Mesmo com tantos desafios logísticos, a equipe acredita que esse tipo de tecnologia pode ser usado em partes específicas do cérebro para estudos avançados em neurologia.
Avanço para a ciência e aplicações futuras
De fato, essa reconstrução representa um salto importante no entendimento da arquitetura cerebral humana.
Pela primeira vez, portanto, torna-se possível observar as conexões neuronais em um contexto tridimensional real.
Com isso, médicos e neurocientistas, por sua vez, poderão desenvolver novas abordagens para compreender doenças como Alzheimer, epilepsia, Parkinson e outras condições neurológicas.
Além disso, essa base de dados, por conseguinte, poderá servir como modelo para o desenvolvimento de sistemas de IA mais eficientes, inspirados diretamente no funcionamento cerebral humano.
A colaboração entre universidades e empresas de tecnologia como Harvard e Google demonstra, assim, que a união entre ciência e inovação pode produzir avanços verdadeiramente revolucionários.
Por fim, o projeto também aponta para o futuro da medicina personalizada, em que mapas cerebrais de alta precisão poderão, eventualmente, ser usados para diagnósticos e tratamentos sob medida.