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Era o futuro da energia solar há dez anos — hoje é um fracasso bilionário no deserto, superado e visto mais como atração visual

Publicado em 05/08/2025 às 18:03
Deserto, Nevada, Energia limpa, Energia solar
Créditos: Imagem de USFWS da Região Sudoeste do Pacífico, via Flickr – licenciada sob CC BY 2.0
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Projeto de 1 bilhão de dólares, que prometia fornecer energia limpa a 100 mil pessoas, acabou superado por tecnologias mais baratas e eficientes

Há dez anos, a Crescent Dunes foi inaugurada no deserto de Nevada, nos Estados Unidos, com a missão de revolucionar a energia renovável. O projeto reunia 10.347 espelhos direcionados para uma torre central de 200 metros e era a segunda usina de energia termosolar com armazenamento em sais fundidos do mundo, depois da espanhola Gemasolar.

O objetivo era ambicioso: fornecer energia limpa para mais de 100.000 pessoas.

O custo foi de cerca de 1 bilhão de dólares. No entanto, passados dez anos, o local é lembrado mais como atração visual para passageiros que sobrevoam a região do que como marco de inovação.

Investimentos e queda

A usina foi promovida pela empresa californiana SolarReserve e atraiu grandes investidores, como Warren Buffet e o Citigroup.

Também recebeu empréstimos garantidos pelo governo dos Estados Unidos. A SolarReserve fechou contrato com a NV Energy para fornecer 500.000 MWh anuais durante 25 anos.

O mais importante é que essas metas nunca foram atingidas. O alto custo de manutenção e a energia cara tornaram a operação inviável.

Em 2019, a NV Energy processou a SolarReserve por descumprimento contratual.

Além disso, investidores entraram com ações contra a empresa por má gestão. Em 2020, a Crescent Dunes foi declarada falida e expropriada.

Bill Gould, cofundador da SolarReserve, culpou a empresa espanhola ACS Cobra por projetar um tanque de armazenamento defeituoso, já que era responsável pela engenharia.

Tecnologia já ultrapassada

Quando inaugurada em 2015, a tecnologia de energia termosolar (CSP) já enfrentava desvantagens frente à energia fotovoltaica.

Enquanto esta converte diretamente a luz em eletricidade com painéis solares, a CSP usa heliostatos que concentram o calor do sol em sais fundidos para gerar energia.

Embora o sistema prometesse produção constante e flexível, o custo era alto. Um megawatt-hora de CSP custava cerca de 135 dólares, contra menos de 30 dólares da energia fotovoltaica.

Retorno tímido

A ACS assumiu o controle em 2021 e firmou novo contrato com a NV Energy. Porém, os resultados ficaram distantes das expectativas iniciais.

Em 2022, a produção foi de apenas 80.236 MWh, muito abaixo da meta original de meio milhão de MWh anuais.

Portanto, o projeto de energia solar que nasceu como promessa global de energia limpa permanece como exemplo de como altos custos e tecnologia defasada podem transformar uma grande ideia em um desperdício milionário.

Com informações de Xataka.

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Romário Pereira de Carvalho

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