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Entregador de aplicativo com os dias contados: Keeta chega ao Brasil com drones e desafia iFood e Rappi no delivery

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 24/07/2025 às 16:59
Atualizado em 25/07/2025 às 14:41
Keeta chega ao Brasil e promete revolucionar o delivery com drones, desafiando iFood e Rappi. Saiba como a tecnologia pode transformar o setor.
Keeta chega ao Brasil e promete revolucionar o delivery com drones, desafiando iFood e Rappi. Saiba como a tecnologia pode transformar o setor.
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A entrada da Keeta no Brasil traz novas tecnologias, aposta em drones para delivery e promete transformar a disputa entre os principais aplicativos do setor, acelerando mudanças e ampliando a concorrência no mercado nacional de entregas rápidas.

A chegada da Keeta ao Brasil, prevista para novembro de 2025, marca o início de uma nova era para o setor de delivery no país, com a introdução de tecnologias avançadas e uma aposta inédita no uso de drones para entregas rápidas.

Subsidiária internacional da Meituan, reconhecida como a maior empresa global de delivery de restaurantes, a Keeta vai iniciar suas operações pelo escritório em São Paulo e, ainda neste ano, pretende lançar seus serviços de entrega na capital paulista, intensificando a disputa com gigantes já estabelecidos como iFood e Rappi.

Considerado um dos mercados mais promissores para expansão internacional, o Brasil será o terceiro país a receber operações da Keeta, que já atua em Hong Kong e na Arábia Saudita.

O investimento previsto, de aproximadamente US$ 1 bilhão, reflete a aposta da companhia chinesa na construção de uma infraestrutura robusta e competitiva, destinada a transformar o cenário do delivery brasileiro.

Keeta no Brasil: expansão e investimentos bilionários

O plano de atuação da Keeta no Brasil inclui metas ambiciosas.

Keeta chega ao Brasil e promete revolucionar o delivery com drones, desafiando iFood e Rappi. Saiba como a tecnologia pode transformar o setor.
Keeta chega ao Brasil e promete revolucionar o delivery com drones, desafiando iFood e Rappi. Saiba como a tecnologia pode transformar o setor.

A empresa pretende alcançar 15 regiões metropolitanas até junho de 2026 e estender o serviço para mil municípios até 2030.

O objetivo é consolidar uma rede com até 100 mil entregadores, além de investir em tecnologia de ponta, infraestrutura logística e treinamento de equipes.

Esse movimento amplia a concorrência em um setor até então dominado principalmente por iFood e Rappi, plataformas que já operam com grande capilaridade e participação de mercado.

No comando das operações brasileiras está o executivo Tony Qiu, vice-presidente da Meituan e CEO da Keeta, profissional com trajetória destacada no setor de mobilidade e tecnologia.

Ex-CEO da 99 em São Paulo e ex-líder da área internacional da Kwai, Qiu participou ativamente da implementação da Keeta em Hong Kong e na Arábia Saudita, além de liderar projetos de inovação em diferentes mercados.

A chegada da Keeta movimentou também o mercado de trabalho: a empresa já abriu mais de 100 vagas no Brasil, distribuídas entre setores como jurídico, recursos humanos, desenvolvimento de produto e vendas.

Tal iniciativa demonstra o compromisso de estruturar uma base sólida e multifuncional, voltada para sustentar o crescimento planejado.

Drones e inovação: tecnologia no delivery brasileiro

Keeta chega ao Brasil e promete revolucionar o delivery com drones, desafiando iFood e Rappi. Saiba como a tecnologia pode transformar o setor.
Keeta chega ao Brasil e promete revolucionar o delivery com drones, desafiando iFood e Rappi. Saiba como a tecnologia pode transformar o setor.

Entre as principais apostas da Keeta está o uso de drones e veículos autônomos para entregas urbanas, uma tecnologia já empregada pela empresa-mãe na China, onde mais de um milhão de entregas foram realizadas dessa forma até julho de 2025.

O vice-presidente do grupo Meituan, Tony Qiu, afirmou recentemente que o objetivo é trazer essa solução para o Brasil, mas ressaltou que a implementação ainda depende do avanço regulatório.

Atualmente, as regras brasileiras não autorizam operações comerciais de drones em grande escala, tornando o cenário um desafio para a inovação.

Segundo a legislação vigente, operações comerciais com drones exigem registro das aeronaves, seguro contra danos a terceiros e autorizações específicas emitidas por órgãos como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Departamento de Controle do Espaço Aéreo e Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Para entregas aéreas em áreas urbanas, o regulamento é ainda mais rigoroso: requer autorização para voos além da linha de visão do piloto (BVLOS), análise de risco e permissões exclusivas para cada trajeto.

Contudo, esse quadro pode mudar em breve.

Em junho de 2025, a Anac lançou uma consulta pública sobre a minuta do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil nº 100 (RBAC 100), que propõe simplificar e flexibilizar as normas para o uso comercial de drones.

O novo regulamento busca permitir que empresas inovadoras possam apresentar seus próprios métodos para garantir a segurança e a mitigação de riscos, sem perder o rigor no controle das operações.

Concorrência e testes de entrega por drones no Brasil

Antes da chegada da Keeta, o iFood já havia iniciado testes com drones no Brasil, em parceria com a Speedbird Aero.

Em 2020, uma primeira operação experimental foi realizada em Campinas, conectando por via aérea a praça de alimentação de um shopping a um ponto de entrega, onde um entregador completava o percurso por terra.

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Dois anos depois, o iFood tornou-se o primeiro a receber autorização da Anac para entregas comerciais com drones, permitindo voos de até três quilômetros, inclusive em áreas urbanas.

Os testes de 2022 em Aracaju destacaram o potencial da tecnologia: um drone conseguiu cruzar o rio Sergipe, conectando um shopping à cidade vizinha de Barra dos Coqueiros em pouco mais de cinco minutos, enquanto o trajeto por terra poderia durar até 55 minutos.

Apesar do sucesso da iniciativa, o modelo não foi ampliado nem transformado em padrão nas operações da plataforma.

O uso de drones segue restrito a projetos-piloto, sem escala comercial significativa.

Novos rumos para entregadores de aplicativo

A entrada da Keeta com propostas tecnológicas avança em meio a discussões sobre o futuro do trabalho dos entregadores de aplicativo, setor que emprega milhares de brasileiros e movimenta a economia urbana.

O possível uso de drones levanta questões sobre a transformação do perfil profissional e sobre a necessidade de requalificação para novas funções ligadas à operação e manutenção desses sistemas.

Segundo especialistas em logística e mobilidade, a introdução de drones pode ampliar a eficiência das entregas, especialmente em áreas congestionadas ou de difícil acesso.

Porém, o impacto sobre a geração de empregos ainda divide opiniões e depende do ritmo de adoção da tecnologia no país, das regras regulatórias e das políticas públicas de apoio à inovação.

O futuro do delivery com Keeta chega ao Brasil

A chegada da Keeta e o avanço no uso de drones para delivery reposicionam o país no mapa da inovação em logística, mas também trazem novos desafios regulatórios, tecnológicos e sociais.

Com investimento bilionário, a expectativa é de que o mercado de entregas rápidas se torne ainda mais competitivo, dinâmico e diversificado nos próximos anos.

Você acredita que o uso de drones pode realmente revolucionar o delivery no Brasil, ou os desafios regulatórios e sociais ainda são um obstáculo difícil de superar? Participe da discussão nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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