Uma viagem pelos anos 70 revela como eram os cômodos mais íntimos das casas brasileiras, com móveis escuros, azulejos coloridos, pôsteres de ídolos e detalhes que mostram o estilo e o jeito de viver daquela década
Os anos 70 marcaram uma transformação profunda na vida doméstica brasileira. Era uma época em que o design, as cores e os hábitos refletiam o espírito vibrante do país. Cada cômodo da casa parecia carregar um pedaço da cultura e da rotina de uma geração inteira.
Nesta viagem pelo tempo, o convite é para entrar no quarto, na cozinha e no banheiro dos anos 70, três espaços que revelam a intimidade, os costumes e o charme de uma década inesquecível. Dos pôsteres nas paredes aos azulejos estampados, cada detalhe ajuda a contar como se vivia e sonhava há meio século.
O quarto dos anos 70: pôsteres, móveis escuros e colchas vibrantes

Nos anos 70, o quarto era o território da personalidade.
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As paredes eram cobertas de pôsteres de Roberto Carlos, Elvis Presley, Beatles e Sidney Magal, recortados de revistas ou jornais.
Eram mais do que enfeites: representavam sonhos, ídolos e identidades.
Os móveis seguiam um padrão inconfundível.
Madeira escura, traços pesados e presença marcante dominavam o ambiente.
O guarda-roupa era quase uma escultura, a penteadeira era o altar da vaidade e a cama trazia a clássica colcha de chenille, felpuda e colorida.
A iluminação amarelada criava um clima acolhedor e íntimo, mesmo que deixasse o quarto na penumbra.
No quarto de casal, a cabeceira torneada e o abajur com franjinhas eram símbolos de elegância.
Já nos quartos dos adolescentes, o violão encostado na parede e o diário com cadeado escondido na gaveta representavam o universo dos sonhos e segredos. Tudo era simples, mas cheio de significado.
A cozinha dos anos 70: o coração da casa

A cozinha dos anos 70 era o centro de convivência familiar. Mais espaçosa e colorida, reunia todos em torno da mesa de fórmica com pés cromados.
O café era coado em pano, o filtro de barro ocupava lugar fixo na pia e o cheiro de comida caseira se misturava às risadas e conversas do dia a dia.
As cores dominavam o ambiente. Geladeiras, fogões e armários metálicos da Itatiaia apareciam em vermelho, azul, amarelo ou verde.
As paredes eram cobertas de azulejos estampados e a mesa vivia cheia de vida: garrafa de café, margarina Doriana, lata de Nescau e biscoitos Tostines.
Era o retrato da rotina de uma época em que o design e o afeto caminhavam juntos.
Dentro da geladeira, a jarra em formato de abacaxi e o leite em saquinho dividiam espaço com refrigerantes em garrafas de vidro retornáveis.
Até as panelas exibiam cores e estampas, reforçando o charme nostálgico do ambiente. O ato de cozinhar era coletivo, e a cozinha, mais do que funcional, era emocional.
O banheiro dos anos 70: cor, estilo e memória

O banheiro dos anos 70 era um espetáculo à parte. Louças coloridas em tons de rosa, azul, verde e amarelo faziam o conjunto parecer uma obra de arte doméstica.
Tudo combinava: pia, vaso, bidê, saboneteira e suporte de papel. Quanto mais harmonia nas cores, mais chique o ambiente parecia.
Os azulejos com estampas geométricas e florais cobriam do chão ao teto. No lugar do box de vidro, as cortinas de plástico reinavam.
Quem podia investir mais optava por um box de acrílico ondulado, considerado moderno e prático.
No espelho, desfilavam os clássicos da higiene da época: Leite de Rosas, sabonete Lux, Kolynos e shampoo de ovo.
O banheiro era pequeno, mas cheio de personalidade.
Cada perfume e cada detalhe mostravam o cuidado de uma época em que até o papel higiênico combinava com a cor das louças.
Era o reflexo fiel de um tempo em que o lar representava status, estilo e afeto.
O valor da memória e o encanto do cotidiano
Revisitar os anos 70 é mergulhar em uma era de autenticidade. Cada cômodo, cada objeto e cada cor falam sobre uma forma de viver mais calma, simples e cheia de significados.
O ventilador barulhento, o coador de pano, a penteadeira repleta de perfumes e a pia de cimento gastando aos poucos são fragmentos de uma história afetiva que ainda emociona.
Essas memórias domésticas revelam mais do que decoração: mostram como as pessoas se relacionavam com o tempo, com o lar e entre si.
A casa era o centro de tudo, e nela cabiam risadas, música, cheiros e tradições que continuam vivas na lembrança.
E você, qual desses cômodos dos anos 70 desperta mais lembranças, o quarto, a cozinha ou o banheiro? Conte nos comentários e ajude a manter viva essa memória afetiva.



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