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Entre casarões coloniais, ruas de pedra e um ritmo que desafia a pressa moderna, esta cidade brasileira parece ter parado no tempo e mantém viva a essência dos anos 50

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 08/11/2025 às 07:53
Entre casarões coloniais, ruas de pedra e um ritmo que desafia a pressa moderna, esta cidade brasileira parece ter parado no tempo e mantém viva a essência dos anos 50
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Em Goiás Velha, antiga capital do estado, o tempo parece ter parado nos anos 1950. Com ruas de pedra, casarões coloridos e vida tranquila, a cidade é um refúgio histórico que preserva a essência do Brasil colonial.

No coração do estado de Goiás, existe um lugar onde a modernidade ainda respeita o passado. O município de Goiás, conhecido carinhosamente como Goiás Velha, é uma das raras cidades brasileiras que parecem ter congelado no tempo. Com pouco mais de 22 mil habitantes, o antigo cenário colonial conserva sua arquitetura, suas tradições e até o modo de vida simples de uma época em que o relógio girava mais devagar e a vida acontecia nas calçadas.

Um patrimônio vivo da história brasileira

Fundada no século XVIII, durante o ciclo do ouro, Goiás Velha foi a primeira capital do estado, e ainda hoje é um testemunho vivo do Brasil colonial. Suas ruas estreitas e calçadas com pedras irregulares foram moldadas por bandeirantes e mineradores, que chegaram à região em busca de riquezas e deixaram marcas que o tempo jamais apagou.

A cidade foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 2001, reconhecimento que garante proteção a seu conjunto arquitetônico singular — formado por casarões coloridos, igrejas barrocas e praças que mantêm a harmonia estética original do período colonial. Diferente de tantos outros centros históricos brasileiros que se modernizaram, Goiás preservou não apenas a aparência, mas o espírito da época.

Onde a pressa não tem lugar

Em Goiás Velha, o tempo segue um compasso diferente. Enquanto os grandes centros urbanos aceleram sob buzinas e arranha-céus, ali os moradores caminham com calma, cumprimentam-se nas ruas e trocam histórias nas varandas.

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O comércio local fecha cedo, o toque do sino da igreja ainda marca o ritmo das horas e, nas tardes quentes, é comum ver vizinhos reunidos nas portas das casas, mantendo viva a tradição do convívio comunitário.

Os visitantes costumam se encantar com a sensação de estar em outro século. As ruas de paralelepípedos, as fachadas em tons pastéis e o aroma de comida feita no fogão a lenha criam uma atmosfera que remete diretamente aos anos 1950.

Arquitetura e cultura que resistem ao tempo

Um dos maiores tesouros da cidade é seu conjunto de igrejas e casarões coloniais, muitos deles preservados há mais de dois séculos. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, datada de 1734, é um dos exemplos mais notáveis da arquitetura barroca goiana, construída com materiais simples e técnicas artesanais.

Outro destaque é o Museu Casa de Cora Coralina, localizado às margens do Rio Vermelho. O casarão foi o lar da poetisa goiana mais famosa do país, e hoje preserva objetos pessoais, manuscritos e móveis originais, oferecendo uma imersão profunda na cultura e sensibilidade do interior brasileiro.

Além de Cora, a cidade é também palco do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), evento que une tradição e modernidade, atraindo visitantes de todo o mundo sem romper a tranquilidade local.

Tradições mantidas de geração em geração

Os moradores de Goiás Velha têm orgulho de preservar rituais e costumes que vêm desde o período colonial. O Festival da Boa Morte, por exemplo, é uma celebração religiosa com mais de 200 anos, marcada por procissões, cantos e trajes típicos que misturam elementos do catolicismo e da cultura afro-brasileira.

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Na gastronomia, os sabores também resistem à modernização. Receitas como o empadão goiano, a chica doida e o arroz com pequi continuam sendo preparados de forma artesanal, muitas vezes em panelas de barro e com ingredientes colhidos no próprio quintal.

Esses elementos ajudam a explicar por que o visitante que chega à cidade sente que o tempo desacelera — e que, de alguma forma, o Brasil de antigamente ainda existe ali.

Entre o passado e o futuro: o desafio da preservação

Viver em Goiás Velha é conviver com a beleza e o desafio da preservação. O tombamento pela UNESCO impõe restrições a reformas e novas construções, o que garante a integridade visual da cidade, mas também exige esforço constante dos moradores e do poder público.

A Secretaria de Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) mantêm programas de restauração e incentivos ao turismo cultural, tentando equilibrar o crescimento econômico com a proteção do patrimônio histórico.

Apesar das dificuldades, Goiás Velha é um exemplo raro de equilíbrio entre o passado e o presente. Ali, o Wi-Fi pode até estar presente, mas a alma da cidade continua analógica, feita de silêncio, acolhimento e memórias.

Um refúgio histórico em tempos de modernidade acelerada

Para quem vive a correria dos grandes centros, visitar Goiás Velha é como atravessar uma fronteira temporal. O visitante se vê diante de uma paisagem que parece ter parado nos anos 1950, mas que pulsa viva, com gente que resiste, produz e sonha.

O som das carroças, o cheiro do café recém-passado, as conversas nas janelas e o pôr do sol refletido nas águas do Rio Vermelho formam um retrato do Brasil que insiste em permanecer autêntico.

Mais do que uma cidade, Goiás é um convite à pausa. Um lembrete de que o progresso não precisa apagar o passado — e que, em meio ao barulho da modernidade, ainda há lugares onde o tempo faz questão de andar devagar.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Sugestões de pauta, correções ou mensagens podem ser enviadas para contato.deboraaraujo.news@gmail.com

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