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Enquanto o mundo olha para Gaza e Ucrânia, outro conflito que se arrasta desde 1980 tenta encontrar a paz — mas ela ainda parece distante

Publicado em 20/04/2025 às 16:07
Armênia, Azerbaijão, Conflito, Acordo de paz
Imagem ilustrativa: IA
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No último dia 14 de abril, o chanceler da Armênia, Ararat Mirzoyan, declarou que a paz com o Azerbaijão nunca esteve tão próxima. O anúncio gerou repercussão internacional e renovou as esperanças por um fim definitivo ao conflito na região do Cáucaso. No entanto, o otimismo do ministro não é compartilhado por parte da população armênia, que ainda vê o processo com outros olhos.

Conflito histórico em Nagorno-Karabakh

O conflito entre os dois países gira em torno da região de Nagorno-Karabakh, localizada no território do Azerbaijão, mas historicamente povoada por armênios étnicos. O primeiro conflito começou no final da década de 1980, após o parlamento da região votar pela unificação com a Armênia.

Em 1994, um cessar-fogo mediado pela Rússia deu aos armênios o controle de Nagorno-Karabakh. A situação permaneceu tensa até 2020, quando o Azerbaijão lançou uma nova ofensiva para recuperar os territórios perdidos. A guerra não resultou na retomada completa da região.

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Em 2023, tropas do Azerbaijão realizaram um ataque surpresa para retomar Artsakh, nome armênio para Nagorno-Karabakh. O episódio provocou a fuga de mais de 100 mil armênios étnicos, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Os deslocados buscaram refúgio principalmente na Armênia.

Acordo de paz finalizado

Em março deste ano, Armênia e Azerbaijão chegaram ao texto final de um acordo de paz. O plano prevê a possibilidade de retorno dos armênios étnicos às suas casas na região de Nagorno-Karabakh.

Desde então, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, declarou estar pronto para assinar o acordo, restando somente a definição de data e local.

Para avançar com o tratado, a Armênia precisa aceitar condições impostas pelo governo do presidente azeri Ilham Aliyev. Entre elas estão criar um corredor terrestre ligando o exclave de Naquichevão ao Azerbaijão e uma reforma constitucional armênia.

A Constituição da Armênia faz referência à Declaração de Independência, que reconhece direitos de cidadãos armênios, incluindo os que viviam em Nagorno-Karabakh.

O Azerbaijão vê esse texto como uma reivindicação territorial. Pashinyan afirmou ser favorável à remoção dessas referências, mas a medida depende de aprovação popular por plebiscito.

Pesquisas apontam que mais de 90% da população armênia é contrária à mudança constitucional. Essa rejeição amplia a distância entre o governo e a população em relação ao processo de paz.

Corredor de Zagezur gera controvérsia

Outra exigência polêmica é a criação do chamado corredor de Zagezur, que ligaria Naquichevão ao Azerbaijão, cortando o território da Armênia.

Para o governo azeri, a proposta representa uma ligação direta sem a necessidade de envolver o Irã. No entanto, para muitos armênios, isso comprometeria a soberania do país.

Setores políticos e grande parte da população enxergam o projeto como uma ameaça à integridade territorial da Armênia. Há receio de que o corredor permita a presença militar azeri em solo armênio.

Como alternativa, o governo armênio propôs uma conexão ferroviária com Baku. Até agora, o Azerbaijão não respondeu formalmente à oferta.

Acusações de violações e apagamento cultural

Mesmo com o plano de paz em curso, tensões continuam. Nos últimos dias, o governo do Azerbaijão acusou tropas armênias de violarem o cessar-fogo na fronteira.

Já a Armênia denunciou episódios de destruição de símbolos culturais armênios em Nagorno-Karabakh, o que seria uma tentativa de apagar a presença histórica da população armênia na região.

Futuro incerto

Apesar da proximidade do acordo, os entraves permanecem. A rejeição interna à reforma constitucional, a polêmica em torno do corredor de Zagezur e as acusações mútuas entre os países ainda dificultam a concretização da paz.

Com informações de Metrópoles.

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Romário Pereira de Carvalho

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