Receita Federal bate recordes sucessivos de arrecadação em 2025 e impulsiona debate sobre o impacto fiscal dos tributos nas contas públicas.
A arrecadação federal de impostos e contribuições totalizou R$ 679,7 bilhões no terceiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados pela Receita Federal.
O valor é o maior já registrado para o período desde o início da série histórica, em 1995.
Somente em setembro, o recolhimento alcançou R$ 216,7 bilhões, também o maior valor já observado para o mês.
-
Alerta no Fed: Sinais de aperto na liquidez forçam banco central a encerrar redução de US$ 6,6 trilhões do balanço a partir de dezembro
-
Corte de juros nos Estados Unidos pode aliviar economia do Brasil
-
Orlando brasileira’ vai ganhar super aeroporto internacional com investimento inicial de R$ 500 milhões, pista de 2.100 metros, área de 200 hectares e capacidade para 1 milhão de passageiros por ano
-
CNH sem autoescola não passará pelo Congresso e sai em 2025 por resolução, diz ministro; população ‘não quer’ legislativo encarecendo
No acumulado de janeiro a setembro, a arrecadação chegou a R$ 2,105 trilhões, com alta nominal de 8,85% em relação ao mesmo período de 2024.
De acordo com o órgão, os números refletem uma combinação de fatores, como crescimento do mercado de trabalho, aumento da massa salarial e recolhimentos sobre aplicações financeiras, além de ajustes normativos implementados ao longo de 2025.
Arrecadação trimestral e comparação com anos anteriores
Entre julho e setembro, a arrecadação foi 6,9% superior à registrada no mesmo trimestre do ano passado.
A última queda para o período havia ocorrido em 2020, durante a pandemia da Covid-19, quando o total arrecadado foi de R$ 360,3 bilhões, valor 3% menor que o de 2019.
Segundo a Receita, esse resultado confirma o quinto ano consecutivo de crescimento na arrecadação do terceiro trimestre.
Setembro registra novo recorde mensal
O mês de setembro apresentou crescimento real de 1,43%, já descontada a inflação medida pelo IPCA acumulado em 12 meses, e avanço nominal de 6,67% frente a setembro de 2024.
Em nota, a Receita Federal informou que parte do aumento se deve a tributos incidentes sobre operações financeiras e à variação positiva do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O órgão também mencionou efeitos de comparação estatística, já que em 2024 houve pagamentos diferidos de contribuintes do Rio Grande do Sul, o que elevou a base daquele ano.
Desempenho no ano e crescimento real da arrecadação
No acumulado até setembro, a alta real (acima da inflação) foi de 3,49%, considerando a soma de R$ 2,105 trilhões em receitas administradas pela Receita Federal.
Esse montante é o maior da série histórica e supera o total de R$ 1,9 trilhão registrado no mesmo período de 2024.
Ainda conforme o órgão, a arrecadação de tributos previdenciários e o recolhimento sobre lucros e rendimentos de capital tiveram papel relevante para o resultado.
Setores e tributos com maior variação
Segundo dados detalhados da Receita, houve crescimento expressivo em impostos incidentes sobre a renda e o trabalho, acompanhando o aumento da massa salarial.
Já os tributos ligados ao lucro das empresas apresentaram variação menor, em linha com oscilações da atividade econômica.
Analistas do setor fiscal apontam que parte do avanço vem de ajustes administrativos e de medidas que ampliaram a base de arrecadação, como revisões de benefícios tributários e novas normas de recolhimento.
Oscilações mensais e fatores sazonais
Os dados mostram que a trajetória de crescimento não foi linear ao longo do ano.
Após altas sucessivas no primeiro semestre, agosto registrou queda real, seguida de retomada em setembro.
Especialistas em contas públicas avaliam que a movimentação reflete efeitos sazonais e o comportamento de pagamentos concentrados em determinados meses, fenômeno comum na execução do calendário tributário.
Contexto fiscal e metas do governo
O desempenho ocorre em meio ao ajuste fiscal promovido pelo governo federal, que busca elevar a arrecadação para cumprir as metas do arcabouço fiscal e reduzir o déficit das contas públicas.
Economistas consultados avaliam que o resultado reforça a capacidade de geração de receita, mas destacam que parte do crescimento está vinculada a fatores conjunturais, como mudanças regulatórias e rendimentos financeiros, que podem oscilar conforme as condições do mercado.
Série histórica e composição da receita
Desde 2021, a arrecadação do terceiro trimestre apresenta crescimento anual. A última retração, em 2020, foi associada aos impactos da pandemia.
De lá para cá, os dados indicam recuperação consistente da base tributária, com aumento real das receitas administradas diretamente pela Receita Federal.
Em setembro, esse grupo somou R$ 210,7 bilhões, alta real de 1,88% em relação ao mesmo mês de 2024.
As receitas não administradas pelo órgão ficaram em R$ 6 bilhões, com leve retração real no comparativo anual.



Seja o primeiro a reagir!