A Volkswagen está focando no uso de etanol no mercado brasileiro, indo rumo a um caminho diferente das suas apostas na China e na Europa
Enquanto a Europa e a China apostam nos carros elétricos, a Volkswagen está investindo em outra forma de mobilidade sustentável em mercados emergentes e adianta como funcionará seu novo centro de pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis na América Latina. Será uma unidade focada em pesquisa e avanço de novas soluções com base no etanol e em outros biocombustíveis.
Centro de pesquisa da Volkswagen entrará em operação em setembro
De acordo com um comunicado divulgado pela montadora, a unidade que está sendo desenvolvida na fábrica Anchieta, situada em São Bernardo do Campo (SP), terá o apoio de 10 engenheiros dedicados, com ajuda de universidades locais.
A projeção é que o centro de pesquisas e desenvolvimento de etanol da Volkswagen entre em operação já em setembro, seguindo o conceito de espaço aberto inspirado em coworkings, onde a equipe da montadora trabalha em uma constante colaboração para fomentar o avanço de soluções inovadoras.
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O projeto da Volkswagen, que visa a mobilidade sustentável sem carros elétricos, diferente de China e Europa, também utilizará muita iluminação natural, espaços flexíveis para uso variado de interação dos times de trabalho e o verde integrado ao ambiente.
O CEO da VW relata que o principal componente de um modelo elétrico são suas baterias, que atualmente são grandes, pesadas e caras. Herbert Diess afirma que, para ter elétricos representando metade das vendas do grupo até 2030, como a UE exige, seriam necessárias cerca de seis giga-fábricas de baterias prontas e em funcionamento até 2028.
Será necessário comprar todas as máquinas, construir as fábricas, encontrar as localizações, treinar os profissionais, garantir o fornecimento e qualidade das matérias-primas. Segundo o executivo, é um enorme desafio, e também lembra que isso seria apenas para atender a Europa, continente onde a Volkswagen representa cerca de 20% do mercado. Sendo assim, abandonar os carros à combustão e trocá-los pelos elétricos é basicamente impossível.
Volkswagen se pronuncia sobre a inauguração do seu centro de pesquisa focado no etanol e outros biocombustíveis
De acordo com Matthias Michniacli, vice-presidente de Desenvolvimento do Produto & Baureihe da Volkswagen, na região SAM e do Brasil, os biocombustíveis, como o etanol, assim como os carros elétricos, que são foco de China e Europa, apresentam uma grande força para contribuir com a estratégia global Way to Zero, que tem como objetivo a neutralização de carbono até 2050.
Através do centro de pesquisa de biocombustíveis, a Volkswagen planeja estabelecer parceria com as universidades locais, empresas e institutos com intuito de explorar a vocação e conhecimento da região em relação ao tema. Além disso, a unidade de etanol também busca encontrar soluções para mobilidade sustentável em alternativa aos carros elétricos, que são o foco de outros mercados como China, Europa e EUA.
Segundo o plano estratégico global do grupo Volkswagen o objetivo é impulsionar a presença dos carros elétricos na Europa para 70%, e em 50% nos Estados Unidos, nas vendas totais da empresa até a próxima década. Os planos da Volkswagen são de eliminar de forma gradual a fabricação de carros à combustão na Europa até 2035, um pouco mais tarde do que na China e nos Estados Unidos.
Volkswagen fecha parceria com a Raízen
No caso do Brasil, ainda não há uma meta específica para os carros elétricos, diferentemente dos mercados da Europa e da China. A montadora não comercializa seus carros elétricos no país, limitando-se à apresentação dos modelos VW ID.3 e ID.4, que poderão ser lançados em um futuro próximo. Entretanto, continuam sem uma data oficial para chegarem no mercado nacional.
Embora não haja previsão de chegada dos carros elétricos da VW no Brasil, a montadora fechou recentemente uma parceria com a Raízen para o desenvolvimento de uma infraestrutura de carregamento para carros elétricos nos postos da rede no país.