Nova tecnologia desenvolvida na Universidade do Colorado converte calor residual em eletricidade, oferecendo soluções sustentáveis e eficientes para a geração de energia.
Engenheiros da Universidade do Colorado desenvolveram uma tecnologia que promete transformar o setor industrial e energético. O novo dispositivo termofotovoltaico (TPV) consegue converter calor residual em eletricidade, superando um limite físico fundamental: a lei de Planck da radiação térmica.
Este avanço pode dobrar a densidade de potência dos sistemas TPV tradicionais e oferecer soluções eficientes para setores industriais altamente poluentes.
Desafiar a Lei de Planck
A lei de Planck estabelece um limite para a quantidade de energia térmica que pode ser convertida em eletricidade a uma determinada temperatura.
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Ela descreve quanta energia um corpo quente emite em forma de radiação eletromagnética. Até agora, essa lei era vista como um obstáculo inevitável para a eficiência dos dispositivos TPV.
No entanto, a equipe de engenharia do Departamento de Engenharia Mecânica Paul M. Rady, em colaboração com o National Renewable Energy Laboratory (NREL) e a Universidade de Wisconsin-Madison, conseguiu superar essa barreira.
Liderados pelo professor assistente Longji Cui, do Cui Research Group, os pesquisadores projetaram um dispositivo compacto, do tamanho de uma mão, que dobrou a densidade de potência obtida pelos TPVs convencionais.
O estudo, publicado na revista Energy & Environmental Sciences, destaca como a nova tecnologia pode gerar eletricidade sem depender de temperaturas extremamente altas ou materiais caros. A solução pode ter implicações significativas para a geração de energia limpa e redução de emissões de carbono.
Reaproveitamento de calor residual
Grande parte da energia utilizada globalmente — cerca de dois terços — é desperdiçada na forma de calor residual. Essa energia perdida poderia ser reaproveitada para gerar eletricidade limpa e sustentável.
O dispositivo TPV desenvolvido pela Universidade do Colorado tem o potencial de capturar esse calor residual e transformá-lo em uma fonte renovável de energia.
A tecnologia também tem aplicações promissoras em usinas geotérmicas, nucleares e solares, onde a recuperação do calor residual pode otimizar a geração de eletricidade sem combustíveis fósseis.
Essa abordagem pode impulsionar a transição para um futuro mais sustentável, aproveitando uma fonte de energia que muitas vezes passa despercebida.
Solução inovadora
O principal diferencial deste dispositivo TPV é o uso de um separador de vidro isolante no lugar do tradicional vácuo ou gás.
O vidro transparente ao infravermelho e de alto índice cria um canal de alta densidade de potência, permitindo que as ondas de calor sejam transferidas sem perdas energéticas.
Esse design inovador melhora consideravelmente a eficiência elétrica do dispositivo, tornando-o mais econômico e acessível.
Além de ser um material barato e disponível comercialmente, o vidro permite que o dispositivo opere em temperaturas mais baixas.
Enquanto sistemas TPV convencionais exigem temperaturas de até 1.400 °C, o novo dispositivo funciona eficientemente a 1.000 °C, o que amplia suas aplicações em diversas indústrias.
Explorando novos materiais para aumentar a eficiência
Embora o uso do vidro represente um marco, os pesquisadores acreditam que a eficiência pode ser ampliada ainda mais. O silício amorfo e outros materiais com propriedades semelhantes podem aumentar a densidade de potência em até 20 vezes, segundo projeções teóricas.
Essa possibilidade abre caminho para aplicações ainda mais robustas da tecnologia TPV, permitindo que ela atenda às demandas de geração de energia em larga escala.
O potencial de aprimoramento do dispositivo é vasto, e novas pesquisas podem elevar ainda mais sua eficiência e viabilidade comercial.
Impacto na indústria e redução de emissões
As implicações industriais dessa tecnologia são significativas. O dispositivo TPV pode alimentar geradores de energia portáteis e impulsionar processos industriais de alta emissão, como a produção de vidro, aço e cimento.
A substituição parcial ou total de fontes fósseis nesses setores pode reduzir drasticamente as emissões de carbono, contribuindo para metas globais de sustentabilidade.
Outro fator relevante é a compatibilidade do dispositivo com tecnologias comerciais existentes. Isso facilita sua escalabilidade e adoção em ambientes industriais, reduzindo custos de implementação.
A capacidade de recuperar calor residual também oferece uma solução para o armazenamento de energia de forma mais eficiente, tornando o sistema ainda mais atraente para aplicações comerciais.
Patente pendente
A nova tecnologia TPV desenvolvida pela Universidade do Colorado está atualmente com patente pendente.
Os criadores do dispositivo estão otimistas sobre o impacto transformador que ele pode ter no campo da geração de energia e recuperação de calor.
Se implementado em larga escala, o dispositivo pode acelerar a transição para um futuro energeticamente sustentável.
Ao otimizar o uso de fontes renováveis e reduzir a pegada de carbono da indústria, ele representa um passo fundamental em direção a um modelo energético mais limpo e eficiente.
Os engenheiros e pesquisadores envolvidos acreditam que a inovação pode marcar uma nova era na utilização de energia térmica.
A recuperação eficaz do calor residual pode se tornar uma prática comum em setores industriais, fortalecendo o compromisso global com a redução de emissões e sustentabilidade energética.
Com info de ecoinventos.