Nutrição por fase fenológica no cacau transforma lavouras e mostra que resultados são expressivos com baixo custo.
Uma nova abordagem agronômica está mudando a realidade de lavouras de cacau no sul da Bahia. Trata-se da nutrição por fase fenológica, uma técnica que respeita o ciclo natural do cacaueiro e tem trazido resultados expressivos de produtividade.
A inovação foi aplicada pelo engenheiro agrônomo Adson dos Santos Oliveira, por meio da AGROS Consultoria, e já alcança ganhos de até 330 arrobas por hectare.
A estratégia também se mostra acessível a pequenos produtores, o que amplia seu impacto social e econômico na região.
-
Como os médicos já usam IA para prever doenças antes dos sintomas aparecerem
-
6 dicas para usar o WhatsApp Web no PC ou notebook
-
Bateria nuclear promete 50 anos de duração sem carga e pode operar em missões espaciais, submarinas e sistemas militares críticos
-
Índia testa míssil capaz de atingir a China com alcance superior a 5.000 quilômetros e apto a transportar ogivas nucleares
A metodologia vem sendo aplicada principalmente no Baixo Sul da Bahia, região tradicional no cultivo do cacau.
O diferencial está na forma como a planta é nutrida: em vez de receber adubação padronizada, o cacaueiro é tratado conforme suas necessidades em cada etapa do ciclo produtivo.
Inovação na nutrição do cacaueiro respeita o ciclo da planta
A técnica de nutrição por fase fenológica considera que o cacaueiro passa por diferentes fases — como crescimento vegetativo, floração, frutificação e maturação — e que cada uma demanda nutrientes específicos.
Por exemplo, na fase de enchimento dos frutos, a planta exige até 60% do potássio do ano todo.
Segundo Adson Oliveira, usar o fertilizante correto no momento errado é um erro comum, se adubar com nitrogênio em excesso nessa fase, o cacaueiro retorna à fase vegetativa e perde produtividade.
Resultados são expressivos e animam produtores
A aplicação correta da técnica vem mostrando resultados expressivos.
Lavouras que antes produziam entre 100 e 120 arrobas por hectare agora registram produtividade média de 160 arrobas.
A expectativa para a safra 2025/2026, segundo a AGROS, é atingir entre 310 e 330 arrobas por hectare em áreas que seguem rigorosamente o plano nutricional.
Esses números representam um avanço significativo em uma cultura que, historicamente, sofre com desafios como doenças, baixa produtividade e uso inadequado de insumos.
Estratégia também se mostra acessível a pequenos produtores
Apesar de parecer uma tecnologia de ponta, a inovação não exige investimentos elevados em equipamentos sofisticados.
A estratégia também se mostra acessível a pequenos produtores, desde que seja acompanhada por orientação técnica especializada.
A base da técnica está em práticas simples, como análise do solo, leitura foliar e monitoramento do estado fisiológico da planta.
Com esses dados, é possível ajustar a quantidade e o tipo de adubo a ser aplicado.
Além disso, o método tem mostrado impacto positivo na saúde das plantas.
Em muitas propriedades que seguem a nutrição por fase fenológica, é possível observar lavouras livres de doenças mesmo após longos períodos sem aplicação de defensivos químicos.
Adson Oliveira: trajetória de um profissional comprometido com a inovação
Formado pela EMARC de Valença, com mestrado em produção vegetal e atualmente doutorando na UESC, Adson Oliveira atua há mais de 25 anos no setor.
Em 2013, fundou a AGROS Consultoria Agronômica, que hoje acompanha diversos produtores na Bahia.
O compromisso com a inovação no cacau tem sido uma marca do seu trabalho.
Perspectiva para o futuro da cacauicultura brasileira
Com o avanço da técnica, a expectativa é que mais agricultores adotem a nutrição por fase fenológica como uma ferramenta essencial para modernizar a produção.
O impacto vai além da produtividade: trata-se de uma abordagem sustentável, eficiente e com potencial para fortalecer a base da cadeia do cacau — os pequenos e médios produtores.
Diante de resultados tão expressivos, a cacauicultura nacional ganha um novo fôlego, e o exemplo baiano pode servir como modelo para outras regiões produtoras do país.