Engenheiro alerta: ar-condicionado, geladeira, air fryer e outros 8 aparelhos nunca devem ser ligados em extensões. Entenda riscos de incêndio e como evitar sobrecargas.
No Brasil, o uso de extensões é quase um hábito cultural. Seja para ligar a televisão, o carregador de celular ou mesmo o micro-ondas, milhões de brasileiros recorrem a essas réguas e benjamins sem imaginar que, em muitos casos, estão criando uma bomba-relógio dentro de casa. Segundo engenheiros eletricistas, a maioria das extensões disponíveis no mercado não é projetada para suportar aparelhos de alto consumo. A consequência é direta: fios superaquecidos, quedas de tensão, falhas nos disjuntores e, em situações mais graves, incêndios que podem se espalhar em minutos.
Um estudo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) revela que mais de 600 incêndios por ano no Brasil têm origem em instalações elétricas improvisadas, muitas delas envolvendo extensões e sobrecargas.
Por isso, o alerta é claro: existem aparelhos que nunca devem ser ligados em extensões.
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1. Ar-condicionado: picos de corrente que derretem cabos
O ar-condicionado é um dos maiores vilões quando se trata de consumo elétrico. No momento da partida, o compressor exige um pico de corrente que pode chegar a três vezes o valor nominal do aparelho. Uma unidade de 1.200 watts, por exemplo, pode puxar até 3.600 watts instantaneamente.
Extensões comuns, com cabos de apenas 0,75 mm² de bitola, não foram projetadas para suportar essa carga. O resultado é o superaquecimento do fio, que pode derreter a capa protetora e expor a fiação, aumentando o risco de curto-circuito e incêndio.
2. Aquecedor elétrico: alto consumo em pouco tempo
Os aquecedores elétricos, muito usados em regiões frias do Brasil, estão entre os campeões de consumo. Um único aparelho pode ultrapassar 2.000 watts de potência contínua. Em uma extensão simples, isso equivale a ligar vários eletrodomésticos ao mesmo tempo.
O engenheiro eletricista ouvido pelo TechTudo alerta: a sobrecarga é inevitável. Em minutos, a extensão aquece a ponto de queimar o plástico, liberando fumaça tóxica e podendo provocar um incêndio.
3. Micro-ondas e fornos elétricos: potência contínua e queda de desempenho
Micro-ondas e fornos elétricos foram projetados para operar ligados diretamente em tomadas de parede. Eles exigem corrente constante e elevada para manter o funcionamento eficiente. Quando conectados em extensões, ocorre queda de tensão, o que força o aparelho a trabalhar em condições instáveis.
Além de aumentar o risco de acidentes, isso também pode reduzir a vida útil do eletrodoméstico e elevar o consumo de energia. Ou seja: além de perigoso, sai mais caro.
4. Geladeiras e freezers: picos constantes no compressor
Geladeiras e freezers parecem inofensivos, mas seus compressores ligam e desligam várias vezes ao dia, sempre puxando corrente alta no instante da partida. Uma extensão comum não suporta esse ciclo repetitivo de sobrecarga.
O resultado pode ser duplo: risco de incêndio na fiação e falha no motor da geladeira, causando perda de alimentos e prejuízos financeiros.
5. Máquinas de lavar e secadoras: motores potentes, riscos elevados
As máquinas de lavar roupa e secadoras utilizam motores de alta potência para girar e centrifugar. Essa demanda energética exige tomadas dedicadas, com cabos reforçados. Ao utilizar uma extensão, o risco de superaquecimento é elevado, principalmente durante a centrifugação, quando a corrente elétrica atinge seu pico.
Além do risco de incêndio, há ainda a possibilidade de a máquina parar de funcionar no meio do ciclo, danificando roupas e prejudicando o uso diário.
6. Air fryer: a “nova vilã” das extensões
A fritadeira elétrica virou febre no Brasil, mas poucos consumidores sabem que ela consome entre 1.500 e 2.000 watts. Esse valor é equivalente ao de um micro-ondas de porte médio.
Segundo especialistas, ao ligar uma air fryer em uma extensão, o fio pode aquecer rapidamente, gerando risco de curto-circuito. E o detalhe: muitas casas ligam mais de uma air fryer ou associam o uso com micro-ondas e cafeteiras no mesmo ponto. Isso multiplica o risco.
7. Chuveiro elétrico: o campeão de consumo no Brasil
O chuveiro elétrico é responsável por até 25% do consumo de energia residencial em alguns lares brasileiros. Ele pode ultrapassar 4.500 watts, exigindo cabos grossos, disjuntores dedicados e tomadas reforçadas.
Conectar um chuveiro em uma extensão é praticamente pedir para que o fio derreta em poucos minutos. O risco de incêndio é altíssimo, e acidentes graves já foram registrados pelo uso incorreto.
8. Ferramentas de oficina: energia concentrada em segundos
Ferramentas como soldadores, serras circulares, esmerilhadeiras e furadeiras industriais puxam grandes correntes em intervalos curtos. Esse esforço elétrico gera aquecimento instantâneo em extensões simples.
O engenheiro explica que, nesses casos, não se trata apenas de risco de incêndio, mas também de falhas que podem colocar em risco o trabalhador, como travamentos súbitos ou descargas inesperadas.
Extensão elétrica: como usar de forma segura
Nem toda extensão é perigosa, desde que seja usada com responsabilidade. O especialista consultado lembra que a extensão deve ter certificação do INMETRO e cabos com bitola compatível ao uso.
Recomendações básicas:
- Extensões de bitola 2,5 mm² para suportar até 20 A.
- Nunca usar extensões enroladas, pois isso aumenta o aquecimento.
- Evitar ligar mais de um aparelho de alto consumo no mesmo ponto.
- Instalar disjuntor diferencial residual (DR) para proteger contra choques.
Em muitos incêndios domésticos registrados pela Abracopel, a cena é a mesma: uma extensão derretida ao lado de móveis e cortinas. O barato sai caro: economizar em uma extensão inadequada pode custar não só dinheiro, mas vidas.
O alerta dos engenheiros eletricistas é claro: esses oito aparelhos nunca devem ser conectados a extensões. O caminho mais seguro é ligar diretamente na tomada de parede, com fiação apropriada e devidamente inspecionada.