Engenheiro constrói máquina com 100 engrenagens que representa um googol, número maior que todos os átomos do universo conhecido.
No dia 1º de março de 2020, pouco antes de completar 32 anos, o engenheiro holandês Daniel de Bruin afirmou ter atingido 1 bilhão de segundos de vida. Para marcar a data, ele construiu uma máquina única: um sistema de engrenagens que representa o número googol — ou 1 seguido de 100 zeros.
A criação do engenheiro rapidamente chamou atenção nas redes sociais pela escala absurda envolvida.
De Bruin explicou que o objetivo era dar forma visual a um número praticamente impossível de ser representado no mundo físico.
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“É um número maior que o de átomos no universo conhecido”, escreveu ele ao apresentar o projeto.
Como a máquina Googol funciona
A estrutura criada pelo engenheiro possui 100 engrenagens conectadas em sequência. Cada uma está ligada à próxima por um sistema de redução de movimento na proporção de 1 para 10.
Isso significa que a primeira engrenagem precisa girar 10 vezes para que a segunda complete um giro. A terceira só se move após 10 voltas da segunda, e assim sucessivamente.
A ideia se repete até a centésima engrenagem. Com essa lógica, o número de rotações necessárias para que a última roda gire uma única vez equivale a 10 elevado a 100 — justamente o googol. Em números absolutos, seria algo como:
10.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000
A imensidão do cálculo mostra o quanto a máquina é simbólica.
Mesmo que funcione de verdade, não há energia suficiente disponível para fazer a última engrenagem girar uma única vez.
Isso porque a quantidade de movimento e força necessária supera os limites do próprio universo.
O tempo necessário seria inimaginável
Além do esforço físico, o tempo também se torna um obstáculo. Segundo De Bruin, a primeira engrenagem gira cerca de 1.000 vezes por hora. Ainda assim, para que a quarta roda complete uma volta, é preciso que a primeira faça 1.000 rotações. O padrão se repete em escala exponencial. Cada nova engrenagem torna o desafio ainda mais extremo.
Considerando essa proporção, o tempo exigido para que a última engrenagem gire é praticamente eterno.
Mesmo com a suposição de que cada engrenagem leve apenas um segundo para completar 10 voltas, a duração total ainda ultrapassaria em muito a idade estimada do universo, que é de 13,8 bilhões de anos.
A própria estrutura também limita o alcance. Ainda que a máquina esteja em funcionamento, as leis da física tornam impossível que ela opere por tempo suficiente.
O desgaste mecânico, a necessidade de energia constante e o atrito fariam a estrutura parar muito antes.
Visualizando o impossível
Daniel de Bruin transmitiu ao vivo o funcionamento da máquina em 2020. Em uma transmissão de uma hora, foi possível acompanhar as primeiras engrenagens em ação.
A quarta roda conseguiu girar, mas o ritmo desacelera drasticamente a cada nível. O sistema segue funcionando, mas sem qualquer expectativa de alcançar o fim.
“Para que a última engrenagem gire uma vez, é preciso que a primeira gire o equivalente a um googol. Seria necessária mais energia do que o universo inteiro para fazer isso. Isso me impressiona”, declarou De Bruin ao compartilhar o projeto.
Mesmo sem utilidade prática, a máquina serve como ferramenta de reflexão. Ela oferece uma forma concreta de imaginar um número incompreensível.
Segundo a BBC, o número estimado de átomos no universo é de 10^80 — um valor superado por um googol, que representa 10^100.
Engenharia para celebrar o tempo
A motivação por trás da invenção também surpreendeu. Ao invés de um bolo de aniversário ou uma festa, Daniel de Bruin decidiu que completar 1 trilhão de segundos merecia algo mais simbólico.
Ele escolheu traduzir o tempo em engrenagens — e acabou criando uma estrutura que aponta para a infinitude.
Com isso, sua máquina se tornou não apenas uma curiosidade técnica, mas também uma forma de celebrar a passagem do tempo. Uma homenagem pessoal à ciência, à matemática e à mecânica — tudo ao mesmo tempo.
Pero que pasaría si lo giráramos en sentido inverso
Na hipótese do movimento possível, todas as engrenagens giram desde o primeiro instante, sendo cada uma delas a uma fração correspondente a 1 giro dividido por 10**n, onde b é a sua posição relativa na **** de reduções. A última engrenagem girará a 1/googol. Em zero atrito, zero força.
Tá, muito engenhoso, mas pra que serve a máquina???