O painel “As transformações no setor de Energia”, ocorrido no domingo (16/01), trouxe uma discussão sobre as energias renováveis no Brasil
O Rio Innovation Week foi sem dúvida alguma um grande evento, contando com participações expressivas de empresas, do Governo e da sociedade. Não podia, portanto, deixar de abordar temas como o de energias renováveis, mercado esse que vem crescendo no Brasil de forma expressiva, ainda mais pressionado pelas grandes dificuldades energéticas recentes, graças à pior crise hídrica dos últimos 91 anos.
O painel “As transformações no setor de Energia” teve destaque durante o evento, trazendo informações e insights de grande interesse sobre as energias renováveis, além da importância que o petróleo e o gás possuem nessa transição, além dos posicionamentos para o futuro desses setores. O painel contou com representantes do mercado solar (na pessoa de Rodrigo Lopes Sauaia, presidente executivo da Absolar), do mercado de energia eólica (na pessoa de Elbia Gannoum, CEO da Associação Brasileira de Energia eólica), e do mercado de petróleo e gás (na pessoa de Fernanda Delgado, diretora executiva corporativa do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás).
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Todos concordam que são necessárias mudanças na matriz energética do Brasil, especialmente para que ela deixe de ser tão dependente da energia hidrelétrica, já que as variações climáticas, antes uma simples preocupação ecológica, estão afetando negativamente a sociedade e os negócios em geral, neste caso gerando um aumento considerável no valor da energia elétrica.
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Parcerias para o futuro das energias renováveis
No sentido de diversificar a matriz elétrica do Brasil com energias alternativas, existem diversas opções, que foram apontadas pelos especialistas durante o painel.
Do biogás à microgeração, seja ela solar, eólica ou até hidrelétrica, a necessidade de intervenção da iniciativa privada na geração de energias renováveis tem sido amplamente discutida.
Um exemplo interessante de crescimento, que parece impressionante isoladamente, mas que ainda não é tão impressionante no quadro total, é o de microgeração solar.
Mesmo com a marca de um milhão de consumidores atendidos por geração própria de energia solar, no universo de do total de consumidores de energia no Brasil isso significa apenas 1% do total, ou seja, há um longo caminho pela frente.
Outra questão interessantíssima levantada durante esse painel foi a participação do mercado de petróleo e gás nessa transição energética.
Muitos consideram que o setor de petróleo e gás é antagônico às mudanças causadas pelas energias renováveis, mas a realidade não é essa. Existe, inclusive, pelo que foi dito por Fernanda Delgado, uma sinergia extremamente interessante entre o mercado eólico offshore e o mercado de petróleo e gás.
Isso porque o mercado de óleo de gás tem expertise marítima, que pode ser interessante para a instalação de geradores eólicos offshore, tanto que esse tem sido um segmento amplamente procurado pelas petroleiras internacionais no Brasil.
“A indústria eólica pode dar o braço à indústria petrolífera e, com essa alavanca, a gente cria e impulsiona as eólicas offshore. Existe uma sinergia enorme em como utilizar as embarcações, os portos e estruturas. Inclusive, pode ser aproveitado todo o final da linha da produção da indústria do petróleo, que chamamos de descomissionamento, para a indústria eólica. Há uma sinergia muito grande. Tem negócios, tem dinheiro na mesa e tem energia sendo criada.”
Descarbonização em mente para cumprir as metas da COP 26.
Como não podia deixar de ser, a COP 26 também foi assunto durante este painel, apontando que é necessária a variação entre diversas fontes para que o Brasil seja capaz de criar uma matriz de energias renováveis versátil e independente dos combustíveis fósseis.
O próprio mercado de petróleo e gás vem buscando suas próprias alternativas para deixar de depender dos fósseis.
Além de hidrogênio verde, pesquisas em busca da aplicação de novos biocombustíveis e do hidrogênio verde vem sendo realizadas, para que o Brasil possa não apenas se adaptar às mudanças, mas se tornar um país de destaque na nova realidade energética do mundo.